terça-feira, 27 de janeiro de 2009

OPETH - WATERSHED (2008, ROADRUNNER RECORDS)
Começo o ano novo com lançamentos do ano velho. Mas por ser um dos trabalhos significativos e com um constatnte nível de produção, não apenas em quantidade, mas também em qualidade, torna-se necessário para mim mencionar os respeitáveis bastiões do Death Metal progressivo sueco - Opeth. Durante algum tempo vi-me forçado a rejeitar a voz de monstro-demónio gutural de Mikael Äekerfeldt. só depois de reconhecer os seus malabarismos vocais, e as suas capacidades melódicas, abracei os Opeth como exploradores e percusores de um novo legado, bastante bom para o metal progressivo.
O metal escandinavo sempre revelou as suas especificidades, muito ligadas à música clássica, e ao virtuosismo técnico, para além de contos de fadas ocultos e trágicos, brilhantemente incoporados no seu génio instrumental. Os Filandeses Nightwish são também exemplo desse lado feminino.
Os Opeth granjeiam mais a audiência masculina, embora haja muitas senhoras apreciadoras do seu género. Não deixam de perseguir as longas composições que são evidência da sua maneira de tocar. No entanto, deixam as suas compisções mais agressivas e exploram o seu lado mais melódico. Burden é disso exemplo, uma balada bastante sentimental e bem construída ao nível de uma Widow dos Mars Volta ou de Hollow Years dos Dream Theater, que lhes concedeu algum reconhecimento mais abrangente no público, não apenas do metal em geral, mas mais alargado. A mesma sofreu alguns cortes de edição especial de rádio. Houve também um corte ligeiro em longas partes instrumentais, e uma maior presença vocal, para se tornar mais acessível ao público. Daí que muitos novos ouvintes comecem a estudar os Opeth por Watershed, bastante mais simpa´tico do que Still Life ou Lamentations por exemplo. Coil é uma baertura um pouco estranha, bastante interessante por sinal. Curat e concisa com um harpejo de guitarra bastante apelativo, a apelar a uma lado mais sensível dos Opeth. Nota-se uma aproximação ao Metal progressivo do que o Death Metal de onde são oriundos. Culminando numa tradição celta, ao som da voz de Natalie Lorichs.
Heir Apparent, é a ruptura, que agrada aos fãs tradicionais de Opeth. Com riffs intensos, e avoz demónio de Äekerfeldt. A estrutura é tradicional ao som do guitar shredding, e as mudanças de ritmo e de andamento típicas da música clássica. Os Opeth não quiseram que este álbum quebrasse com aquilo que os define, o que faz com que o álbum agrade tanto a Grefo quanto troianos, mesmo os mais fundamentalistas, relutantes em aceitar algum experimentalismo por parte da banda.
Esperemos que doravante, quem pensar na Suécia não se lembre apenas de Volvos e Abba.

1 comentário:

Anónimo disse...

naah... a suécia lembra-me sempre os the knife. e o ikea.