quarta-feira, 3 de setembro de 2008

PINK FLOYD - IS THERE ANYBODY OUT THERE? (2000, EMI Records)

Poucas são as bandas que se conseguem superar ao vivo, com bons e por vezes magníficos trabalhos de estúdio. Há casos de bandas que ficam lendárias com apenas álbuns ao vivo. Há, n0 entanto, para mim um grande momento na história da música moderna, em que os Pink Floyd se esmeraram por dar a todo um conceito, o seu máximo de teatricalidade. The Wall, na mente de Roger Waters foi concebido, como um álbum conceptual, um filme e um espectávculo ao vivo. Superando assim as óperas-rock dos Who, Tommy e Quadrophenia, que nunca tiveram uma representação musical caracterísitca, embora fossem tocadas ao vivo, na sua globalidade inúmeras vezes.

Is there anybody out there? é a digressão do álbum The Wall entre 1980/1981, a última tournée que antecede o colapso da banda em 1985, num tribunal londrino, numa querela pelos louros das composições. É certo que por esta altura as óperas-rock tinham adquirido o seu carisma, muito graças às ideias de Pete Townshend e ao sucesso de Tommy e posteriormente de Quadrophenia, e a mítica dos Genesis, The Lamb Lies Down on Broadway.
Seria no final da década de 70 que um esboço de Roger Waters viria a romper como a mais promissora ópera-rock de sempre. A digressão foi curta, com apenas uns concertos em Los Angeles e Nova Iorque, com várias noites, o que completou a digressão americana. a digressão europeia culminou em Berlim e, finalmente, em Londres, Inglaterra, casa dos Pink Floyd. Foi em Earls Court que se deu a gravação desta digressão e onde o The Wall ao vivo foi tocado mais vezes. É com certeza o concerto mais arrojado de sempre, e uma ideia característica e, de facto, surpreendente. Nunca ninguém pensou num concerto, onde a peça principal seria uma banda a tocar atrás de um muro de pedra simulado. Este seria construído durante a primeira parte do concerto, o que cobnstituiria o primeiro integral do álbum The Wall, mais akgumas músicas inéditas, introduzidas por Roger Waters, para que a música acompanhasse toda a construcção do muro. É o caso de What shall we do now? que não faz parte do elenco de canções do álbum. Outro factor que é brilhantemente acrescentado ao álbum, o que o não torna uma cópia exacta de estúdio, é a improvisação que é dada aos músicos durante o concerto, o que significa que vemos, solos, secções acrescentadas, o que a meu ver, torna as músicas ainda mais belas. Prefiro ouvir Another Brick in The Wall Part. 2 com dois grandes solos de guitarra, tanto de Gilmour como do guitarrista convidado Snowy White (ex-Thin Lizzy) como Rick Wright apesar de não ser um virtuoso, consegue puxar as suas cpacidades, que já vimos em álbuns anteriores, ou mesmo Gilmour a esmerar-se nas suas favoritas Comfortably Numb e Run Like Hell, que estão bastante melhor que em estúdio. Para um áçbum ao vivo, o som teve de ser extremamente cuidado, e a nitidez é impressionante, isto porque se queria que The Wall Live fosse tão bom ou melhor que o The Wall em estúdio.
No entanto, só se pode contar mesmo com The Wall e o seu final triunfal com o tribunal a sentenciar a demolição do muro. Roger assume assim o megafone e ordena que «o muro venha de si abaixo». um oportunidade única para ver Waters tocando clarinete e Nick Mason tocando a guitarra Outside the Wall. Para mim é bem melhor que o álbum de estúdio. A entrada de Waters em Run Like Hell é fenomenal, this is for all the weak people in the audience..... This is for you, it's called Run Like Hell...». Brutal...