quarta-feira, 4 de março de 2009


U2 - NO LINE ON THE HORIZON (2009, INTERSCOPE RECORDS)


Com grande estrondo e aparato mediático os U2 entram em 2009. Se tocar no dia anterior à tomada de posse de Obama, em plenoa Lincoln Memorial foi inédito, então a platina logo no dia de estreia do álbum, com controlo de fugas para a net, foi o golpe comercial do ano.
Os U2 são sem sombra de dúvida, uns Rolling Stones na criação, ou melhor já são. Uma autêntica máquina de fazer dinheiro, aliás eles insistem nessa comparação com Paul Hewson (Bono) a afirmar que a única diferença entre ambas as bandas é que a relação Keith Richards/Mick Jagger não sobreviveu à passagem do tempo. São com certeza aquilo que a Irlanda tem de mais superficial para oferecer e sofrem de um egocentrismo crónico. Eles fazem-se o centro das atenções, mais na política do que na música, querendo emanciapr-se a diplomatas roqueiros, com um padrão moral acima da média. a banda nunca mudou de formação e continua a querer facturar. Dave Evans (Edge) afirma inclusive «nunca lhe interessou ser famoso por ser famoso..», mas a fama e o lucro fabuloso era algo que lhe atravessou o espírito e delineava-o no horizonte como um objectivo na sua carreira.
Posso estar a ser excessivamente crítico, mas eu só quero desmistificar um pouco o culto dos U2. Se observarmos a última sessão fotográfica, o quarteto irlandês parece um daqueles grupos de rappers norte-americanos num contexto rock, com óculos galantes, adereços de ouro e diamante e tudo mais. A exuberância parece estar-lhes no sangue e, no entanto são pela paz e pela protecção da pobreza. Por mim tudo bem.
Eu sou conforme à opinião do The Edge, acho que eles deveriam definitivamente voltar a ter aulas de música. Tentaram elevar a qualidade muscial, porque é isto que os ouvintes hoje procuram, em termos padrão. Algum prodífgio técnico. Não admira que as bandas clássicas façam capas de revista musicais. O revivalismo não é apenas simbólico, é também um apelo a um certo melhoramento da qualidade técnica. Sendo os U2 um produto dos tempos reflectem essas tendências., Daí que tenhamos uma maior agressividade com riffs mais distorcidos e crus, e alguns acordes bens construídos por The Edge que é o centro da criação artísitca da banda. Bono insiste em fazer passar o seu potencial musical e algum crédito tem que lhe ser dado, conseguiu construir a sua própria marca de voz.
Esta alteração de tendêncis pode também dever-se à entrada do Guru musical Brian Eno, que já deixou bem distinta a sua marca enquanto produtor. As letras ambíguas , o aproveitamente de músicas tradicionais como a balada White as Snow, e algum pseudo-liricismo exacerbado, assim como um aproveitamento inteligente da electrónica em Magnificent parecem ser alguns traços influentes.
Por outro lado este álbum continua a ser muito U2. aí os rapazes têm algum mérito. Esta é uma dquelas bandas imediatamente reconhecíveis. quem houve The Edge a fazer aqueles harmónicos e riffs ecoantes sabe que se trata dos U2. Quem ouve No line on the Horizon ou Magnificent sabe disso.Praticamente lembram alguns rasgos de brilhantismo de The Joshua Tree. Embora não sejam totalmente originais, são traços típicos deles.
A secção rítmica também se pode dizer que coninua fiél a si mesma. Muito pobre. O baixo de Adam Clayton providencia algum autonomia a Edge, mas muito pouca. O baixo é simples, vazio e pouco inspirador, e o mesmo se pode dizer da bateria de Larry Mullen Jr. Serve como exemplo a Moment of Surrender.
Talvez por isso Edge não possa dar grandes largas à sua imaginação para desenvolver alguns solos. Por isso são sempre curtos, concisos, quando existem. Mas o centro das atenções dos U2 sempre foi e será a voz. Embora com limitações, os U2 conseguiram marcar o seu espaço musical e a sua criatividade téncia. E isso marca pontos para a equipa deles.

1 comentário:

ricardo disse...

saudações!
gostei do teu post: escreves tudo o que tb penso sobre os U2, mas jamais o conseguira escrever ou dizer. Bem, aos U2 só lhes falta mesmo um filme biográfico realizado pelo Martin Scorsese para se igualarem aos Stones.

:)

abraço e continua os excelentes posts!
r.