segunda-feira, 14 de setembro de 2009

MUSE - THE RESISTANCE (2009, WARNER BROS., HELIUM 3)

Se há alguma música, na carreira deste «trio poderoso» que os melhor pode descrever é Megalo-mania, do Origins of Symmetry. Naquela altura ainda estavam na rampa de lançamento, hoje andam em volta da esfera celeste com quasares cósmicos e cometas alucinantes. Os Muse querem estar um passo à frente na arrojidade do álbum seguinte, sempre tentando superar as melhores expectativas possíveis. Os dias da guitarra com riffs estrondosos e bem elaborados, o baixo com efeitos mas humilde, a bateria cheia de adrenalina e um estilo psicótico suburbano de Showbiz já passou. Mas por incrível que possa parecer, ainda se nota que é os Muse, muito embora a marca deles se tenha esbatido um pouco. Este vontade contínua de experimentalismo contínuo acabou por comprometer a própria criatividade dos mesmos. Hoje os Muse batem-se por estádios e salas espampanantes cheias de jovens prematuros, que se julgam maduros prontos para ouvir as teorias pro-conpiracionistas de Matthew Bellamy que se batem por substituir os Rage Against The Machine, mas com um estilo mais clássico.
Sempre que se falava do novo álbum Matthew Bellamy e o baterista Dominic Howard falavam de incorporar componentes de outros géneros como a música clássica ou estilos manhosos como o hip-hop que se disitinguem bem em Resistance e a comprometedora Undisclosed Desires.
E de repente, perguntamo-nos, já depois de ouvir Uprising, com a sua batida techno quase foleira, onde estão aqueles riffs manhosos, bem para esses posso dizer que ainda houve tábua de salvação em Mk Ultra e Unnatural Selection, mas preparem-se de seguida para regressarem ao Moulin Rouge da europa oitocentista com Bellamy a explorar os seus dotes no piano com I Belong To You / Mon coeur s'oeuvre à ta Voix, talvez como uma Ode ao país que sempre os acolheu bem nos primeiros anos de lançamento. Mas se as mudanças ficassem por aí estávamos todos bem, até porque é um reflexo de bons músicos um determinado ecletismo.
O que não se compreende é aquelas monumentalidades próprias para arautos magnânim os em United States of Eurasia que mais parecem os Queen renascidos como a Fénix. E o classicismo é mesmo a palavra de ordem quando chegamos aquela que seria a marca de algum progressivismo que os Muse vinham a desenvolver em Exogenesis. Pergunto-me como irão tocar tudo isto ao vivo.
Mas há pontos forte, e apesar de a guitarra ter isod negligenciada nalgumas partes, noutras supera-se. Exogenesis Pt. 1: Overuture é um desses bons exemplos, assim como Guiding Light. As capcidades técncicas de Bellamy não se ficam por ái, estendem-se até aos bons dotes no piano. Em Exogenesis Pt. 2 Cross-Pollination.
Um álbum que acba por não ser tão mau quanto isso, compensando alguns maus momentos.

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