terça-feira, 14 de outubro de 2008

PORTUGAL, THE MAN - CHURCH MOUTH (2007, FEARLESS RECORDS)
O trio, que agora virou quarteto, oriundo do Alaska nunca imaginaram quando escolher aleatoriamente, literalmente «do nada» ou «out of the blue» como eles provavelmente descreveriam, o impacto que têm e podem vir a ter na imagem global de um país. Sobretudo se se trata de um grupo talentoso, como os PORTUGAL, The Man são. O seu género pode ser descrito como um post-rock eclético, muito na linha que os Muse começam a incutir na cena musical. A voz em falsete e tons agudos, e uma guitarra ecoante e distorcida, mas com uma aproximação ligeira, e mais pop, com texturas bem mais suaves como se demonstra em «My Mind». Mas estranho quando ouvimos é mesmo o facto de o nome da banda nada tem que ver com a nossa caricata nação. Apenas demonstra dos membros um excelente conhecimento de geografia, ao contrário do seu funesto Presidente.
Talvez ainda subam mais na nossa consideração se ligarmos o título do álbum ao perído anti-clerical da I República. que bom seria Teófilo Braga, Bernardino Machado e o conspirador José Relvas cantarem a potente Church Mouth em plenos pulmões. Teriam certamente dificuldade em igualar o potencial vocal de John Gourley. Tirando isso, o trio Alaskiano desconhece por completo a nossa alma lusitana, em especial a nossa música. Aliás, Portugal, The Man tem um atitude eclética, e uma aproximação progressiva, muito a par dos Mars Volta.
Com um álbum muito new-rock, eu diria que os Portugal, The Man são um reflexo de novas tendências na música, em particular no rock. Nota-se o recurso a órgãos simples e bluesy, e uma guitarra melodiosa, com uma secção instrumental visível e significativa. É um rock que pode ser facilmente utilizado para pistas de dança, mesmo as mais lentas e melancólicas como o caso de Oh Lord, ou Dawn. De facto, Church Mouth foi a mudança de paradigma na banda, para bandonarem o cássico trio guitarra-baixo-bateria, para empregarem um teclista a tempo inteiro.
E por falar em blues-rock, temos um grande tema, com um órgão e guiarra mesmo ao género de Mattew Bellamy em Bellies Are Full. Nitidamente, o mais bem sacado do álbum. Se calhar com algumas influências de Goldfrapp, mas aquele ritmo e pujança apaga tudo.
Tirnado a bleza do nome, os Portugal The Man demonstram o novo rumo que se segue na história do rock, serão a par dos Wolfmother mais suaves, um dos melhores grupos a seguir durante este século, senão ouçam Children. Um apelo à América profunda.....provavelmente a Michael Jackson.

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