terça-feira, 6 de outubro de 2009

ISIS - WAVERING RADIANT (2009, IPEPAC RECORDINGS)


Para muitos uma banda ainda desconhecida, mas os Isis têm vindo a crescer como um fenómeno ainda incerto, sobretudo como banda de culto no panorama da música pesada contemporânea. O som é dificíl de descrever mas assemelha-se bastante a uns Opeth, só que mais industriais. O seu som tem vindo a melhorar e a incorporar cada vez sons inconstantes e ecléticos. Não é para espantar, mas a banda de Aaron Turner anda cá neste mundo desde 1998, e os álbuns têm uma tendência progressiva para compor paisagens mais melódicas e os atributos vocais de Turner não são para menos porque a sua voz tem um forte potencial.
Hall of the Dead é o mote para a viagem pelo misticismo. Fortemente inspirados em bandas como Melvins ou Neurosis, o som parece uma crise esquizofrénica. E o que parecia ser muitas vezes um devaneio em álbuns anteriores, nota-se uma focagem na composição em muito devido à melhoria técnica tanto do baixista Jeff Caxide com um groove fortemente inspirado em Justin Chancellor dos Tool e a combinação das guitarras a nível de solos límpida e harmónica, com propensão para preenchimento do vazio, Ghost Key é um óptimo exemplo. Turner afirma que vai buscar as suas influências metafísicas a livros como Dom Quixote ou Labirintos, ou até mesmo Casa das Folhas, onde a presença de um universo indiscrítivel e carregado, com elementos estranhos é notável.
A maturidade da banda reflexa-se um pouco por todo o álbum. Bryant Clifford Meyer comporta-se como um descendente natural de Rick Wright (teclista de Pink Floyd) com um entrada fenomenal em Hand of The Host digna de uma Echoes ou Sheep. O mesmo se pode dizer Aaron Harris que evoluiu bastante desde Panopticon ou In The absence of Truth.
Wavering Radiant é um álbum bastante masi fácil de interiorizar do que Oceanic ou mesmo Celstial, que portaram-se como um Saucerful of Secrets ou Umagumma, quando a banda estava ainda a encontrar o seu caminho. Mas com Threshold of Transformation nota-se que finalmente sabem o que querem fazer. Não estão a quebrar fronteiras, mas nota-se exactamente o que querem fazer e já demarcaram o seu próprio processo criativo.

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