domingo, 20 de setembro de 2009

SIDEWAYS DE ALEXANDER PAYNE (2004, DISTRIBUÍDO POR FOX SEARCHLIGHT)



Sideways é um daqueles filmes que consegue mostrar os encantos de uma vida normal. Esse é o grande potencial dos filmes independentes. Têm uma boa história por parte de uma história que parece tudo menos extraordinária. Paul Newman rejeitou fazer filmes durante muito tempo, porque rejeitava aceitar papéis onde a importância da representação fosse diminuta. É aqui que os filmes de baixo orçamento acabam por triunfar.
Sideways foi produzido com um orçamento limitado de 16 milhões de dólares e acabou por render mais de o quintuplo.
Tudo gira em volta de uma cativante trama, entre dois amigo que decidem fazer uma despedida de solteiro juntos. Miles Raymond (Paul Giamatti um professor de Inglês, com uma carreira «promissora» de escritor, e Jack Lopate (Thomas Haden Church), um actor de filmes de série B e de televisão, com um apetite insaciável por mulheres. Engraçado que era este último que se estava para casar.
Miles por sua vez era um tipo reservado, pacato, introspectivo e muito renitente no que toca a mulheres. Por acaso conhece Maya (Virginia Madsen), empregada num bar numa auto-estrada caricata no sul da Califórnia, o the Hitching Post. Cedo se apercebemdo mútuo interesse por vinhos, sobretudo porque é amador.
A partir daí as coisas acontecem com naturalidade. Aliás o argumento é tão institntivo que nos põe a pensar na química que existe entre os dois personagens, que é normal.
Talvez a analogia do filme se reduza a tudo isto, avida é como uma garrafa de vinho, de aspecto normal e mundano, mas o interior de cada um é unico, cada colheita e bago de vinho. Cada um com a sua própria textura, veludez e acidez.
As coisas vaõ acontecendo num espaço de uma semana. Jack abre uma «Stephanie» (Sandra Oh) alegre e jovial, também ela apaixonada por vinhos e as coisas rápidamente saltam para o plano horizontal. Miles e Maya levam o seu tempo. Conhecem-se apreciam-se mutuamente, quase como se estivessem a provar um vinho. Até que Miles confessa que tem um Mont Blanc de 61 uma raridade vitivinícola. Aí éque o interesse mútuo por ambos começa a crescer, tal como um provador de vinhos.
Miles acaba por mostrar o rascunho, e apesar da sua falta de auto-confiança, Miles deixa transparecer o seu lado mais terno, mais humano. Não é de estranahr a maneira como Victoria aborda o seu ex-marido no casamento de Jack. Muitas vezes retira-se mais dos silêncios do que em milhões de palavras. Situação que Alexander Payne soube aproveitar com mestria. Até porque tirando Giamatti, os outros actores são menos promissores, ainda que talentosos. Até o próprio Giamatti era pouco conhecido até esta altura.
Outro dos pontos fortes do filme é o seu humor acidental. Como acontece muitas vezes no dia-a-dia e conseguimos retirar o cómico da situação. Após contar a Maya que Jack está prestes a casar-se esta apressa-se a contar a Stephanie. Que parte a cara de Jack a metade. Que acaba pelo Karma vingar-se em Miles estrangando-lhe o carro e obrigando-o a ir buscar a carteira a casa de uma empregada de mesa que o reconheceu.
Depois do copo entornado, Miles e Jack regressam da sua odisseia para contar a Chrisitine, noiva de Jack como as coisas correram mal, na vaigem de regresso com um acidente premeditado. Nisto Miles ouve notícias, passado algumas semanas de Maya, que apressa-se a visitá-la. Tudo para nos deixar num final em aberto.

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