sexta-feira, 27 de junho de 2008

Mike Oldfield - Islands


Este é um dos álbuns mais vívido da minha infância, quando o futuro era promissor, risonho e havia espaço e tempo para o lazer. Nessa altura fazia-se arumações ao fim-de-semana, arejava-se a casa e o meu pai ouvia Mike Oldfield aos sábados e domingos de manhã, ao passo que na rua estava um acolhedor dia solarengo. Também por essa altura junto ao seu trabalho havia uma loja que vendia cassettes de promoção dos artistas. Lembro-me de ver as viagens surrealistas e visualmente elaboradas do Senhor Progressivo. Uma das cassettes era da promoção do álbum Islands, um dos marcos dos restícios do rock progressivo, que atravessou a icónica década de 80. Cada vez menos rock e mais electrónico, com guitarras intensas de efeitos e sintetizadores basatnte característicos, Mike Oldfield teve de se adaptar à mudança dos tempos mar perservando-se tal como os Yes, fugindo assim a mudanças radicais em bandas como os Genesis. As longas composições não se perderam e já como havaia acontecido em Crisis, Islands abre com com The Wind Chimes uma viagem à volta do mundo, e pelas quatro estações. Mais parece uma viagem do Pai Natal enquanto percorre o mundo distribuindo os seus presentes.Não dá ideia de ser uma música coerente, mas várias compisções agregadas, com melodias asiáticas a permear e algumas mais ambientais sobretudo a abertura e o encerramento. Contudo, Oldfield dá dinâmica à música, impedindo-a de se tornar entediante. E tal como é característico num artista progressivo, Oldfield encerra o álbum com pequenas composições, similar a Atom Heart Mother ou Meddle dos Floyd, no qual se destaca as minhas predilectas Flying Start e Magic Point. A primeira é típicamente europeia, eu dira mesmo mediterrânea, uma ovação à vida boémia, com um toque britâncio muito próprio. Uma melodia, tragi-cómica, alegre e soturna ao mesmo tempo. Oldfield sempre conseguiu escolher e trabalhar com os melhores vocalistas do seu tempo e adequá-los à música que quer compôr. A que se segue North Point não foge à ideia, e mantém a nostalgia evidente em quase todo o álbum. Mas a técnica de Oldfield apenas se deslumbra na mais roqueira Maic Touch. E aqui reside um dos verdadeiros talentos de Oldfield, que apesar do ecletismo e recurso a variados instrumentos não deixa de ser um virtuoso do eléctrico de seis cordas, um verdadeiro midas. a par de Crisis um dos discos progressivos mais bem sucedidos dos anos 80 que fez preservar o estilo e conseguir atravessá-lo por este período difícil devolvendo-o a gerações mais recentes, que carregam agora o legado deste grande senhor.

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