quinta-feira, 25 de setembro de 2008

PORCUPINE TREE - FEAR OF A BLANK PLANET (2007, RoadRunner Records)

Com o seu 9º álbum de estúdio, os Porcupine Tree continuam a manter a sua visão apocalíptica do futuro. Desta vez com um tema mais conciso, a crise da juventude e de uma geração que ele julga, e bem perdida. Depois de uma aproximação à «corrente mais popular» com álbuns muito bem construídos - In Absentia e Deadwing. Os Porcupine Tree aproximam-se agora dos clássicos álbuns progressivos, tanto em construcção como em concepção. O álbum foca-se numa geração perdida, alineada, num estado de letargia, que aliás é muito caracterísitco de Wilson. Este álbum diverge muito de outros álbuns dos Tree porque a sua atitude é extremamente negativa, e a conceptualidade do álbum em volta do mesmo tema é notável. A faixa homónima representa a percepção própria, do eu, que acompanha todo o álbum, a visão do mundo através de um jovem vazio. A percepção negativa é muito similar à que Roger Waters inculcou em Animals, em,bora o tema seja ligeiramente diferente, ambos os álbuns são retratos da condição humana, e do seu lado mais negro. A esquizofrenia frenética dos Tree, é renderizada para texturas bem mais suaves e extensas, daí que ouçamos músicas mais homogéneas como Sleep Together, onde a voz de Wilson marca mais uma vez a sua originalidade, pausada, suva e limpída, bastante rlexiva, como um paciente na marquesa perante o psiquiatra.


As aspiraçõessão épicas em Anestethize, que conta com a particpação de Alex Lifeson, guitarrista dos Rush. Numa acepção sinfónica, Anestethize é uma viagem ao subconsciente, começando bastante plácida e serena, evoluindo para um cenário caótico e perturbador, com um forte pendor da guitarra cheia de riffs pausados e fortes. «A good impression of myself/Not much to conceive» demonstra o vazio permanente de um jovem angustiado, que se revê numa juventude que tem acesso a tudo prematuramente, e que se revê com a única saída no sucídio «My friend says he wants to die». E é em Fear of Blank Planet que Wilson continua demontrar porque sabe manejar bem as 6 cordas. Um dedilhado ríspido desevolve para um ritmo de guitarra e cai na subtileza e no alívio do final. há um exclente trabalho por parte de Richard Barbieri, que sofre muitas influências do grande Rick Wirght, criando espaço e ambiente, muitas vezes num ambiente sonoro atribulado. Em Fear of a Blank Planet há uma maior presença dos teclados, do que em álbuns anteriores.
Gavin Harrison demontra também porque já é um baterista consolidado nos Tree, que entretanto atingiu a sua plena maturidade com Colin Edwin, que segue as pisadas de Pete Trewavas num baixo bastante melódico. A batida de Harrison em Anestethize assmelha-se ao carisma de Neil Peart, batante elaborada e completaente inserida na orgância da música, comoaliás já tinha dado frutos em Deadwing, circunscrevendo-se bem naquilo que Wilson pretende da música. Apesar da sua vertente negativa, Fear of Blank Planet demonstra que o caminho do rock/metal progressivo está entregue em boas mãos...

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