sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O ADVOGADO DO DIABO DE TAYLOR HACKFORD (1997, WARNER BROS. PICTURES)


Este é um filme que interessa, particularmente, a pessoas que, tal como eu, tiveram a sua formação em Direito. Se bem que ficcional e preenchido de surrealismo, os diálogos e a representação do demónio a par de Al Pacino fazem de «O Advogado do Diabo», um filme bastante interessante, a par do próprio brocardo popular (provavelmente terá sido esse o fundamento do filme). O filme é uma adaptação da obra de John milton - Paradise Lost, entre as quais a mais célbre adaptação é a deixa do próprio Lucifer, «Better to Reign in Hell, than serve in Heaven».
Kevin Lomax (Keanu Reeves) é um advogado, que depois de exercer funções de assistente do procurador-distrital, torna-se num advogado de defesa. Ele detém um recorde imbatível de decisões a seu favor, nem uma derrota. Kevin detesta perder, e o seu recorde de decisões fazem dele um alvo de uma poderosa Sociedade de Advogados liderada por John Milton (Al Pacino). Kevin apenas sabe que tem de vencer o caso, custe o que custar. Muitas vezes este é um dilema profissional que atravessa os advogados, rejeitar o caso ou vender a alma opara ganhar a todo o custo.
Kevin tem um lugar reservado na Sociedade de John Milton, sem saber que já estava pre-destinado a fazê-lo. O ponto forte do filme é mesmo esse, é levantar a questão e, claro está, concedendo os devidos créditos à representação de Al Pacino, pois unca Lucifer teve um ar tão natural e tão humano como ele. A cena final de revolta contra Deus é espantosa. Ao contrário de Deus, o diabo participa no nosso livre-arbítrio, uma sedução constante, e muitas vezes ele tenta dissuadir-nos de fazer o mal, quase como se a semente do nosso pecado fôssemos nós próprios, ou se calhar algum de nós. Além disso,m a frase em que Lucifer se defende como o primeiro humanista é genial.....
De qualquer maneira Lomax defende e consegue convencer da inocência mesmo aquilo que parece indefensável, da criminalidade manifesta. Kevin consegue manobrar o castigo, deixando os culpados incólumes. Mesmo esses têm direito a defesa, defesa essa que pode manipular a realidade. Contudo, o contacto com a inocência da sua mulher, Mary Ann Lomax, que acaba por ser uma vítima da sua vaidade pecaminosa. O excesso da auto-confiança, acaba por ser a nossa maior fraqueza, que nos impele para vencer, seja qual for o preço dessa vitória.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

OPETH - WATERSHED (2008, ROADRUNNER RECORDS)
Começo o ano novo com lançamentos do ano velho. Mas por ser um dos trabalhos significativos e com um constatnte nível de produção, não apenas em quantidade, mas também em qualidade, torna-se necessário para mim mencionar os respeitáveis bastiões do Death Metal progressivo sueco - Opeth. Durante algum tempo vi-me forçado a rejeitar a voz de monstro-demónio gutural de Mikael Äekerfeldt. só depois de reconhecer os seus malabarismos vocais, e as suas capacidades melódicas, abracei os Opeth como exploradores e percusores de um novo legado, bastante bom para o metal progressivo.
O metal escandinavo sempre revelou as suas especificidades, muito ligadas à música clássica, e ao virtuosismo técnico, para além de contos de fadas ocultos e trágicos, brilhantemente incoporados no seu génio instrumental. Os Filandeses Nightwish são também exemplo desse lado feminino.
Os Opeth granjeiam mais a audiência masculina, embora haja muitas senhoras apreciadoras do seu género. Não deixam de perseguir as longas composições que são evidência da sua maneira de tocar. No entanto, deixam as suas compisções mais agressivas e exploram o seu lado mais melódico. Burden é disso exemplo, uma balada bastante sentimental e bem construída ao nível de uma Widow dos Mars Volta ou de Hollow Years dos Dream Theater, que lhes concedeu algum reconhecimento mais abrangente no público, não apenas do metal em geral, mas mais alargado. A mesma sofreu alguns cortes de edição especial de rádio. Houve também um corte ligeiro em longas partes instrumentais, e uma maior presença vocal, para se tornar mais acessível ao público. Daí que muitos novos ouvintes comecem a estudar os Opeth por Watershed, bastante mais simpa´tico do que Still Life ou Lamentations por exemplo. Coil é uma baertura um pouco estranha, bastante interessante por sinal. Curat e concisa com um harpejo de guitarra bastante apelativo, a apelar a uma lado mais sensível dos Opeth. Nota-se uma aproximação ao Metal progressivo do que o Death Metal de onde são oriundos. Culminando numa tradição celta, ao som da voz de Natalie Lorichs.
Heir Apparent, é a ruptura, que agrada aos fãs tradicionais de Opeth. Com riffs intensos, e avoz demónio de Äekerfeldt. A estrutura é tradicional ao som do guitar shredding, e as mudanças de ritmo e de andamento típicas da música clássica. Os Opeth não quiseram que este álbum quebrasse com aquilo que os define, o que faz com que o álbum agrade tanto a Grefo quanto troianos, mesmo os mais fundamentalistas, relutantes em aceitar algum experimentalismo por parte da banda.
Esperemos que doravante, quem pensar na Suécia não se lembre apenas de Volvos e Abba.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

FRANK ZAPPA & THE MOTHERS OF INVENTION - IN THE 60'S (pLASTIC HEAD STUDIOS)

A discografia de Frank Zappa era algo, a que poucos artistas se podem dar ao luxo, que poderia muito bem ser objecto de tratado. Não só por ser uma figrua importante no seio da fusão jazz/rock, mas também pela sua característica própria de aproximação à música - carregada de humor. Os Mothers of Invention foram a sua primeira banda de assalto, naqueles que viriam a ser uma das década masi produtivas em termos de música popular, lato sensu. Nunca nenhum artista se quis etiquetar pelo período de uma época, porém a vaga revivalista que subtilmente se quer fazer sentir e renascer, faz com que a música de Zappa seja produto de uma época. Ou então querem segmentar a sua música, quase com se houvesse várias fases de Frank Zappa.
É bem possível que sim. Este foi dos anos mais produtivos na m´sucia e também para Zappa, que lançava mais do que um álbum por ano, e em mais do que um ano fê-lo, tornando-se um feito em termos de criatividade musical muito pouco igualável.
Este configura-se como um tipo de DVD, que surge e aquele que para mim faz mais sentido. Acho que o DVD Concerto não é de perto, nem de longe, tão interessante como este tipo de DVD comentário que The 60's pretende ser e de facto é-lo. Depois da parafrenália de Does Humor Belong in Music?, que mostra uma das singularidades de Zappa, In the Sixites, é um desmistificador. Relata o percurso da banda quase na 1ª pessoa pelos principais elementos da banda: Jimmy Carl Black, Bunk Gardner, Don Preston and Art Tripp, e a relação esquizofrénica com o seu mentor. além disso é um relato fidedigno, confirmado pelos seus principais representantes. Trabalho planeado e construído pelos respeitáveis Kim Fowley e Billy James, que se esforçam por demonstrar o verdadeiro perfil de uma verdadeira lenda.
Zappa muitas vezes tornava-se uma persinagem bastante difcíl de conviver pois era extremamente rigído no espaço do estúdio, completamente anti-drogas durante o perído criativo, concedendo muito pouco espaço aos restantes membros para desenvolverem as suas ideias.
In the 60's ajuda a compreender a mentalidade da época, muitas vezes inacessível, e por vezes incompreensível da época, data de uma verdeira revolução cultural onde a música, aliada às drogas ajudoou à emancipação de valores, atitudes e de várias minorias, entre os quais os jovens, que na altura eram vistos apenas como potenciais adultos e seres humanos com plenos adireitos ainda por atingir, completamente dependentes face ao poder paternal. Certamente um bem felicitará os fãs de Zappa e do rock fusão em geral, conta com momentos bastante hilariantes para preencher o seu serão.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

TANTRA - HOLOCAUSTO (1979, VALENTIM DE CARAVALHO)

Depois de um grande álbum de estreia, se bem que eclético e um pouco avant-garde para os ouvintes lusos, Manuel Cardoso, líder e um dos fundadores da banda, teve de se ver a par com a saída do teclista Armando Gama. Os músicos talentosos em Portugal têm uma tendência para degenerar para a música pop e, por isso, Armando Gama prosseguiu mais a sua esposa Valentina Torres para tentar a sua sorte no Festival da Canção.
Apesar disso, integrou-se no quarteto até então um tipo perfeitamente desconhecido, Pedro Ayres Magalhães, que se apelidava, na altura, pela alcunha de «Dedos Tubarão».
Como era de prever, Portugal andava sempre a reboque atrasado do que se sucedia lá fora, foi assim, que a vertente mais crua e dura d0 rock pelo punk se começava a apoderar das novas tendências musicais, pelo que se pode dizer que o rock progressivo em Portugal teve pouca duração, muito menos do que nos restantes países da Europa. Mesmo assim 1979 ainda nos ofereceu bons álbuns progressivos nacionais, Holocausto é um verdadeiro clássico do que melhor se fez em Portugal desta natureza e ainda deu álguns frutos por parte dos Petrus Castrus.
Holocausto não muda significativamente de estrutura face ao seu antecessor. Por quem acabara de perder o mentor das teclas com sons etéreos e futuristas provenientes de um dos melhores sintetizadores. Continua curto e conciso e com algumas canções épicas, e muito instrumental, tal como Mistérios e Maravilhas. OM abre o mote para a paranóia, que encaixaria bem numa das melhores secções instrumentais dos Yes. Apesar da ausência de Armando Gama, a mesma é quase imperceptvel, e a meudança de ritmo e contra-tempo continua bem visível. OM é a típica canção esquizofrénica, com um cadência tão supreendente como Close to the Edge ou The Suppe's Ready. Manuel cardoso disse recentmente aquando do restauro de Mistérios e Marvilhas que o treino era um imperativo da banda, para além da formação técnica da banda. O nível de cada um melhora visívelmente e mantém uma correspondência ao anterior.
Também se mantêm as letras espirituais e metafísicas de Manuel Cardoso. A sua inspiração oriental pelo Yoga que pratiava mantém-se com naturalidade, como os Yes ous os Pink floyd no seu auge. Contudo, holocausto é bem mais carregado e negativo. As alusões a um mundo artificial, estilo Matrix, já se notavam em mistérios e Maravilhas, o apocalypse vem em Holocausto, e de uma maneira lunática e paranóica, Último Raio do astro mostra bem essa herança dos Genesis, e até dos Gentle Giant. Manuel cardoso fez por reforçar o seu contributo vocal de maneira significativa, assim como os seus dotes na guitarra. Não há, ainda, uma faixa que tenha contribuído mais para a universalidade da banda, os Tantra permaneceram fiél ao seu estilo e nem as faixas mais curtas como Zephyrus ou Ara, ou as velhinhas Novos Tempos ou Alquimia de Luz conseguiram reaproximar a banda de uma audiência mais abrangente. Tudo isso se deve à determinação e liderança dos Tantra que, apesar de tudo, conseguiram encher o Coliseu de Lisboa em pleno Novembro de 77, período pós-revolucionário. Os Tantra permanecerão como um banda de culto, num estilo de culto no nosso país, mas são-no merecidamente, uma banda bem reconhecida no exterior.
1979 acabou por ser uma óptima colheita.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Parabéns Sr. Presidente


Mais do que presidente da Federção Norte-Americana, o Sr. Obama, hawaiiano e norte-americano, é um Presidente da Terra. Todos, à volta do mundo quiseram acompanhar a sua cerimónia e todos fizeram por tê-lo como Presidente, especialmente, Stevie Wonder.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

NA MEMÓRIA DE.......JOÃO AGUARDELA (1969 - 2009)



Morreu hoje, aos 39 anos de idade um dos ícones do rock português dos anos 90 e para além disso. Membro fundador dos Sitiados, fez parte dos músicos que preconizaram o suporte musical da então designada «geração rasca» juntamente com os Despe & Siga. Foi também responsável pelos Megafone e mais recentemente. com o seu amigo dos Despe & Siga e também dos Peste & Sida, Luís varatojo formaram os A Naifa. Grupo este que inovou a abordagem ao fado, remisturando-o, genialmente, com a sonoridade típicamente rock, de que eram oriundos.
João Aguardela morre assim com 39 anos de idade, vítima de cancro e com um ardor de saudade, no baixo melancólico e caracterísitco que ele sabia soar.