domingo, 1 de março de 2009

VICKY CRISTINA BARCELONA DE WOODY ALLEN (2008)


Ontem rompi a minha longa relação de ausência com uma sala de cinema. Embora o meu interesse se mantivesse vivo, a impossibilidade deregressar a um bom sofá numa sala escura foi impossível. Não era o filme que mais esperava ver, dentro do leque de bons filmes que se estreavam no cinema. Até porque me mantenho um pouco à margem do mito Woddy Allen, cujo fétiche por loiras é explicito.
Parece que quanto mais envelhece, mais rebarbado se torna, sem ofensa. O talento de Woody para renovar e dar ao cinema empre uma nova prespectiva mantém-se incólume. Os planos e um argumento cativante hão-de ser sempre marca do mestre norte-americano que apesar da velhice demonsgtra sempre um encanto com quem trabalha com ele.
O mito entre as relações do mesmo sexo despertou o interesse de Woody que quis à sua maneira independente retratar o culto entre os homens. Mais do que sobre amor o filme é sobre paixão. Desta vez o cenário é o escaldante ambiente mediterrâneo. Allen arquitecta os planos para o seu próprio Don Juan. Não é à toa que Barcelona é a designada capital munidal do sexo. este vulgo libertino e um pouco boémio, mistura-se na criatividade artísitca e a paixão pela arte. Pelo meio ficam frases bonitas e marcantes sobre algo incompreensível - o amor. O amor devia ser mais como o pai de Jaun António (Javier Bardem) fechado nas palavras do próprio, enclausurado e entesourado pelos enamorados. Nesta dissertação fica por preencher o equilíbrio ideal à própria felicidade e muita intimidade exposta. Felizmente, Woody não o transforma num filme para auto-masturbação. Porque a filosofia de vida e o pensamento de Allen estão sempre presentes.
A concepção de Vicky (Rebecca Hall) sobre o amor estável e o conflito da paixão inesquecível, dão lugar ao desprendimento de Cristina (Scarlett Johannson) na procura do amor pela negação, pelo seu oposto. Analogicamente, o mesmo se tem dito do bem absoluto, apenas o mal pode ser definido em absoluto, encontrando-se o bem por exclusão de partes.
Nisto tudo fica a atracção natural, comummente a paixão e o egoísmo de satisfação própria, no máximo é o que acontece a Juan António, perdido sem o amor absoluto, a sua alma gémea, se é que se pode definir tal coisa, Maria Elena (Penélope Cruz), que conseguiu transformar de uma maneira peculiar, o dramatismo da personagem, num humor caricato, daí, talvez, o Óscar.
No seu estilo característico e original, aproveitando algumas influências de artistas mais novos, principalmente Tarantino com a presença forte de diálogos femininos, Woody vai conseguindo recriar-se e manter o cinema com um nível interessante e uma conexão importante com aquilo que deve ser essencial à 7ª arte, uma boa representação, um bom argumento e uma boa realização.

1 comentário:

Anónimo disse...

não é um filme excelente, mas cumpre muito bem o seu papel.
gostei muito