quinta-feira, 23 de outubro de 2008

TWIN PEAKS, CRIADA POR DAVID LYNCH & MARK FROST (1990/1991 CBS/ABC CORP.)

Twin Peaks é, de facto, uma série de culto e não sabemos muito bem explicá-lo. Eventualmente o mesmo se passará com outras obras artíticas, em especial com as de David Lynch. Um dos seu realizadores estranhava o facto de, o público em geral, tomar o trablho de Lynch como bizarro e, até, estranho. Deveras. Opinava, no entano, no sentido de que Lynch retrata as pessoas tal e qual elas são, quando observadas por um espectador desinteressado, as pessoas podem muito bem ser caricaturadas tal e qual Lynch as retrata.Naturalmente que, Twin Peaks tem o toque de mestre de Lynch e é um marco incontornável da sua carreira. Foi Twin Peaks que criou o super -fenómeno em que se tornaram as séries de televisão. Mais até que a clássica 5ª Dimensão.
Twin Peaks começa de facto todo o seu tema sob um pretexto, a morte de Laura Palmer. Este é o acontecimento que despoleta toda a narrativa e que atrai todos os personagens. Na verdade, Twin Peaks é sobre o interior, a natureza humana. É uma tentativa de encontrar humanidade, nos seres mais improváveis de a encontrar, os seres humanos. O tema parece quase Shakesperiano, a dramatização da conmdição humana, mas existe uma abordagem lynchiana, desde já muito própria, para além de que o cenário é isolado, propício à revelação da nossa identidade, ou exactamente ao oposto. A escolha do espaço físico é muito importante, porque lhe concede uma identidade própria, como se tratasse de um universo autónomo.Laura Palmer é bem capaz de ser a personagem ausente mais relevante em todos os textos dramáticos importantes. E certamente não haverá motivo mais estimulante do que conhecer toda um trama do que a partir de um homicído. A expectativa de encontrar o assassino ou assassinos é uma dúvida permanente. Em Twin Peaks adquire proporções gigantescas porque, só o descobrimos bem para a frente da série. Mas, a história prossegue bem para lá da morte de Laura Palmer, e cedo percebemos que a série não se resume a isso. Muitos diriam que para além do crime, a história perde relevância, e foi esticada tanto quanto uma novela. Mas quem analisa desse ponto de vista não pode entender aquilo que Twin Peaks realmente é: o retrato de uma pequena comunidade isolada no espaço e, quase, no tempo. O espaço bucólico calmo e serno que reflecte no ser humano exactamente o oposto. Também teriam difculadade em enender todas as tramas paralelas, as intrigas entre Benjamin Horne, Catherine Martell e Jocelyn Packard. O papel do Sheriff Truman e, todos os segredos que esta pequena cidade esconde. Mas também não vou ao ponto de considerar Twin Peaks um universo que possa ser explorado como um novelo cheio de pontas soltas. Até porque se pode tornar entediante, e até destruir a mísitca que cobre toda a série. No entanto perto do final as séries perderam algum fulgor, e é claro que o dinheiro envolvido na produção e na audiência das séries teve um papel relevante a ponto de, criar um prequela a relatar a vida da personagem ausente mais importante de toda a história, Laura Palmer em: Twin Peaks Fire Walk With Me.A série conserva muitos elementos de ocultismo que apesar de parecerem bem conjugados com o eleento do policial, dão-lhe pouca certeza e segurança que possam ser investigados e consolidados. A certa altura perguntamo-nos como pode o Agente Cooper resolver os casos imputando cirmes a espíritos que envenenam a mente de pessoas comuns. E é verdade que a dimensão paralela está lá, mas ela deve permnecer para cada um encontrar a sua própria explicação.

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