sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O ADVOGADO DO DIABO DE TAYLOR HACKFORD (1997, WARNER BROS. PICTURES)


Este é um filme que interessa, particularmente, a pessoas que, tal como eu, tiveram a sua formação em Direito. Se bem que ficcional e preenchido de surrealismo, os diálogos e a representação do demónio a par de Al Pacino fazem de «O Advogado do Diabo», um filme bastante interessante, a par do próprio brocardo popular (provavelmente terá sido esse o fundamento do filme). O filme é uma adaptação da obra de John milton - Paradise Lost, entre as quais a mais célbre adaptação é a deixa do próprio Lucifer, «Better to Reign in Hell, than serve in Heaven».
Kevin Lomax (Keanu Reeves) é um advogado, que depois de exercer funções de assistente do procurador-distrital, torna-se num advogado de defesa. Ele detém um recorde imbatível de decisões a seu favor, nem uma derrota. Kevin detesta perder, e o seu recorde de decisões fazem dele um alvo de uma poderosa Sociedade de Advogados liderada por John Milton (Al Pacino). Kevin apenas sabe que tem de vencer o caso, custe o que custar. Muitas vezes este é um dilema profissional que atravessa os advogados, rejeitar o caso ou vender a alma opara ganhar a todo o custo.
Kevin tem um lugar reservado na Sociedade de John Milton, sem saber que já estava pre-destinado a fazê-lo. O ponto forte do filme é mesmo esse, é levantar a questão e, claro está, concedendo os devidos créditos à representação de Al Pacino, pois unca Lucifer teve um ar tão natural e tão humano como ele. A cena final de revolta contra Deus é espantosa. Ao contrário de Deus, o diabo participa no nosso livre-arbítrio, uma sedução constante, e muitas vezes ele tenta dissuadir-nos de fazer o mal, quase como se a semente do nosso pecado fôssemos nós próprios, ou se calhar algum de nós. Além disso,m a frase em que Lucifer se defende como o primeiro humanista é genial.....
De qualquer maneira Lomax defende e consegue convencer da inocência mesmo aquilo que parece indefensável, da criminalidade manifesta. Kevin consegue manobrar o castigo, deixando os culpados incólumes. Mesmo esses têm direito a defesa, defesa essa que pode manipular a realidade. Contudo, o contacto com a inocência da sua mulher, Mary Ann Lomax, que acaba por ser uma vítima da sua vaidade pecaminosa. O excesso da auto-confiança, acaba por ser a nossa maior fraqueza, que nos impele para vencer, seja qual for o preço dessa vitória.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

OPETH - WATERSHED (2008, ROADRUNNER RECORDS)
Começo o ano novo com lançamentos do ano velho. Mas por ser um dos trabalhos significativos e com um constatnte nível de produção, não apenas em quantidade, mas também em qualidade, torna-se necessário para mim mencionar os respeitáveis bastiões do Death Metal progressivo sueco - Opeth. Durante algum tempo vi-me forçado a rejeitar a voz de monstro-demónio gutural de Mikael Äekerfeldt. só depois de reconhecer os seus malabarismos vocais, e as suas capacidades melódicas, abracei os Opeth como exploradores e percusores de um novo legado, bastante bom para o metal progressivo.
O metal escandinavo sempre revelou as suas especificidades, muito ligadas à música clássica, e ao virtuosismo técnico, para além de contos de fadas ocultos e trágicos, brilhantemente incoporados no seu génio instrumental. Os Filandeses Nightwish são também exemplo desse lado feminino.
Os Opeth granjeiam mais a audiência masculina, embora haja muitas senhoras apreciadoras do seu género. Não deixam de perseguir as longas composições que são evidência da sua maneira de tocar. No entanto, deixam as suas compisções mais agressivas e exploram o seu lado mais melódico. Burden é disso exemplo, uma balada bastante sentimental e bem construída ao nível de uma Widow dos Mars Volta ou de Hollow Years dos Dream Theater, que lhes concedeu algum reconhecimento mais abrangente no público, não apenas do metal em geral, mas mais alargado. A mesma sofreu alguns cortes de edição especial de rádio. Houve também um corte ligeiro em longas partes instrumentais, e uma maior presença vocal, para se tornar mais acessível ao público. Daí que muitos novos ouvintes comecem a estudar os Opeth por Watershed, bastante mais simpa´tico do que Still Life ou Lamentations por exemplo. Coil é uma baertura um pouco estranha, bastante interessante por sinal. Curat e concisa com um harpejo de guitarra bastante apelativo, a apelar a uma lado mais sensível dos Opeth. Nota-se uma aproximação ao Metal progressivo do que o Death Metal de onde são oriundos. Culminando numa tradição celta, ao som da voz de Natalie Lorichs.
Heir Apparent, é a ruptura, que agrada aos fãs tradicionais de Opeth. Com riffs intensos, e avoz demónio de Äekerfeldt. A estrutura é tradicional ao som do guitar shredding, e as mudanças de ritmo e de andamento típicas da música clássica. Os Opeth não quiseram que este álbum quebrasse com aquilo que os define, o que faz com que o álbum agrade tanto a Grefo quanto troianos, mesmo os mais fundamentalistas, relutantes em aceitar algum experimentalismo por parte da banda.
Esperemos que doravante, quem pensar na Suécia não se lembre apenas de Volvos e Abba.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

FRANK ZAPPA & THE MOTHERS OF INVENTION - IN THE 60'S (pLASTIC HEAD STUDIOS)

A discografia de Frank Zappa era algo, a que poucos artistas se podem dar ao luxo, que poderia muito bem ser objecto de tratado. Não só por ser uma figrua importante no seio da fusão jazz/rock, mas também pela sua característica própria de aproximação à música - carregada de humor. Os Mothers of Invention foram a sua primeira banda de assalto, naqueles que viriam a ser uma das década masi produtivas em termos de música popular, lato sensu. Nunca nenhum artista se quis etiquetar pelo período de uma época, porém a vaga revivalista que subtilmente se quer fazer sentir e renascer, faz com que a música de Zappa seja produto de uma época. Ou então querem segmentar a sua música, quase com se houvesse várias fases de Frank Zappa.
É bem possível que sim. Este foi dos anos mais produtivos na m´sucia e também para Zappa, que lançava mais do que um álbum por ano, e em mais do que um ano fê-lo, tornando-se um feito em termos de criatividade musical muito pouco igualável.
Este configura-se como um tipo de DVD, que surge e aquele que para mim faz mais sentido. Acho que o DVD Concerto não é de perto, nem de longe, tão interessante como este tipo de DVD comentário que The 60's pretende ser e de facto é-lo. Depois da parafrenália de Does Humor Belong in Music?, que mostra uma das singularidades de Zappa, In the Sixites, é um desmistificador. Relata o percurso da banda quase na 1ª pessoa pelos principais elementos da banda: Jimmy Carl Black, Bunk Gardner, Don Preston and Art Tripp, e a relação esquizofrénica com o seu mentor. além disso é um relato fidedigno, confirmado pelos seus principais representantes. Trabalho planeado e construído pelos respeitáveis Kim Fowley e Billy James, que se esforçam por demonstrar o verdadeiro perfil de uma verdadeira lenda.
Zappa muitas vezes tornava-se uma persinagem bastante difcíl de conviver pois era extremamente rigído no espaço do estúdio, completamente anti-drogas durante o perído criativo, concedendo muito pouco espaço aos restantes membros para desenvolverem as suas ideias.
In the 60's ajuda a compreender a mentalidade da época, muitas vezes inacessível, e por vezes incompreensível da época, data de uma verdeira revolução cultural onde a música, aliada às drogas ajudoou à emancipação de valores, atitudes e de várias minorias, entre os quais os jovens, que na altura eram vistos apenas como potenciais adultos e seres humanos com plenos adireitos ainda por atingir, completamente dependentes face ao poder paternal. Certamente um bem felicitará os fãs de Zappa e do rock fusão em geral, conta com momentos bastante hilariantes para preencher o seu serão.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

TANTRA - HOLOCAUSTO (1979, VALENTIM DE CARAVALHO)

Depois de um grande álbum de estreia, se bem que eclético e um pouco avant-garde para os ouvintes lusos, Manuel Cardoso, líder e um dos fundadores da banda, teve de se ver a par com a saída do teclista Armando Gama. Os músicos talentosos em Portugal têm uma tendência para degenerar para a música pop e, por isso, Armando Gama prosseguiu mais a sua esposa Valentina Torres para tentar a sua sorte no Festival da Canção.
Apesar disso, integrou-se no quarteto até então um tipo perfeitamente desconhecido, Pedro Ayres Magalhães, que se apelidava, na altura, pela alcunha de «Dedos Tubarão».
Como era de prever, Portugal andava sempre a reboque atrasado do que se sucedia lá fora, foi assim, que a vertente mais crua e dura d0 rock pelo punk se começava a apoderar das novas tendências musicais, pelo que se pode dizer que o rock progressivo em Portugal teve pouca duração, muito menos do que nos restantes países da Europa. Mesmo assim 1979 ainda nos ofereceu bons álbuns progressivos nacionais, Holocausto é um verdadeiro clássico do que melhor se fez em Portugal desta natureza e ainda deu álguns frutos por parte dos Petrus Castrus.
Holocausto não muda significativamente de estrutura face ao seu antecessor. Por quem acabara de perder o mentor das teclas com sons etéreos e futuristas provenientes de um dos melhores sintetizadores. Continua curto e conciso e com algumas canções épicas, e muito instrumental, tal como Mistérios e Maravilhas. OM abre o mote para a paranóia, que encaixaria bem numa das melhores secções instrumentais dos Yes. Apesar da ausência de Armando Gama, a mesma é quase imperceptvel, e a meudança de ritmo e contra-tempo continua bem visível. OM é a típica canção esquizofrénica, com um cadência tão supreendente como Close to the Edge ou The Suppe's Ready. Manuel cardoso disse recentmente aquando do restauro de Mistérios e Marvilhas que o treino era um imperativo da banda, para além da formação técnica da banda. O nível de cada um melhora visívelmente e mantém uma correspondência ao anterior.
Também se mantêm as letras espirituais e metafísicas de Manuel Cardoso. A sua inspiração oriental pelo Yoga que pratiava mantém-se com naturalidade, como os Yes ous os Pink floyd no seu auge. Contudo, holocausto é bem mais carregado e negativo. As alusões a um mundo artificial, estilo Matrix, já se notavam em mistérios e Maravilhas, o apocalypse vem em Holocausto, e de uma maneira lunática e paranóica, Último Raio do astro mostra bem essa herança dos Genesis, e até dos Gentle Giant. Manuel cardoso fez por reforçar o seu contributo vocal de maneira significativa, assim como os seus dotes na guitarra. Não há, ainda, uma faixa que tenha contribuído mais para a universalidade da banda, os Tantra permaneceram fiél ao seu estilo e nem as faixas mais curtas como Zephyrus ou Ara, ou as velhinhas Novos Tempos ou Alquimia de Luz conseguiram reaproximar a banda de uma audiência mais abrangente. Tudo isso se deve à determinação e liderança dos Tantra que, apesar de tudo, conseguiram encher o Coliseu de Lisboa em pleno Novembro de 77, período pós-revolucionário. Os Tantra permanecerão como um banda de culto, num estilo de culto no nosso país, mas são-no merecidamente, uma banda bem reconhecida no exterior.
1979 acabou por ser uma óptima colheita.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Parabéns Sr. Presidente


Mais do que presidente da Federção Norte-Americana, o Sr. Obama, hawaiiano e norte-americano, é um Presidente da Terra. Todos, à volta do mundo quiseram acompanhar a sua cerimónia e todos fizeram por tê-lo como Presidente, especialmente, Stevie Wonder.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

NA MEMÓRIA DE.......JOÃO AGUARDELA (1969 - 2009)



Morreu hoje, aos 39 anos de idade um dos ícones do rock português dos anos 90 e para além disso. Membro fundador dos Sitiados, fez parte dos músicos que preconizaram o suporte musical da então designada «geração rasca» juntamente com os Despe & Siga. Foi também responsável pelos Megafone e mais recentemente. com o seu amigo dos Despe & Siga e também dos Peste & Sida, Luís varatojo formaram os A Naifa. Grupo este que inovou a abordagem ao fado, remisturando-o, genialmente, com a sonoridade típicamente rock, de que eram oriundos.
João Aguardela morre assim com 39 anos de idade, vítima de cancro e com um ardor de saudade, no baixo melancólico e caracterísitco que ele sabia soar.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

INDIANA JONES E O REINO DA CAVEIRA DE CRISTAL DE STEVEN SPIELBERG (2008, PARAMOUNT PICTURES)



Este foi um dos muitos filmes que este ano, infelizmente, não consegui ver no grande ecrã. O regresso de Indiana Jones há muito que era planeado, pelos tês segmentos principais a reprentação, a relaização e a produção, o trio - Ford, Spielberg e Lucas - esforçou-se imenso para satisfazer os fãs. Eu não sou um fã ávido de Indiana Jones, mas um apaixonado moderado. O balanço do filme é positivo e fez-se um bom êxito de bilheteira do verão. Houve muitos que ficaram decepcionados com o filme, embora ache que não haja razão para tal. Ditria mesmo que o filme supera demasiado pelo facto de vermos Indy a fazer acrobacias e cenas mais complicadas do que na primeira trilogia. Um Harrison Ford cheio de energia e extremamente ágil que rapidamente poria knockout o seu antepassado bem mais novo.
A era como seria de esperar, é a guerra fria, e os nazis rápidamente foram substituídos pelos vermelhos. apesar de tudo o filme não assenta na espionagem, nem na contra-espionagem, a não ser de um toque hilariante. A era da guerra fria parece servir bem os propósitos do enredo. Penso que o melhor trabalho é do argumentista David Koepp que soube bem aproveitar a ideia inicial de George Lucas de seres inter-dimensionais que subjazem às raízes da nossa civilização. Todo enredo se passa no continente americano e base do mesmo é mitologia real, semelhante em todos os filmes de Indiana Jones. Para além disso recorrem às pesquisas psicométricas dos cientistas da antiga União Soviética, que procuram artefactos paranormais para configurarem uma nova arma de destruição.
Caso para dispensar que a grande mudança neste filme são os efeitos especiais, que são muito bem aplicados numa cena quase fortuita como a explosão da bomba atómica em pleno Esado do Nevada. no entanto, entre cenas vamo-nos apercebendo de algumas cenas da época, especialmente a euforia anti-vermelha e o Macchartismo, que, ainda hoje, se reflecte na sociedade americana, como uma aversão quase fóbica ao comunismo. Sãos os efeitos especiais que recriam esplendorosamente as falhas que se viam nos seus antecessores apesar de serem notadas com frequência, como a morte do Coronel Dovchenko que acaba por ser tão atroz como a do militar alemão em Indiana Jones e os Salteadores da Arca Perdida.
Em grande parte a estrutura do filme permanece leal ao género de Indiana Jones, e outra coisa não seria de esperar de um filme que foi feito a pedido dos fãs, como os seus criadores fazem questão de realçar. Difícil foi escolher a matéria que o filme ia retratar, Lucas insistindo no extra-terrestres com o título Indiana Jones and Mysterious Saucers. Vários nomes foram pensados, mas acabou por vingar o nome com a palavra «Kingdom» - Reino - pela importância que a Caveira de Cristal acaba por representar em todo o filme.
quanto a filho de Indiana Jones, a sua presença foi pensada desde iníco, daí o reviver de Marion Ravenwood por Karen Allen. Spielberg insistiu b«num rapaz, em detrimento de uma rapariga, para acbar na velha fábula de tal pai, tal filho, assim designado Henry «Mutt Williams» Jones III, ao qual Shia LaBoeuf não se sai muito mal.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

RUSH - A FAREWELL TO KINGS (1977, MERCURY RECORDS)

Sempre reconheci os Rush como um grupo talentoso de músicos. Mas nada compõe a ideia até vermos o que apenas um trio de roqueiros progressivos pode fazer. Desdobrando-se em longos solos, e composições transcendentes, ficamos estupefactos como um grupo tão pequeno se pode transformar numa orquestra. Na verdade, os Rush partiram do hard rock puro, como um formação simples de guitarra, bateria e baixo. Mas a simplicidade acaba aqui. Já no álbum de lançamento os Rush tinham queda para composições extensas, e a célbre Working Man, é um ecelente exemplo onde Alex Lifeson faz um desfile de solos, acompanhado pelo baixo sistemático e preominente de Geddy Lee, cujos talentos não se resumem ao mero «4 cordas».
Os Rush são, sem dúvida, um dos melhores power trios de sempre, e quem falar neste tipo de formação, não pode evadir-se à menção honrosa que se deve a esta «santíssima trindade» canadiana do rock.
Entre o homónimo Rush e A Farewell to Kings já passou muita história. Antecede-se 2112, um álbum conceptual com a gigante 2112, brilhantemente concebida, e com uma magnífica entrada triunfal. A Farewell to Kings vem ainda no seguimento da mesma atitude. Muito progressivo, e com letras inspiradoras e fantásticas. Neil Peart, que além de demonstrar, mais uma vez, porque é dos melhores bateristas do mundo, abrange o seu conceito lírico e integra as Maravilhosas Viagens de Marco Polo, nas elaboradas texturas. Xanadu torna-se um clássico dos Rush, mas tão complexo que foi necessário reduzir e simplificar para que fosse mais acessível de tocar em palco. Na sua guitarra de 2 braços Lifeson saca uma malha memorável, à medida que Lee e Peart vão entrando. A música levou a que vários componentes fossem integradas na música, nomeadamente os teclados, que Lee viria a aperfeiçoar, e percussão expansiva.
De um forma tradicional, A Farewell to Kings incopora ainda outra música épica, repartida entre dois álbuns, a paranóia espacial de Cygnus X-1 é apenas a 1ª parte, completada em Hemispheres, uma das últimas preciosidades de uma era mágica. Mas os Rush nunca abandonaram as curtas composições, que permanecem sempre lá. Um dos melhores legados de A Farewel to Kings é Closer to The Heart, onde se denota a singularidade da voz de Lee, que para além de tecnicista, é malabarista da sua própria voz. Cinderlla Man é bem mais tranquila e melancólica, digna de mote para um filme.
A Farewell to Kings é, assim, um dos melhores legados, de uma época infelizmente longínqua. O título é, em si mesmo, uma ironia ao declínio.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

HANNIBAL DE RIDLEY SCOTT, 2001 (UNIVERSAL PICTURES)

Depois do regresso em grande com o Gladiador, em que estabeleceu uma relação duradoura com Russell Crowe, Ridley Scott desenvolveu a sua própria produtora, que implicou a sua própria independência na visão artítica e técnica do cinema. A dependência dos estúdios tinha-lha saído bastante cara já em anos anteriores.
O argumento foi práticamente feito por encomenda, e todos esperavam para saber o que se tinha sucedido ao misterioso, e brilhante, tanto quanto monstruoso Dr. Hannibal Lecter. Thomas Harris o criador de o Silêncio dos Inocentes, voltou à sua personagem emblemática, que «custou» a Anthony Hopkins um Óscar, e abriu assim o pano de fundo dos últimos 10 anos em liberdade.
Esperava-se, certamente, o regresso de Jodie Foster, mas é certo que a actriz rejeitou o papel, ainda por razões incertas. A sequela do filme de Jonathan Demme tinha de ser promissora, pois Silêncio dos Inocentes foi um clássico que ficou marcado em definitivo na cultura popular americana. Hannibal surpreende de maneira diferente, saindo do conceito ideal de policial arrepiante, mais para o policial acção, ficando os espectadores mais interessados na história de Hannibal em si, que no episódi em si tinha sido mais uma personagem, secundária face à trama, ainda que com um papel muito preponderante.
Julianne Moore veste aqui o papel de Clarice Starling, que tendo sido alvo de um processo disciplinar intero, se vê a braços com a responsabilização dos erros superiores. Ridely Scott fez bem em apostar num conceito totalmente diferente. A trama é inteiramente distinta de a de Silêncio dos Inocentes. Nós estamos sempre a par dos acontecimentos de Hannibal e a intriga pela sua parte é bastante mais dinâmica. Ao passo que a prequela, o Dragão Vermelho, ainda que bem sucedida é bastante mais similar a Silêncio dos Inocentes.
Assim Starling foi encarregada da tarefa menor de encontrar o sociopata Dr. Lecter, que entretanto tinha entrado para o Top 10 dos criminosos mais procurados do FBI. Entretanto do outro lado do mundo o italiano Inspector Pazzi está também no encalço do Dr. Lecter, sobretudo pela recompensa que faria dele um milionário. Este mesmo já tinha falhado a sua investigaçãono caso do Monstro que tinha morto mais de 14 pessoas. E de repente, perante a insolvência do mesmo é transferido para investigar a morte do conservador do museu, que por coincidência o Dr. Hannibal Lecter quer preencher o lugar vazio do mesmo.
Aqui vê-se as diferenças de conceito por Scott, até porque ele não é fã do policial ortodoxo. Rapidamente nos apercebemos quem é o autor de tanto o caso do «monstro», como da morte do conservador do museu. Mas isso nem interessa tão-pouco. O que releva é saber o destino de Lecter, até porque este tem à perna a sua única vítima sobrevivente, o milonário Mason verger, encarnado por Gary Oldman. Até porque era isso que o público em geral queria saber, quem é Hannibal Lecter. Obviamente, Hannibal não nos dá nenhuma luz sobre as origens ou o passado do Dr. Lecter, e por isso Hannbial Rising é um filme na mesma linha de Hannibal, assi m como Dragão Vermelho segue Silêncio dos Inocentes.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

TOP PESSOAL DOS MELHORES POWER TRIOS DE SEMPRE


1 - Cream

2 - Rush

3 - Experience (também conhecidos por Jimi Hendrix Experience)

4 - ZZ Top

5 - Muse

6 - Emerson Lake & Palmer

7 - Nirvana

8 - Motorhead

9 - Police

10 - Rose Hill Drive

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

DIXIE DREGS - LIVE AT MONTREAUX 1978 (EAGLE RECORDS)

Este é um dos raros casos em que encontramos um «concerto-documentário» em execelentes condições video e audiográficas, sobre uma das bandas mais negligenciadads de sempre e imerecidamente. Apesar de curta duração. o DVD contém não só um excelente relato desta banda desconhecida como também a presença no famoso festival de Jazz de Montreaux, numa altura em que o movimento de fusão, Jazz/Rock estava muito em voga.
O desconhecimento dos Dixie Dregs, mesmo pelos fãs de música erudita não é por acaso. Cedo as discográficas começaram a pressionar estes virtuosos e talentosos músicos a integrarem vozes nas suas texturas, abandonando a sua componente totalmente instrumental. Como foi previsível que essa tentativa seria um certo fracasso.
Live at Montreaux segue o melhor alinhamento dos Dixie Dregs na fase dos anos 90 com a sua melhor formação, o lendário Rod Morgentsein a acompanhar o seu camarada de armas e fundador da banda Steve Morse (o futuro com os Deep Purple ainda era distante). A juntar-se à companhia estvam ainda o baixista, fundador e porta-voz da banda - Andy West - que contactava com audiência silenciosa e os virtuosos introvertidos. Mais pacatos estavam o "Pagannini" norte-americano - Allen Sloan e o passageiro Mark Parrish, que nem chegou a aquecer o lugar (mais tarde este lugar viria a acolher um dos virtuosos de Julliard School of Music, Jordan Rudess dos Dream Theater).
Night of the Living Dregs viria a acolher grande parte do alinhamento. Curiosamente um álbum de originais totalmente gravado ao vivo. Patchwork e Punk Sandwich encantam os ouvidos dos helvéticos, que inseridos numa cultura europeia estão habituados a uma grande exigência musical e técnica. Pensamos por vezes ser dificíl compatibilizar tantos solistas em palco, tanto a guitarra tradicional ponto de partida, para solos ecléticos e harmónicos versáteis, e o tradicional violino que insere naturalmente música folclórica e o velho blues na composição. Os Teclados dão um ar muito progressivo e espacial, que criam uma harmonia naquele frenesim de notas totalmente instrumental. Leprechaun Promenade é mais um tema do inesquecível álbum que se sucederia. Até parece que o compuseram totalmente na estrada.
Rod Morgenstein é também um competidor, sendo o baixo de Andy West quase que o moderador, no entanto desnecessário, porque embora a música se verse na improvisação, e nos solos sucessivos do instrumentos, cada músico sabe conceder o espaço aos restantes e parece existir uma química muito intensa entre o trio do rock Morse-Morgenstein-West. Cedo nos apercebemos que a natureza dos Dregs é mesmo a absorvência da audiência pelos instrumentos em si, sem qualquer necessidade de vocais, quaisquer que eles sejam.
Um excelente documentário-concerto que capta tanto o melhor de uma geração, como de um movimento musical, como de uma banda.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Rush - Xanadu

Música do dia #3: O èpico de Ano Novo, do maior power trio de sempre, pelo menos do rock progressivo. Estão em pé de igualdade absoluta com os Cream do rock psicadélico. Grande Bateria, Grande Baixo e Magnífica Guitarra

sábado, 3 de janeiro de 2009

ANJOS CAÍDOS DE PHIL JOANOU (1990, ORION PICTURES)


Finalmente os canais TVCine, que já mudaram de nome para aí umas 50 vezes, puseram um clássico muito pouco reconhecido. A história pode ser repetitiva, muito em causa do Óscar que Francis Ford Copolla ganhou com o padrinho, que definitivamente marcou o género dos filmes do crime organizado, que por mais usados que possam parecer, nunca ficam de «demodé». Para um filme deste género singrar não pode nunca faltar um grande elenco. E se o viram talvez ainda coloquem mais em dúvida a originalidade do excelente Departed: Entre Inimigos.
Neste momento, Sean Penn, Ed Harris, Gary Oldman e Robin Wright são potenciais estrelas em ascensão. De facto, já o são, apenas lhes faltam os Óscares de melhores actores que viriam a ganhar. O talento está lá, em particular o de Gary Oldman, o irmão do chefe do clã criminoso irlandês de Nova Iorque - Frank Finnerley - personificado na pele de Ed Harris.
Sean Penn é Terry Noonan, um americano de descendência gaélica, com fortes ligações à terra de S. Patrício. Subitamente regressa, sem avuiso prévio, encontrando-se com Jack Finnerley (Gary Oldman) num bar de um bairro de Nova Iorque controlado pelos Irlandeses. Cedo nos apercebemos que Noonan se quer infiltrar na organização da máfia irlandesa, quando o seu melhor amigo lhe conta que o seu irmão mais velho é agora líder do clã. Frank desconfia deste regresso repentino de Noonan e está preocupado com o seu passado, sobretudo, proque Noonan esteve envolvido num tiroteio num negócio de droga. Parece-nos um Billy Costigan Jr. (Leonardo DiCaprio) de Entre Inimigos, só que 16 anos antes, e não estamos em Boston mas em Nova Iorque.
A construção é sempre a mesma, entre todos os filmes de gangsters, e encontramos sempre um com vários parafusos a menos (Gary Oldman em Anjos Caídos e Joe Pesci em Tudo Bons Rapazes, Ray Winstone em entre Inimigos), mas agarram-nos sempre até ao fim, com uma imensa brutalidade. Noonan começa a fazer pequenos trabalhos, intimidações, destruição de propriedade alheia, extrosão, ou até, um eventual «acidente» pessoal. Depressa reata laços com o seu passado esquecido, tal como a juventude de Jesus, ninguém sabe o que Noonan fez durante 10 anos, o que preocupa todos os Finnerley, até Kathleen (Robin Wright Penn), o seu primeiro amor, que acaba por os reenvolver.
Durante o filmne denotamos a densidade psicológica que envolve, pois ele é um polícia envolvido infiltrado no clã dos seus amigos mais intímos. A culpa acaba por corromper a sua sanidade, e deixá-lo num desespero, num confronto entre cumprir o seu dever e a lealdade aos seus amigos. Lealdade que rápidamente será substituída pela vingança, quando a sobrevivência no mundo do crime organizado impede a existência de laços de amizade e afecto mesmo entre a família.
Apesar de os filmes de Gangsters serem estruturalmente similares, os finais podem nem sempre coincidir, embora sejam sempre fatais. Até há cenas de igual brutalidade e míticas, como o banho de sangue no bar de Nova Iorque. Nenhum filme de Gangsters pode sobreviver sem um grande elenco e State of Grace/Anjos Caídos, é um exemplo claro disso.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009