sábado, 19 de julho de 2008

O Resgate do Soldado Ryan de Steven Spielberg

REALISMO CÉNICO DE GUERRA

Durante anos o cinema foi conhecido por tornar o irreal verosímil, e hipoteticamente possível. Recentemente surgiu uma corrente de realismo televisisvo nu e cru, onde a realidade àspera e cruel é captada ao último detalhe. Sendo um filme de guerra histórico com certeza que tem de ser realista, mas o seu detalhe é impressionante mesmo para um filme de guerra.

Apesar de tudo este filme pode ter desencadeado uma corrente desse género, desde o tratamento de imagem, até à acção incompreensível aos nossos olhos. Refiro-me a realizadores como Michael Mann que abandonaram o prolongamento excessivos de cenas, e dão a cada corte de cena seu uma efemeridade, brevidade e realismo impressionante. Talvez o pico desta corrente se encontre em Mel Gibson que quer representar um realismo exacerbado, como se as câmaras não estivessem e a cena estivesse de facto a ocorrer.... Muito do realismo tem passado para a televisão, para algumas séries onde a preponderância histórica é muito relevante. E o relato cénico dos acontecimentos é importante no conceito da mesma....

Tendo isso em mente ou não, com certeza que Steven Spielberg queria que o seu filme fosse bastante real, e uma fiél representação daquilo que se sucedeu durante o desembarque da Ñormandia. Pelo seu valor histórico, O Resgate do Soldado Ryan conseguiu superar grandes filmes de guerra como A Ponte sobre o Rio Kwai, ou Apocalypse Now, ou Nascido Para Matar, ou para mim o muito bom Inimigo às Portas, apelidado de O Melhor Filme de Guerra de Sempre. Claro que o filme realça o heroísmo norte-americano, o sacrifíco pela liberdade, e não deixa de ser um pouco parcial na sua aproximação. Objeftivamente penso que a nível técnico o filme está excelemente, e faz o espectador envolver-se completamente pelo cenário de guerra, para além de a caracterizar tal e qual ela é, um inferno na terra. Como leigo, O Resgate do Soldado Ryan pode muito bem ser uma reconstituição daquilo que terá acontecido no dia 6 de Junho de 1944, o Dia-D, em que o Comandante Geral das Forças Armadas, o General Norte-Americano Dwight Eisenhower, ordenou o desembarque do seu exército nas praias da Normandia, Norte de França.

Foi uma carnificina sendo que Hitler já esperava o desembarque e ordenou a fortificação da praia, para esperar o desembarque das forças dos Aliados. apesar das inúmeras baixas os Alaidos conseguiram sefurar a praia, perto fim da manhã. Curiosamente o filme é construído à volta de um resgate, como o título sugere, pelo que se trata de uma missão de salvamento, no meio de um conflito armado. Ryan (Matt Damon) é o último dos filhos sobreviventes da famíla Ryan, todos recrutados para a Guerra. Captain Miller (Tom Hanks) lidera uma companhia para recrutar Ryan e devolvê-lo à família. Claro que a visão americana não poderia deixar de lado o seu retrato heróico durante o conflito e a bravura com que enfrentaram as forças do eixo. Mas mais do que isso, o filme transporta-nos directamente para o conflito, como se fossemos um elemento da qequipa, Spielberg socorre-se da visão na primeira pessoa, para slém dos detalhes da figuração, que se comportam como um actor por si mesmos, contribuindo muito para o retrato não só fisíco, mas psicológico da Guerra. E se queremos demonstrar realmente o seu horror, não pode haver censura, qualquer que ela seja, e Spielberg não hseista em focar as entranhas de fora, os braços amputados, o sangue, a perda da vida humana num efémero segundo.
Para além do desembarque da Normandia, o filme visualiza ainda a re-conquista de França, pelo que mostra bem as batalhas em cenário urbano que constituiram em muito a II Guerra e que Inimigo às Portas demonstra igualmente no mesmo sentido. Aliás este último foi um filme claramente influenciado pelo primeiro, seja em técnica e em abordagem.
O Filme é espectacular na recriação dos cenários, e na lento avanço que foi desde o desembarque na Normandia até Berlim, que demorou quase um ano.
Apesar de parcial, o heroísmo de guerra foi merecidamente tratado sendo igualado e ultrapassado apenas pelos soldados soviéticos. Não sei se é o melhor, mas arriscava a dizer que é o melhor que conheço, sobretudo por nos demonstrar a realidade da Guerra, especialmente a mais destrutiva de todas.....

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