terça-feira, 29 de julho de 2008

Mars Volta - The Bedlam in Goliath


Talvez a melhor maneira de descrever o som dos Mars Volta seja um caos ordenado. E fazer com que uma música seja audível quando uma banda parece improvisar ao l0ongo de todos os segmentos seja um conceito bem inovador num mundo da música cada vez mais gasto com a massificação da criação musical. Os Mars Volta serão talvez o melhor exemplo de como um som estranha-se, e depois entranha-se, e quem passar a gostar dos Mars Volta dificilmente deixará de gostar deles e da sua música bastante caracterísitca e única.
Eles acabam por quebrar a definição tradicional de que a música é uma sequência ordenada de sons. Eles criam um sentido quando parecem andar à deriva.
Mas o experimentalismo, à medida que se tornam um projecto mais coeso, centrado na voz singular de Cedric Bixler-Zavala, e na guitarra frenética de Omar Rodríguez-Lopez, ambos colegas de banda dos At The Drive-In. The Bedlam in Goliath parece um projecto bastante mais definido, com um ligeiro abandono do psicadelismo presente em Frances The Mute ou em De Loused In the Comatorium. A Par de bandas como os Pink Floyd que diram agora andar à deriva em álbuns como Ummagumma ou Atom Heart Mother, os Mars Volta criaram o seu ambiente de produção de música. Cedric tem uma participação vocal extensa de álbum para álbum, e apesar de as múicas serem grandes, a sua presença vocal é fenomenal.
Para além disso os Mars Volta continuam a optar por álbuns quase-conceptuais, com as músicas sucedendo-se umas às outras de forma praticamente imperceptível caso de Aberinkula e Metatron (a minha preferida do álbum). A paranóia é uma constante no álbum e talvez a guitarra e a voz sejam o nosso mlhor ponto de orientação. A bateria de Thomas Pidregen é extenuante, sempre a um ritmo notoriamente punk bastante visível em Wax Simulacra ou Ilyrien. Há um reforço dos teclados seja pela presença de Ikey Owens ou de Marcel Rodríguez-Lopez, irmão de Omar.
A par de alguma paranóia, não deixa de se notar alguma esquizofrenia, com contrastes acentuados e muito bem entre as músicas, veja-se entre Goliath e a já referida Wax Simulacra. A primeira seria talvez uma das melhores músicas para single com um excelente solo de guitarra e uma excelente participação vocal de Cedric, que mais uma vez consegue vestir personagens através da sua potente voz. Bedlam in Goliath é um bom exemplo de como se é capaz de inovar e ainda demonstrar excelente qualidade instrumental na produção de música.


1 comentário:

Anónimo disse...

só agora, ao fim de algumas audições com os ouvidos bem abertos consigo desfrutar da qualidade deste álbum. por isso agora consigo dizer que é de facto um excelente álbum.

tou com uma expectativa enorme em relação ao concerto.