terça-feira, 20 de outubro de 2009

EDITORS - IN THIS LIGHT AND ON THIS EVENING (2009, KITCHENWARE)


Posso dizer qualquer coisa como um grande sacrilégio, mas os Editors sempre me pareceram uns Coldplay mas bem mais alternativos. Intrexicados numa música estranha, e de dificíl acesso. Mas em vez de crescerem no sentido pop, desenvolveram o seu estilo e nele permeneceram como uma moderna banda de culto.
The End Has a Start demonstrou que os Editors eram um projecto a ter em conta e disseminou a projecção que já se lhes vinha advogando. Com In This Light and On This Evening, os editors fazem um bom regresso aquela música obscura britânica dos anos 80 com um forte recurso ao som electrónico e às guitarras com afinações e pedaleiras distorcidas. E regressam com muito para dizer, quase como uma sub-cultura de Madchester renascida bem ao estilo de Echo and Bunnymen ou Joy Division.
Tom Smith mantém altas as expecativas do seu público com letras e vozes fortemente importantes. Tal como um Ian Curtis moderno, ou um Joe Strummer mais melancólico e soturno, continua com as suas paelações filosóficas e poéticas que não são nada de descurar, sobretudo nestes tempos modernos em que valores como a democracia, liberdade e direitos inidividuais parecem estar dados como garantidos. As vozes mantêm-se tão importantes como sempre na música dos Editors e sempre que os ouvimos existe uma mensagem subliminar importante a descobrir. «Papillon» é um desses exemplos que foi directamente extraído como single.
A nível instrumental mantém-se respeitados embora não sejam daquele nível de referência. The Boxer, com mais uma vez a apelar a valores políticos remistura uma boa linha de baixo de Russell Litch com a guitarra do polaco Chris Urbanowicz que lhe dá um efeito estranho e mais uma vez a adaptabilidade de Tom Smith aos teclados que lhe dá uma ascendência clássica bem magnânima. De resto a secção rítmica de Ed Lay mantém-se bem discreta durante todo o álbum épico urbanosem nada de grandes devaneios, até porque trata-se de um veículo ambiental para o desenvolvimento das letras que são o ponto fortíssimo dos Editors.
Like a Treasure é a faixa mais melódica e afectiva que mais uma vez se pinta num quadro urbano típico de uma cidade nocturna iluminada. A música segue um estilo bem compassado, quase acompanhado o tráfego acelarado citadino, muito próximo de uns U2 em The City of The Blinding Lights.
Este álbum marca o próximo passo dos Editors que passam para uma música bem mais preenchifda e ambicionada, com uma produção maior e menos minimalista. Há recursos a maiores potencialidades dos instrumentos e num som mímpido e translúcido, com um cunho espiritual muito forte.

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