segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

DIXIE DREGS - LIVE AT MONTREAUX 1978 (EAGLE RECORDS)

Este é um dos raros casos em que encontramos um «concerto-documentário» em execelentes condições video e audiográficas, sobre uma das bandas mais negligenciadads de sempre e imerecidamente. Apesar de curta duração. o DVD contém não só um excelente relato desta banda desconhecida como também a presença no famoso festival de Jazz de Montreaux, numa altura em que o movimento de fusão, Jazz/Rock estava muito em voga.
O desconhecimento dos Dixie Dregs, mesmo pelos fãs de música erudita não é por acaso. Cedo as discográficas começaram a pressionar estes virtuosos e talentosos músicos a integrarem vozes nas suas texturas, abandonando a sua componente totalmente instrumental. Como foi previsível que essa tentativa seria um certo fracasso.
Live at Montreaux segue o melhor alinhamento dos Dixie Dregs na fase dos anos 90 com a sua melhor formação, o lendário Rod Morgentsein a acompanhar o seu camarada de armas e fundador da banda Steve Morse (o futuro com os Deep Purple ainda era distante). A juntar-se à companhia estvam ainda o baixista, fundador e porta-voz da banda - Andy West - que contactava com audiência silenciosa e os virtuosos introvertidos. Mais pacatos estavam o "Pagannini" norte-americano - Allen Sloan e o passageiro Mark Parrish, que nem chegou a aquecer o lugar (mais tarde este lugar viria a acolher um dos virtuosos de Julliard School of Music, Jordan Rudess dos Dream Theater).
Night of the Living Dregs viria a acolher grande parte do alinhamento. Curiosamente um álbum de originais totalmente gravado ao vivo. Patchwork e Punk Sandwich encantam os ouvidos dos helvéticos, que inseridos numa cultura europeia estão habituados a uma grande exigência musical e técnica. Pensamos por vezes ser dificíl compatibilizar tantos solistas em palco, tanto a guitarra tradicional ponto de partida, para solos ecléticos e harmónicos versáteis, e o tradicional violino que insere naturalmente música folclórica e o velho blues na composição. Os Teclados dão um ar muito progressivo e espacial, que criam uma harmonia naquele frenesim de notas totalmente instrumental. Leprechaun Promenade é mais um tema do inesquecível álbum que se sucederia. Até parece que o compuseram totalmente na estrada.
Rod Morgenstein é também um competidor, sendo o baixo de Andy West quase que o moderador, no entanto desnecessário, porque embora a música se verse na improvisação, e nos solos sucessivos do instrumentos, cada músico sabe conceder o espaço aos restantes e parece existir uma química muito intensa entre o trio do rock Morse-Morgenstein-West. Cedo nos apercebemos que a natureza dos Dregs é mesmo a absorvência da audiência pelos instrumentos em si, sem qualquer necessidade de vocais, quaisquer que eles sejam.
Um excelente documentário-concerto que capta tanto o melhor de uma geração, como de um movimento musical, como de uma banda.

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