segunda-feira, 17 de novembro de 2008

ERIC JOHNSON - BLOOM (2005, FAVORED NATIONS RECORDS)


Dentro do virtuosismo musical podemos encontrar grandes Srs. que perduraram no rock instrumental e continuam a carregar e evoluir o ícone venerado da guitarra eléctrica deixado por Jimi Hendrix. Entre eles destaca-se, obviamente, o mestre Joe Satriani. Quem ouve falar neste erudito musical formulará um juízo imediato ao Deus da guitarra Eric Clapton que recriou o rock com os Cream, ou então aquela sociedade «joint-venture» que o Mestre Satriani desenvolveu em o G3 para elevar os seus comparsas, em especial o seu amigo e ex-aprendiz, Steve Vai. Para além desses rótulos, Eric Johnson é um dos (poucos) emblemas da Fender Stratocaster que saiu do Texas. Poucos conhecem, mas no Texas construíram-se alguns dos músicos mais talentosos vindo das terras do Tio Sam, onde o rock sulista se remisturou no Jazz e no Blues, influências que desabrocham de Eric Clapton em Bloom.

Parte da ignorância do grande público face à carreira de Johnson deve-se, em parte, por ele produzir muito pouca música. Bloom é o seu 6º álbum de originais a solo, numa carreira que conta com mais de 30 anos. E a carreira nos Alien Love Child não se estendeu muito. A outra parte deve-se ao estranho facto de não fazer músicas sonantes, que entrem imediatamente nos ouvidos. Aliás Bloom é uma banda sonora de uma «noite de verão especial» desde que se sai do trabalho cheio de pressa («Bloom» e «Summer Jam»), passando pela loja para comprar um presente («From My Heart), acompanhando o jantar à luz das velas em («Your sweet Eyes« e«Hesitant») até ao auge da noite em Sunnaround You e Magnetized. Acabando em Sonho de Um Noite Verão com Ciel. Por isso quem quiser planear algo do género já sabe que instrumentos carregar.

Durante esta viagem, Eric Johnson demonstra uma abertura vasta aos diferentes estilos musicias e aos quais a guitarra representa um papel preponderante. Ouça-se em Cruising the Nile, que mais transmite um romantismo mediterrânico que nos transporta para um cruzeiro. Ou então aquela guitarra tipicamente citadina em Hesitant, onde Johnson espelha o seu já tradiconal estilo da clássica Manhattan. Mas nem só às cordas se resume este «copinho de leite» do rock. Os seus atributos musicais ultrapassam largamente, os de alguns dos seus congéneres. Quando ouvimos Satriani a cantar imploramos para que fique afónico, mas a voz tímida de Johnson encaixa perfeitamente no ambiente que quer preencher. Sad Legacy é um desses melhores exemplos, de alguém que se habituou a lançar um álbum por década.

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