terça-feira, 10 de junho de 2008

Coldplay - Viva La Vida or Death and All His Friends

Recentemente vi um vídeo em que aparecia um sujeito que afeiçoava o Chris Martin, mas nunca me passou pela cabeça que se tratasse de um novo álbum dos Coldplay que tivesse em jogo. Só depois de surgir a nota em rodapé, me apercebi da agradável surpresa. Mais radiante fiquei agora que o tenho, e estou ouvi-lo enquanto escrevo. Numa entrevista aos Coldplay, eles diziam que tentaram uma abordagem diferente neste álbum, face aos anteriores, e a diferença é audível. Basta pelo conceito que a capa demonstra e o título em si.
Eugéne Delacroix pintou La Liberté guidant le peuple como homenagem e retrato da Revolução Francesa. o quadro ficou representado para a eternidade, pelo seu simbolisnmo e beleza. Os Coldplay simbolizam em Viva La Vida a importância do sentimento nas nossas vidas. Todo o álbum soa a épico, com um pendor de efeitos tanto pela guitarra de John Buckland e os pianos de Chris Martin, simples mas com um recurso recorrente a elementos clássicos. Os Coldplay estão diferentes e demonstram qualidade e mestria em toda a sua simplicidade. Aliás arriscava dizer que este álbum tem uma tendência para o conceptualismo, que parece ser retrato do famoso quadro. Todas as letras parecem indicar uma forte crença nas ideias. Contudo, há um certo pessimismo presente no álbum, pelo que não deixa de demonstrar uma certa ironia, o que pode afastar os Coldplay dos tops das rádios e de uma certa «corrente principal».
Life in Technicolor é o tema de abertura com um elemento paisagístico e sereno que só faz lembrar influências Floydianas, particularmente do Dark Side of the Moon. Muito bem construído com um riff de guitarra, e os Coldplay a demonstrar alguma destreza técnica, e a elboração de um simples mas agradável tema de fundo instrumental. De uma forma antitética segue-se Cemeteries of London com um compasso mexido e uma melodia introspectiva e umas letras negativas. Todo o álbum se situa na corda bamba entre a felicidade e a melancolia, a vida e a morte. Todo o álbum é em si um paradoxo.
Se algo temos de conceder aos Coldplay para além da beleza simples da sua música, é a profundidade das suas letras. O 1º single Violet Hill demonstra para além da tristeza entre dois amantes que não comunicam, que não demonstram os seus verdadeiros sentimentos, sacrificam tudo o que têm inclusive em marchar para a morte. Liricamente os Coldplay são soberbos na sua simplicidade e este álbum não lhes fica atrás. Não me importo que grandes bandas demorem muito tempo para fazerem um disco quando o resultado que surge não poderia ser melhor. Posso dizer que ao contrário de outras bandas que adoro, cujo som me estranhou ao início, mas depois entranhou, os Coldplay entranharam dese início. Os Coldplay daqui a uns anos serão lembrados como uma das grandes bandas do passado, tal como os Pink Floyd e os Led Zeppelin.
Viva La Vida não deixa de ser uma ovação ao amor, seja pela faixa homónima como Lovers in Japan. A grandeza dos acordes compassam ao ritmo do nosso coração, e o piano profundo tocando aos sons dos sinos, chamando-nos. O álbum é grande e apelativo, e é bastante descrevê.lo, mas não me interessa se são uma banda mainstream, acredito que o são por acaso, porque nunca o fizeram para o ser. Os Coldplay são grandes e isso tem de ser reconhecido......

1 comentário:

Anónimo disse...

como todos os bons álbuns este não me entrou bem à primeira. um bom álbum quer-se complexo e que se vá dando a descobrir a cada nova audição.
neste momento estou apaixonada não só pela faixa homónima como também pela «yes», que tem ali para o meio uns acordes a fazer lembrar música do magrebe.

fantástico álbum.