quinta-feira, 24 de setembro de 2009

LES POUPÉES RUSSES DE CÉDRIC KAPLISCH (2005, CE QUI ME MEUT/LUNAR FILMS)


As Bonecas Russas é um filme tipicamente pró-europeu. A variedade linguísitca e afabilidade entre povos europeus é visível. Trata-se nada mais, nada menos do que a sequela de L'Auberge Espagnole e como seria de esperar, deveria haver um prolongamento no final do filme. Como é sabido não há duas sem três. Mas até agora, tal ainda não aconteceu.
Mas lá para o meio do filme, Xavier conta-nos o porquê de a História acabar ali, e não se prolongar indefenidamente. Porque geralmente é assim que culminam os filmes de amor, dexando toda a monotinia da rotina na expectativa.
O filme tem a façanha de relatar as relações amorosas e afectivas de uma maneira extraordinariamente realista e original. Não é o típico estilo filme francês, estranho e com contornos bizarros, muito pseudos. Talvez o segredo resida no facto de se tratar de uma produção conjunta entre a França e Grã-Bretanha, o que deum um certo pragmatismo ao argumento. Ou se calhar, a corrente actual de cinema francês esteja mudar.
Tem também outro carácter singular que, para mim, é extraordinariamente belo, é um filme multi-lingue.
Xavier regressa de Barcelona com uma ideia em mente, realizar o seu sonho de criança, tornando-se escritor. Mas não é tão fácil quanto parece. Após algumas peripécias em busca da mulher perfeita é-lhe oferecido a possibilidade de escrever um guião. Mas não está fácil, porque tem de ser escrito em Inglês, ao que Xavier confessa que domina a língua, mas a proposta de lhe retirar o guião está eminente.
Foi então com a ajuda do seu amigo William, voltou a entrar em contacto com uma velha conhecida, Wendy. Esta tinha uma excelente reputação como argumentista e prontificou-se a ajudá-lo. Daqui nasce a relação mais interessante, com Xavier a deambular entre Paris e Londres como no clássico de Charles Dickens. Enquanto este segue na busca da mulher perfeita, William seu amigo encontrou de imediato o amor da sua vida, Natascha. Uma bailarina russa.
Entretanto, Wendy e Xavier vão se conhecendo, e subjaz-lhes uma química uma compreensão mútua que parece natural. Wendy veio de uma relação desfeita, Xavier das que desfez. Falam do amor, sexo e afectos de uma maneira platónica, e vão-se interessando mutuamente. Porque não há nada melhor que juntar a fome com a vontade comer, ou trabalho com prazer. E quem rima sem querer é amado sem saber.
No meio disto Xavier descobre que há uma nova proposta de trabalho: escrever a biografia de Celia Shelburn, uma modelo que era exactamente o que Xavier precisava para despertar. Levar uma tampa das antigas.

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