quarta-feira, 25 de novembro de 2009

FLIGHT OF THE CONCHORDS - I TOLD YOU I WAS FREAKY (2009, SUBPOP RECORDS)


Quem disse que a música não pode ser um grtande exercício de ironia, com uma ironia mordaz? Foram já várias as tentativas, e bem sucedidas, de usar a música como ironia e também sátira mordaz. O génio foi, sem dúvida, Frank Zappa, que para além de ter a faceta de «entretenidor», usava a música como uma feroz crítica social, sobretudo dos costumes e dos usos indiscretos, como exemplo «Moving to Montana Soon».
Depois veio o humor negro da música como crítica da própria música, mencione-se os Spinal Tap que nasceram de uma ficção e acabaram por se converter numa realidade do heavy metal a brincar, os os Rutles.
Quando os Flight of the Conchords, ou os Flute of the Commodors como acabaram por ser designados por um apresentador de clube ignorante, apareceram ninguém os levou a sério. No entanto, as músicas versáteis e carregadas de sarcasmo acabaram por abalar os gostos modernos indiferentes a qualquer substância musical, partindo do pressuposto que ela existe.
A 1ª série foi um trabalho muito bem feito por este duo neo-zelandês, não australiano como costumam ser apelidados. Caricaturando os mais variados estilos musicais desde o Folk, ao electrónico decadente dos anos 80 com os Pet Shop Boy em «Inner City Pressure» ou o rap ridículo em Rhymenocerous vs. HipHopapotemous. Posso dizer que eles no gozo conseguem ser melhores que os originais alvos da crítica.
Tal como na 1ª série, que tinha muitas dos originais dispersadas pelos 22 episódios, mais ou menos, o mesmo se sucede nesta 2ª aventura. Os temas que compuseram a série, servem agora de integração do álbum. Os padrões são os mesmo que no anterior, a começar pelos cancros da Música Moderna o hip Hop, Ragga que teimam em não cair no esquecimento. Hurt Feelings parece aquela contradição que nos dá imediato vontade de gargalhar, ahistória do rapper sensível em «Hurt Feelings», ou a completa falta de gosto dos Raggas em «Sugalumps», lado B de Boom Boom.
Mas não só estes pacóvios alvos das tomatadas mordazes destes neozelandeses deslocados. Os ovos podres vão directamente ao electrónico ranhoso que por ái prolifera como Ladys Gagas e (des)Cascada em Too Many Dicks (on the dance floor) ou Fashion is Danger. Até mesmo os falsos rastas vêm na Lista Negra com a badalhoquice despida em »You don't have to Be a Prostitute».
Até partem directo para o World Music, tal como «Foux Du Fafa» no disco anterior em Petrov, Yelyena and Me, que só podem gozar com filmes rafeiros com a mesma cadência de nome. Nem os Jason Mraz e outros que tais ficam de fora com a balada fácil Carol Brown que depicta até o habitual dueto com as gajas/pitas do momento.
«Friends» parece quase chegar ao ametricismo de Kymia Dawson (e com o falhanço de expectativas de Alphabutt), se bem que aqui numa postura amigável.
Até já pesnaram na música de Natal epiléctica com um Gospel histérico em «Angels». Um autêntica sátira às RFM's e sobretudo às músicas das massas indespertas.

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