segunda-feira, 30 de março de 2009

DAZKARIEH - HEMISFÉRIOS (2009, SONS DA MÚSICA)


Foi com alguma estranheza que em meados de Agosto de 2008, em pleno Castelo de Sesimbra, vi os Dazkarieh pela 1ª vez, em muito tempo, depois de uma forte digressão pela Europa Central e de Leste. Vasco Ribeiro Casais tinha cortado a sua farta cabeleira, Baltazar Molina tinha saído, e o conjunto de percussão tinha sido substituído, vejam lá, por um arrajo de bateria. Um jovem de Viseu, contava Vasco em pleno concerto, tinha aparecido nas audiências para um substituto de Baltazar. A mudança deixou-me um pouco apreensivo, e o som da tarola deixou-me um pouco fora do ambiente tradicional dos Dazkarieh. Não podemos negar que, apesar da mudança, o grupo adaptou-se bem à nova secção rítmica.
Cedo soubémos que a folga não era prolongada, com o grupo tradicional a querer ingressar já no estúdio para compor novos temas. O experimentalismo e as novas tendências no seio do grupo, com Vasco e Luís Peixoto a aproveitarem as capacidades distortivas dos instrumentos semi-acústicos, a calmaria deixou de ser o paradigma, para o ruído ser incorporado, paulatinamente e até abruptamente no som do grupo. Os bouzoukis e os cavaquinhos passaram a ter um vertente cura e despida, e quem pensaria sacar aquelas malhas de baixo em Lua Imersa.
Contudo, nem tudo é mudanças, que nem sempre são positivas. A atitude de Joana Negrão e o respeito perpétuo pela Língua Portuguesa permanece, fazendo um levantamento louvável dos cantares que permanecem na nossa cultura popular e tradicional, com especial destaque para as Adufeiras da Beira Baixa, pela qual Joana nutre um grande influência.
Se Caminhos Turvos, entoa uma raiva melancólica, num desespero, Lua Imersa, apela ao misticismo popular caracterísitco, que dá uma certa nostalgia mísitca pela cultura popular portuguesa. E mesmo assim Vasco Riberio Casais consegue incoporar a distorção em pleno, mais o seu camarada Luís com os acordes acústicos. Tal como Varatojo se esforçou por dominar e electrizar a eterna Guitarra Portuguesa, Vasco e Luís fizeram-no pelo Cavaquinho.
Mas se Incógnita Alquimia tinha uma certa queda para a instrumentalidade, Hemisférios aproveita as capaciades vocais pelnas de Joana Negrão e o estreante André Silva faz um bom trabalho em incoporar-se na sonoridade do grupo, de um modo bem orgânico. Os fãs de Rosa de Lava não terão dificuldade em aceitr as novas virtudes da mísitca do grupo, em que tanto sabe dar presença, como deixar preencher o espaço na medieval Longe, em Segredo, que merece um Convento de Cristo para a receber.
Como sabemos, a ligação dos Dazkarieh à nossa cultura. Este duplo cd, reserva «uma metade do cérebro» para a exploração das sonoridades tradicionais do nosso povo. Este levantamento reciraitvo dos Dazkarieh, merece por si só o nosso aplauso, com harpejo e melodias que aos nossos ouvidos nos vão parecer estranhamente familiares. Estas sonridades percorrem todo o rectângulo lusitano e alguns são exclusivamente dedicados ao entoar de instrumentos clássicos já esquecidos, como a Sanfona. Assim temos a Ode burlesca de Eras Tão Bonita ou o tradicional Baile da Meia Volta. Ou até mesmo o enbriante Borda D'Água, tão caracterísitco do nosso quotidiano popular. Por reiventarem aqilo que é tão nosso e tão esquecido, os Dazkerieh merecem os nossos maiores louvores.

sexta-feira, 27 de março de 2009

JOE SATRIANI e SAMMY HAGAR FUNDAM NOVO SUPER GRUPO

Joe Satriani e a sua paixão pelas 6 cordas levou-o a abandonar temporáriamente o plano G3 e fundou com outros maníaco da guitarra como o famoso Sammy Hagar, o baterista de Red Hot Chilli Peppers Chad smith e o baixista dos Van Halen, Michael Anthony formam os CHICKEN FOOT. O novo álbum está planeado para estrear dia 5 de Junho. Vamos ver que frutos há-de dar esta joint venture....

domingo, 22 de março de 2009

QUEM QUER SER BILIONÁRIO? DE DANNY BOYLE (2008, WARNER BROS. PICTURES)


Qual a receita para um filme de sucesso e de premiação brutal pelos Óscares?

Ao que parece nem o próprio Danny Boyle esperava que lhe saísse este Ás de Espadas para o Óscares. Nem ele, nem os cinéfilos mais ortodoxos, mas Quem Quer Ser Bilionário superou tudo e todos com uma fórmula um pouco estranha. Quem vê o filme reconhece o estilo de boyle, mas esta longa-metragem é tudo menos convencional.
Quererá isto dizer que Hollywood que já piscou o olho ao cinem alternativo, está pronta para enveredar em Bollywood? Não creio, pelo menos por enquanto.
De entre os filmes eleitos, Slumdog Millionaire era certamente o melhor. Pelos menos para mim. Em Milk, que ainda não examinei, potencia-se o talento de Sean Penn, tarde, mas longamente reconhecido. Apenas nos seus 40 ganhou o Óscar de melhor actor secundário em Mystic River. Mais um liberal a figurar nos quadros de uma das academias mais conservadoras do cinema. Por enquanto as grandes produtoras têm sido afastadas das luzes da ribaltaneste caso, ou será que não? No fim de contas o prémio mais importante, o de Melhor Filme, é-lhes entregue, aos produtores.
De qualquer modo, podemos estar orgulhosos pelo facto de a União Europeia ter contribuído para o prémio de Melhor Filme, e ter sido bastante bem conseguido do ponto de vista técnico e artístico. É estranho ter sido prémio de Melhor Filme e não melhor filme estrangeiro, visto que os grandes estúdios apenas contribuiram para a distribuição do filme.
A realização é completamente Danny Boyle e, só por isso, já merece ser distinguido. Pela maneira mordaz, ríspida e crua, para além do humor característico que introduz nos seus filmes.
O filme é baseado na obra de Simon Beaufoy, que outrora completamente desconhecido, preenche a totalidade das estantes de livros comerciais. Também como Jamal, o protagonista, o livro ganhou a sua pergunta de 20,000,000 rúpias, ser adaptado para um bom filme. Provavelmente a fórnmula pode até nem ser nova, mas parece nova e está bem contruída. quem ousaria pensar que um miúdo das favelas de Bombaim, mais tarde Mumbai, conseguiria ganhar o programa cujo prémio favoece a cultura geral. Salim mal sabia ler, mas algo lhe guiou pirâmide acima até conseguir o «real prémio».
Quando tudo se despoleta nós ainda não temos acesso aos intentos de Jamal, vamos conhecendo o seu percurso, à medida que a pouco-criticada-Índia por desrespeito aos alegados Direitos Humanos, interroga de forma violenta, um pequeno chavalo que serve chá num centro de atendimento de chamadas.
Não que ele já não estivesse habituado à dor. Ele conhece-la e bem. E da mesma maneira que Renton mergulha na sanita da casa de banho mais porca da Escócia, Salim mergulha no esterco para ter um autografo do seu ídolo. Salim o seu irmão esfoçou-se para que o seu irmão mais novo nadasse na merda para o conseguire, no fim acabou por lucrar com o infortúnio do mesmo. Muitos episódios caricatos ocorrem pela vida de Jamal, muitos menos engraçados, muitos infelizes que por mero acaso, intencional ou não, marcam a resolução das respostas.
Estas coincidências e a análise imporbabilísitca do Destino fazem com que a estória, o conto seja singular. E depois, um pouco de romance, não superficial, mas profundo marcam o filme. Não só o amor carnal e até um pouco platónico, mas o amor-ódio fraternal entre Jamal e Salim que quer dar o instinto protector, e ser o patrono da família envereda-o por maus caminhos. Irwin Shaw foi decididamente uma referência para Beaufoy.
Apesar de filmado integralmente na Índia e querer retratar a dureza do cenário, do espaço circundante, o estilo de Bollywood ficou arredado até aos créditos finais. Que como seria de esperar colaram os espectadores aos sofás. De uma maneira irónica Boyle não deixou de pegar nesse aspecto. Ao que parece Bollywood não é ignorada mais pelo cinema ocidental.
Este aspecto realista e crítico estende-se mesmo ao prórpio elenco. É assim que a pequena Rubina Ali representa a alma-gémea de Jamal em criança, uma pequena criança dos bairros límitrofes de Bombaim.
Os restantes actores, sobretudo as crianças, integram-e bastante bem e conseguem impulsionar o filme de uma maneira plenamente autêntica. A ingenuidade, a perda precoce da inocência, a hisatória de Caim e Abel reinventada, esta mistura fina de elementos, de uma maneira especial fizeram de Quem Quer Ser Bilionário uma receita de Óscares, mostrando a crueldade e a brutalidade do que é nascer na probreza extrema material e morrer na pobreza de espírito.

quarta-feira, 18 de março de 2009

BONS LIVROS SEMPRE À ESPREITA....

De repente vi através do canto da córnea do meu olho esquerdo, no meio do frenesim de plena circulação do metro, uma pequena estante de livros. Os pequenos obejectos de colecção de forma rectangular com uma pequena imagem na capa e de várias cores eram os clássicos portugueses. Oh.... como me lembro das aulas de Português-A, as velhas aulas de Português, em que comentava o rico substrato da Língua Portguesa.

Pois todos os textos que vinham nos manuais, tenho a nata, praticamente, em livro, podendo esfolhear, analisar as figuras de estilo, as categorias semânticas, morofológicas e sintáticas, o sentido denotativo e muito conotativo de cada elemento da lírica portuguesa e não só. Havia muitos por one escolher, mas acabei por negar a prosa de Mário Sá-Carneiro. O que me interessava era apenas a poesia. Como não conhecia o despoletar da Geração de Orfeu com a poesia finissecular de Camilo Pessanha, deixei-o para outra oportunidade. Fiquei pelo Fundador da nossa língiua Luiz de Camões e a mestria do ortónimo pessoano em A Mensagem, que foi sempre o que mais me fasxcinou. Mas o ego feminino não ficou de parte.

Trouxe a melancolia e a paixão soberbas de Florblea Espanca que para mim tem uma simbologia deveras especial. Foi no Externato de seu nome que eu tomei conhecimento com a língua portuguesa, nossa pátria-mãe como diz Fernando Pessoa. Posso dizer que é o mais volumoso.

Atravessando o momento mais estrito do regime, viver naquela altura era tudo menos fácil para as mulheres. Por isso pego com respeito em excertos do Livro de Soror-Saudade, do espírito apaixonado, o anseio libertador fatalista. De certa maneira, Florbela é uma Antero de Quental novecentista. O romantismo continua lá, mas num contexto bem mais bucólico, lembrando as paisagens virgens não raramente alentejanas, onde o suor dos trabalhadores era vertido em cada minuto. A vida dura e muitas vezes assaz.

De Camões o brilhantismo e génio renascentista, a paixão do herói nos sonetos Amoroso. Claro que constaria poemas como o Amor é Fogo, que exponenciou ó seu génio lírico e enriquecinmento da língua portuguesa. A língua portuguesa é, sem dúvida a língua de Camões. Dá razões para ter orgulho.
De Fernando Pessoa obrtemos a nossa (quase) 2ª epopeia. ao contrário de Os Lusíadas, A Mensagm é uma obra épico-lírica, por se desviar dos padrões formais rigídos que caracterizou a Geração de Orfeu, mas que caracterizava o classicismo e o parnasianismod e Cesário Verde. Outro elemento relevante desta colecção impressionante....

sábado, 14 de março de 2009

Trent Raznor sobre o novo álbum de Chris Cornell


Leiam o que diz Trent Raznor sobre o novo álbum de Chris Cornell. Cheio de eufemismos no mínimo. Acreditam que ele e o palhaço do Timbaland queriam fazer um disco inspirado nos Pink Floyd. Devia haver um 2º mandamento para isto, Não invocar o nome dos Pink Floyd em vão. Jesus, e este cromo (Cornell) queria alinhar numa digressão com os Led Zeppelin. Vade retro, Santanás.

sexta-feira, 13 de março de 2009

CHRIS CORNELL - SCREAM (2009, UNIVERSAL RECORDS)
Na capa vê-se Chris Cornell com botas Doc Martens (provavelmente) calças de ganga, camisa desbotada num salto de frustração e euforia, pronto para esmagar uma guitarra eléctrica. Só tenho um palavra para o novo disco de Chris Cornell, nojo, aliás só se esperava uma merda desta envergadura se Timbaland fosse o produtor. Uma imagem destas tão básica como fronte de um LP só pode significar ruptura e quem houve o disco vê logo no vira-casacas que Chris Cornell se mostrou e o facto de a sua carreira a solo ser fraquinha e espero no Alive se limite a fazer covers das suas antigas bandas. Se para os ortodoxos Audioslave era decpcionante, que eu francamente discordo, então recomendo-os vivamente a evitarem este disco, a sério é uma mancha muito negra.
Quando comecei a ouvir as primeiras faixas, Part of Me e Time levantaram-se dúvidas, até porque nunca se sabe quando se saca um cd de um rpograma de partilha de ficheiros. até parece que estou a imaginar o velho Chris, todo garanhão a pensar que nesta hora está a rockar as discotecas mais badalhocas do distrito. Acreditem, é isso que deve estar a acontecer ou prestes a acontecer. Alguns nesse momento de devaneio e alienação hão-de pensar que no canto remoto da sua memória, aquela voz se há-deparecer com outra que já ouviram. Seria melhor pensar que era pura coincidência, mas não.
A ruptura é bem explicíta, se o rock já está por detrás das costas, então o Grunge para Cornell nunca exisitiu. Desculpem-me a raiva, mas é que eu sou daqueles que ainda considera os Soundgarden o coração do Grunge, e uma das melhores bandas dos finais de 80 e anos 90. Cresci a vibrar com Beyond the Wheel, Hans All Over, Outshined e a curtir o Screaming Life/Fopp EP.
A sério quando ouvi esta bosta (que não tem outro nome) penswei que estava noutro mundo. Imaginem que estão num cruzamento e aquele que, supostamente, era o líder de um grupo entre os melhores herdeiros dos Black Sabbath, a ser ouvido por um chunga num carro todo azeiteiro com propensões a tunning. Estão a detectar o paradoxo.
E isto não é o pior. Cornell pensa que está a ser experimentalista, chamem-lhe um Phill Collins dos tempos modernos (felizmente que os Soundgarden nunca foram afectados por esta crise). Metendo efeitos, misturandso com couros Gospell. Tal como existe matéria e anti-matéria, isto é prova de que existe anti-música. Destruir coisas boas que foram feitas anteriormente. Para além disso Cornell deixou que interferissem no seu processo criativo, se é que há algum, copiando as batidas do andrajoso Timabaland e mais esta porcaria do Hip/Hop Rn'B. Têm dúvidas oiçam Long Gone ou Take Me Alive. Sinceramente é venha o diabo e escolha porque é tudo m***a do mesmo saco. Se alguém pondera ver Chris Cornell dia 11 de Julho, não o faça se for fã da velha guarda, ou pelo menos não á lá por esse motivo. Como diz o meu camarada André, isto vai directamente para o caixote do lixo, se o tivesse comprado. São estes factores que jogam a favor dos programas de partilha de ficheiros. Podemos exercer os nossos direitos de Consumidor antes de efectuarmos a compra. Saber o que é esterco, antes de o comprar. Meus ricos €20, estão a salvo no meu bolso.

quinta-feira, 12 de março de 2009

O ESTRANHO CASO DE BENJAMIN BUTTON DE DAVID FINCHER (2009, WARNER BROS.)



Tal como a própria estória, ou conto de Scott Fitzgerald, o filme em si é uma adaptação bizarra. Eu diria que é uma versão moderna, ou se calhar, mais um filme do género preconizado por Forrest Gump de Robert Zemeckis, mas que morreu ao pé da praia. Porponho como género a designação ficção biográfica (ou então épico biográfico), porque é isso que se trata, tal co mo Forrest Gump, um filme sobre a vida de um sujeito.
Só que para se desnvolver uma estória com cabeça, tronco e membros, é preciso que a personagem tenha uma vida interessante, ou factos interessantes para narrar. Isso aconteceu com Forrest Gump. Na altura, Forrest atravessou todo o período pós- II Grande guerra, com dificuldades de compreensão e cognição e, de facto, Forrest tinha uma vida interessante. Benjamin Button também nasce em situações controversas, só que a sua vida desenrola-se tal e qual como o planeta Vénus, ao contrário da ordem natual ou comum das coisas. Em vez de envelhecer, Benjamin rejuvenesce. E as surpresas acabam por aqui. Digamos que vai um pouco mais além dpo que Forrest Gump em caracterizar um ser estranho, só que desta feita é um ser bizarro. É uma ideia diferente, meramente especulante, mas o filme dificilmente se torna cativante, sobretudo porque caracteriza demasiado a vida de uma pessoa tem pouco mais para contar além disso, o facto de rejuvenescer. Além do que à semlhança de Forrest Gump (só que este com sucesso), as personagens mais interessantes são as secundárias, e o protagonista inerte. Acaba por ser apenas o elo comum entre os vários deuteragonistas que deambulam pela estória.
Os bastiões do filme acabam por ser a caracterização técnica e os efeitos especiais. O facto de os actores manterem os emsmos traços caracterísitcos e serem alvo da acção dos tempos é um reconhecimento que tem de ser efeito. O filme culminou por ser o derradeiro teste de ensaio para uma tecnologia como esta. Em tudo o resto, o filme parece-me aquém das expectativas. Mesmo o camaleão Cate Blanchett não salva o filme, se bem que ela consegue ter uma marca distintiva no filme. Mais uma vez o que se pretendia era realçar o envelhecimento e o rejuvenescimento, ou seja a passagem do tempo no corpo humano. A estória que até é interessante acaba por ser um pouco manipulada para esse efeito. Falta-lhe a dinâmica, o estímulo, mas é estendida e adaptada a contextos que servem mais o propósito tecnológico do que relatar a visão artística de Scott Fitzgerald. David Fincher apenas aproveitou a estória para ter uma base artísitca minimamente sustentável do seu argumento, caso contrário qualquer um poder-se-ia ter lembrado de um índivivduo que nasce velho e morre novo, correndo contra a ordem natural das coisas.
Brad Pitt se fosse um actor mais versátil, poderia elevar o filme ao patamar último. Isso não acontece porque falta-lhe a emotividade, e sobretudo menos silêncios. Dái que nos deparemos com um falso protagonista, e como se pode ver vários foram os momentos de diálogos que poderiam ter sido aborados e discutir realmenmte o problema filosófico do tempo e talves, consequentemente, o destino. Por sua vez o filme fica preenchido com alguma «filosofia barata» (odeio esta expressão) sobre o destino ou até a morte. Ou melhor de filosófico não tem nada, mas sim opiniões triviais e de senso comum sobre assuntos tudo menos leviano. Sendo tocados aqui e ali, de modo a enobrecer, ou tentar enobrecer o argumento.
O estranho caso de Benjamin Button acaba por ser bastante regular e ainda que medianamente bom, torna-se enfadonho e cansativo, e ao fim de 3 horas estamos à espera de ver o nado morto
Por mais respeito que tenha por Brad Pitt, o queé facto é que ele não consegue tornar a personagem cativante, é demasiado passiva, porque apesar da pessoa ser tudo menos normal, ela acaba port ser aceite com normalidade, e aliás são poucos os personagens que têm conhecimento do seu envelhecimento. Ao passo que Forrest Gump teve de enfrentar

quarta-feira, 11 de março de 2009

PORTUGAL NA ROTA DOS MELHORES CONCERTOS



Apesar de estarmos numa crise financeira profunda que afectou, em muito, a designada economia real, que na minha opinião é a única que interessa. Mesmo assim o mercado do espectáculos está em forte crescimento e expansão.

Para Alvalade, os AC/DC preenchem o interregno de 13 anos em terras lusas, desde que nos visitaram pela última vez em 1996, com Joe Satriani a abrir. só que esta «pendinha» não é acessível a todos os bolsos. Imagino o caché necessa´rio, para trazer os irmãos Malcom e Angus Young, e os seus riffs extra-ordinários. Oque lhes vale são os clássicos e as carreiras...

O Festival Alive afirma-se como um dos melhores a nível europeu. Tão forte que traz consigo muitos estrangeiros, que faz com que não se torne apenas dependente do público alvo nacional. Este ano o dia do metal foi reforçado. Como este ano não há Rock In Rio, a Everything is New implementa o seu porta-estandarte, com mais força ainda do que o dia 5 de Junho de 2008 - Metallica, Slipknot, os recém-chamados Machine Head, Lamb of God e Mastodon, fazem um dia único para o pessoal do Metal. Também temos o dia alternativo com mais um grande nome, David Mattews Band e o já confirmado Chris Cornell. Por um momento seria bom trazer os Muse para o dia intermédio.

Começa também já avançlar o alinhamento para Paredes de Coura. Nada mais, nada menos que os Franz Ferdinand como cabeças de cartaz para um dos 4 dias. A organização cojunta da Ritmos/Everything is New apostam forte na Praia Dluvial do Tabuão, que já goza como um dos melhores festivais senão da Europa, com certeza da Península Ibérica.

Nisto tudo a Música no Croação quer rejuvenescer das cinzas e trazer para a ribalta, sem sucesso por enquanto, o seu Super Bock Super Rock. Realmente nomes como a Duffy, só servem para competir para a peneirice do Rock in Rio, que trouxe Amy Winehouse. Estas manobras comerciais podem muitas vezes sair caro, por muito dos nomes não se conjugarem convenientemente e causarem dissabores. Ainda me lembro do melhor SBSR há 3 anos, em que Alice in Chains, Deftones e Tool arrasaram por completo todos os outros Festivias desse ano. Pujança de outros tempos....

sexta-feira, 6 de março de 2009

ALMA LUSITANA#1: JOÃO AGUARDELA 1969-2009 - A MÚSICA POPULAR PORTUGUESA REINVENTADA

Esta rúbrica nasceu para dar um impulso aos artistas nacionais que pela importação excessiva de cultura estrangeira são, por vezes, um pouco negligenciados.
Outra das razões foi para prestar tributo a João Aguardela que tem sido, recentemente um dos génios e maiores contribuidores para a evolução da música tradicional portuguesa.
Poucos o conhecem pelos Sitiados, projecto que fundou com a sua companheira e acordeonista da banda Sandra Baptista. Para mim, no entanto, os Sitiados nunca foram o projecto de maior relevância. Foi com a sua última banda - A Naifa - que eu vim a admirar o seu trabalho, criativo, inspirador e profundamente português e uma das colaborações mais geniais que alguma vez houve na música portuguesa Aguardela/Varatojo.
Acabou por ser um fatídico cancro no estômago que terminara com uma banda que ficará marcada como de culto para sempre.
Curiosamente, os Sitiados foram um projecto familiar, a relação Aguardela-Sandra Baptista era o coração deste projecto. começaram por ter um sucesso muito grande, demasiado grande para Aguardela. Etiquetados para sempre como a banda de Vida de Marinheiro, Aguardela esforçava-se por mostrar e promover outros temas da banda. Alguns ainda sairiam do armário como Vamos ao Circo, ou a recriação do tema do Bailinho da Madeira.
Em 1998, surgiu o projecto Megafone. Foi a partir desta altura que Aguardela viria a estabelecer um relação duradoira com um colega de fundo do rock da «geração rasca», ex-peste & sida/despe & siga, Luís Varatojo. O pano de fundo, o tema preferido de Aguardela, a música tradicional portuguesa. O experimentalismo fez regressar a electrónica e os instrumentos vanguardistas que nunca foram relevantes para os Sitiados. Lançaram apenas dois álbuns. PO ideal deste projecto era fazer do ano 1998, um complemento musical da exposição dos Oceanos, cuja memória permanece uma nostalgia recente do nosso passado. Mas volvidos estes anos todos, a liberdade revolucionária de Abril foi sempre um marco na personalidade de Aguardela que aliado ao seu comamarada Varatojo, constituíram os Linha da Frente. Colaborando com vários segmentos da música portyuguesa desde Rui Duarte dos Ramp, Viviane dos Entre Aspas e até Janeçlo dos Kussondulola, Aguardela coordenou mais um leque de talentos estrondosos, que cooperaram no seu experimentalismo.
Mas foi nos últimos anos que Aguardela criou um dos seus melhores projectos. Tal como Rodrigo Leão descobriu a maigia vocal e Teresa Salgueiro para os Madredeus Mitó (Maria Antónia Mendes) foi a pérola dos A Naifa. Com o seu camrada Varatojo a assumir a guitarra portuguesa, que se esforçou por dominar, Aguardela assumiu a secção rítmica através de um baixo tudo menos indifirente e sentido. O fado nunca foi visto por este prisma e que prisma. aliado à boa música pop, a guitarra portuguesa conseguiu fácilmente substituir qualquer guitarra eléctrica fazendo dos A Naifa uma verdadeira banda de culto inovadora. Chegaram a lançar um dos melhores álbuns de 2006 e, certamente de 2008. Todos os três álbuns de originais foram abertamente aclamados pela crítica e bem recebidos. Já na última digressão, Aguardela dava sinais de fraqueza, conjuugando os tratamentos ao maldito cancro do estômago, com concertos sucessivos. Morreu no dia 19 de Janeiro, no Hospital da Luz com 13 álbuns em 17 anos. Tens razão Mitó, um legado dificíl de ultrapassar. Um génio criativo, sem dúvida.
Ficam as saudades.

quarta-feira, 4 de março de 2009


U2 - NO LINE ON THE HORIZON (2009, INTERSCOPE RECORDS)


Com grande estrondo e aparato mediático os U2 entram em 2009. Se tocar no dia anterior à tomada de posse de Obama, em plenoa Lincoln Memorial foi inédito, então a platina logo no dia de estreia do álbum, com controlo de fugas para a net, foi o golpe comercial do ano.
Os U2 são sem sombra de dúvida, uns Rolling Stones na criação, ou melhor já são. Uma autêntica máquina de fazer dinheiro, aliás eles insistem nessa comparação com Paul Hewson (Bono) a afirmar que a única diferença entre ambas as bandas é que a relação Keith Richards/Mick Jagger não sobreviveu à passagem do tempo. São com certeza aquilo que a Irlanda tem de mais superficial para oferecer e sofrem de um egocentrismo crónico. Eles fazem-se o centro das atenções, mais na política do que na música, querendo emanciapr-se a diplomatas roqueiros, com um padrão moral acima da média. a banda nunca mudou de formação e continua a querer facturar. Dave Evans (Edge) afirma inclusive «nunca lhe interessou ser famoso por ser famoso..», mas a fama e o lucro fabuloso era algo que lhe atravessou o espírito e delineava-o no horizonte como um objectivo na sua carreira.
Posso estar a ser excessivamente crítico, mas eu só quero desmistificar um pouco o culto dos U2. Se observarmos a última sessão fotográfica, o quarteto irlandês parece um daqueles grupos de rappers norte-americanos num contexto rock, com óculos galantes, adereços de ouro e diamante e tudo mais. A exuberância parece estar-lhes no sangue e, no entanto são pela paz e pela protecção da pobreza. Por mim tudo bem.
Eu sou conforme à opinião do The Edge, acho que eles deveriam definitivamente voltar a ter aulas de música. Tentaram elevar a qualidade muscial, porque é isto que os ouvintes hoje procuram, em termos padrão. Algum prodífgio técnico. Não admira que as bandas clássicas façam capas de revista musicais. O revivalismo não é apenas simbólico, é também um apelo a um certo melhoramento da qualidade técnica. Sendo os U2 um produto dos tempos reflectem essas tendências., Daí que tenhamos uma maior agressividade com riffs mais distorcidos e crus, e alguns acordes bens construídos por The Edge que é o centro da criação artísitca da banda. Bono insiste em fazer passar o seu potencial musical e algum crédito tem que lhe ser dado, conseguiu construir a sua própria marca de voz.
Esta alteração de tendêncis pode também dever-se à entrada do Guru musical Brian Eno, que já deixou bem distinta a sua marca enquanto produtor. As letras ambíguas , o aproveitamente de músicas tradicionais como a balada White as Snow, e algum pseudo-liricismo exacerbado, assim como um aproveitamento inteligente da electrónica em Magnificent parecem ser alguns traços influentes.
Por outro lado este álbum continua a ser muito U2. aí os rapazes têm algum mérito. Esta é uma dquelas bandas imediatamente reconhecíveis. quem houve The Edge a fazer aqueles harmónicos e riffs ecoantes sabe que se trata dos U2. Quem ouve No line on the Horizon ou Magnificent sabe disso.Praticamente lembram alguns rasgos de brilhantismo de The Joshua Tree. Embora não sejam totalmente originais, são traços típicos deles.
A secção rítmica também se pode dizer que coninua fiél a si mesma. Muito pobre. O baixo de Adam Clayton providencia algum autonomia a Edge, mas muito pouca. O baixo é simples, vazio e pouco inspirador, e o mesmo se pode dizer da bateria de Larry Mullen Jr. Serve como exemplo a Moment of Surrender.
Talvez por isso Edge não possa dar grandes largas à sua imaginação para desenvolver alguns solos. Por isso são sempre curtos, concisos, quando existem. Mas o centro das atenções dos U2 sempre foi e será a voz. Embora com limitações, os U2 conseguiram marcar o seu espaço musical e a sua criatividade téncia. E isso marca pontos para a equipa deles.

segunda-feira, 2 de março de 2009

MASTODON - CRACK THE SKYE (2009, ROADRUNNER RECORDS)


Estava indeciso que estreia comentar primeiro. Claramente, os Mastodon precedem sobre os U2 que fizeram estrondo na abertura e na espera aguardada como se de algum livro dpo Harry Potter se tratasse. Inclusive alguns maníacos faltam ao trabalho para passarem o dia a ouvir um disco que me parece decepcionante e fraquinho, aliás como a banda tem sido desde algum tempo para cá.
Muito diferentes e, praticamente noutro oposto, is Mastodon mudaram e não foi pouco. As vozes muito mais melódicas são o traço mais significativo deste álbum. Blood Mountain já dera passos nesse sentido, mas a nível instrumental a marca sagrada dos Mastodon permanece indelével. Riffs robustos e uma paixão pela instrumentalidade elevam-nos a um patamar de de transpor a nova face do metal para uma nova era. Muito embora tenham corrido com aquele que seria o verdadeiro vocalista da banda, a voz não foi o forte, nem tem sido, nem provavelmente será o verdadeiro potencial da banda. Ainda bem que assim é. Mas se Remission e Leviathan pareciam totalmente caóticos, Blood Mountain dava espaço para mais abragência por parte da banda.
Assim surge-nos Oblivion completamente imerso na mitologia conceptual dos Mastodon e na cultura primitiva, os ouvintes não estrnharam os riffs de guitarra e dualidade das mesmas 6 cordas, o baixo distorcido e subterfúgio, com a máquina de rufar poderosa que é Brann Dailor. Troy Sanders esforçou-se e as suas vozes deram frutos.
Mas se Oblivion é o ponto de partida de mudança de vocais, Divinations é a recepção de influências nitidamente mais melódica. Não é de esrtrnhar que o riff nos pareça com uma Butterflies and Hurricanes bem ao estilo dos Muse ou uma Panic Attack dos Muse. A esquizofrenia de notas e de mudanças de ritmo em contratempo como que sofrem um abrandamento. Crack the Skye é bem mais moderado.
Quitessence utiliza para além da dualidade na guitarra a dualidade dos vocais, em que o segundo guitarrista Brent Hinds assiste Troy Sanders, ao passo que Bill Keliher aproveita para aperfeiçoar como instrumentista. O quarteto sogfreu alguma maturação postiva, esbatendo-se o espírito agressivo e apocalíptico, mas isso não significa que ele deixe de estar presente. Até a própria distorção usada parece-nos familiar, bem mais electrónica do que o cru caracterísitco que tinha.
Pela primeira vez os m,astodon fazem questão de ter uma balada presente no álbum. Quintessence é algo mais próximo que podemos ter neste sentido dos Mastodon, que transporta para o próximo tema The Czar. Bran Dailor é o cabecilha por toida as concepções dos Mastodon, e desta vez o álbum tem um tema especial, presta rhomenagem à sua falecida irmã, cujo nome Skye lhe deram desolação. The Czar é o tema mais bem cosntruído é acredito que ao nível de uma One ou Orion, dos Metallica ou uma Hallowed Be Thy Name.
Como brilhante contador de histórias, Dailor consegue transformar Crac the Skye numa Castro moderna, um verdadeiro épico.
Também mais uma vez, os mastodon mantém-se inredutores à sua criatividade artísitca. singular e única regressa novamente os épicos ao elenco. The Last Baron é um apelo a uma tragédia, transformando a tragédia pessoal num clássico musical ao género do Drácula ou a Bela e o Monstro. Outra coisa não seria de esperar dos Mastodon, pena que muitos não se apercebam das influências bibliográficas latentes nos discos deles

domingo, 1 de março de 2009

VICKY CRISTINA BARCELONA DE WOODY ALLEN (2008)


Ontem rompi a minha longa relação de ausência com uma sala de cinema. Embora o meu interesse se mantivesse vivo, a impossibilidade deregressar a um bom sofá numa sala escura foi impossível. Não era o filme que mais esperava ver, dentro do leque de bons filmes que se estreavam no cinema. Até porque me mantenho um pouco à margem do mito Woddy Allen, cujo fétiche por loiras é explicito.
Parece que quanto mais envelhece, mais rebarbado se torna, sem ofensa. O talento de Woody para renovar e dar ao cinema empre uma nova prespectiva mantém-se incólume. Os planos e um argumento cativante hão-de ser sempre marca do mestre norte-americano que apesar da velhice demonsgtra sempre um encanto com quem trabalha com ele.
O mito entre as relações do mesmo sexo despertou o interesse de Woody que quis à sua maneira independente retratar o culto entre os homens. Mais do que sobre amor o filme é sobre paixão. Desta vez o cenário é o escaldante ambiente mediterrâneo. Allen arquitecta os planos para o seu próprio Don Juan. Não é à toa que Barcelona é a designada capital munidal do sexo. este vulgo libertino e um pouco boémio, mistura-se na criatividade artísitca e a paixão pela arte. Pelo meio ficam frases bonitas e marcantes sobre algo incompreensível - o amor. O amor devia ser mais como o pai de Jaun António (Javier Bardem) fechado nas palavras do próprio, enclausurado e entesourado pelos enamorados. Nesta dissertação fica por preencher o equilíbrio ideal à própria felicidade e muita intimidade exposta. Felizmente, Woody não o transforma num filme para auto-masturbação. Porque a filosofia de vida e o pensamento de Allen estão sempre presentes.
A concepção de Vicky (Rebecca Hall) sobre o amor estável e o conflito da paixão inesquecível, dão lugar ao desprendimento de Cristina (Scarlett Johannson) na procura do amor pela negação, pelo seu oposto. Analogicamente, o mesmo se tem dito do bem absoluto, apenas o mal pode ser definido em absoluto, encontrando-se o bem por exclusão de partes.
Nisto tudo fica a atracção natural, comummente a paixão e o egoísmo de satisfação própria, no máximo é o que acontece a Juan António, perdido sem o amor absoluto, a sua alma gémea, se é que se pode definir tal coisa, Maria Elena (Penélope Cruz), que conseguiu transformar de uma maneira peculiar, o dramatismo da personagem, num humor caricato, daí, talvez, o Óscar.
No seu estilo característico e original, aproveitando algumas influências de artistas mais novos, principalmente Tarantino com a presença forte de diálogos femininos, Woody vai conseguindo recriar-se e manter o cinema com um nível interessante e uma conexão importante com aquilo que deve ser essencial à 7ª arte, uma boa representação, um bom argumento e uma boa realização.