quinta-feira, 12 de março de 2009

O ESTRANHO CASO DE BENJAMIN BUTTON DE DAVID FINCHER (2009, WARNER BROS.)



Tal como a própria estória, ou conto de Scott Fitzgerald, o filme em si é uma adaptação bizarra. Eu diria que é uma versão moderna, ou se calhar, mais um filme do género preconizado por Forrest Gump de Robert Zemeckis, mas que morreu ao pé da praia. Porponho como género a designação ficção biográfica (ou então épico biográfico), porque é isso que se trata, tal co mo Forrest Gump, um filme sobre a vida de um sujeito.
Só que para se desnvolver uma estória com cabeça, tronco e membros, é preciso que a personagem tenha uma vida interessante, ou factos interessantes para narrar. Isso aconteceu com Forrest Gump. Na altura, Forrest atravessou todo o período pós- II Grande guerra, com dificuldades de compreensão e cognição e, de facto, Forrest tinha uma vida interessante. Benjamin Button também nasce em situações controversas, só que a sua vida desenrola-se tal e qual como o planeta Vénus, ao contrário da ordem natual ou comum das coisas. Em vez de envelhecer, Benjamin rejuvenesce. E as surpresas acabam por aqui. Digamos que vai um pouco mais além dpo que Forrest Gump em caracterizar um ser estranho, só que desta feita é um ser bizarro. É uma ideia diferente, meramente especulante, mas o filme dificilmente se torna cativante, sobretudo porque caracteriza demasiado a vida de uma pessoa tem pouco mais para contar além disso, o facto de rejuvenescer. Além do que à semlhança de Forrest Gump (só que este com sucesso), as personagens mais interessantes são as secundárias, e o protagonista inerte. Acaba por ser apenas o elo comum entre os vários deuteragonistas que deambulam pela estória.
Os bastiões do filme acabam por ser a caracterização técnica e os efeitos especiais. O facto de os actores manterem os emsmos traços caracterísitcos e serem alvo da acção dos tempos é um reconhecimento que tem de ser efeito. O filme culminou por ser o derradeiro teste de ensaio para uma tecnologia como esta. Em tudo o resto, o filme parece-me aquém das expectativas. Mesmo o camaleão Cate Blanchett não salva o filme, se bem que ela consegue ter uma marca distintiva no filme. Mais uma vez o que se pretendia era realçar o envelhecimento e o rejuvenescimento, ou seja a passagem do tempo no corpo humano. A estória que até é interessante acaba por ser um pouco manipulada para esse efeito. Falta-lhe a dinâmica, o estímulo, mas é estendida e adaptada a contextos que servem mais o propósito tecnológico do que relatar a visão artística de Scott Fitzgerald. David Fincher apenas aproveitou a estória para ter uma base artísitca minimamente sustentável do seu argumento, caso contrário qualquer um poder-se-ia ter lembrado de um índivivduo que nasce velho e morre novo, correndo contra a ordem natural das coisas.
Brad Pitt se fosse um actor mais versátil, poderia elevar o filme ao patamar último. Isso não acontece porque falta-lhe a emotividade, e sobretudo menos silêncios. Dái que nos deparemos com um falso protagonista, e como se pode ver vários foram os momentos de diálogos que poderiam ter sido aborados e discutir realmenmte o problema filosófico do tempo e talves, consequentemente, o destino. Por sua vez o filme fica preenchido com alguma «filosofia barata» (odeio esta expressão) sobre o destino ou até a morte. Ou melhor de filosófico não tem nada, mas sim opiniões triviais e de senso comum sobre assuntos tudo menos leviano. Sendo tocados aqui e ali, de modo a enobrecer, ou tentar enobrecer o argumento.
O estranho caso de Benjamin Button acaba por ser bastante regular e ainda que medianamente bom, torna-se enfadonho e cansativo, e ao fim de 3 horas estamos à espera de ver o nado morto
Por mais respeito que tenha por Brad Pitt, o queé facto é que ele não consegue tornar a personagem cativante, é demasiado passiva, porque apesar da pessoa ser tudo menos normal, ela acaba port ser aceite com normalidade, e aliás são poucos os personagens que têm conhecimento do seu envelhecimento. Ao passo que Forrest Gump teve de enfrentar

1 comentário:

ricardo disse...

Saudações!
Percebo o que tentas dizer, mas não posso deixar de dizer que discordo contigo:
David Fincher tentou ir mais além, ao invés de dar revelo aos personagens como fez nos filmes Se7en, Fight Club e Zodiac, ele foca-se nos "momentos chaves" da vida de um ser humano (mas no sentido inverso, já que Benjamim rejuvenece), daí que perceba o paralelismo que tu fazes com o Forrest Gump (que ganha mais por ter uma base sustentável, visto partir de factos real: guerra do vietnam, etc,etc). Entendo o filme do Davis Fincher como uma metafora tal como é o conto "Christmas Carrol" de Charles Dickens...mesmo cheio de "filosofia barata", não posso deixar de gostar.
Abraço e bem-hajas por teres criticas construtivas,
r.