quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

FRANZ FERDINAND AO VIVO NO CAMPO PEQUENO, LISBOA, 2.12.09



Concerto Relâmpago é como se pode desingnar o espectáculo dos Franz. Curto, mas intenso e sem megalomanias, tirando o que começa a já ser tradicional, o visualismo em pano de fundo. Mas não houve cá espaços para lançamentos espaciais ou plataformas levitantes. Apenas o bom velho rock n' roll, com muita festa, animação e, muito possivelmente, uma good trip. Eu não grande conhecedor da discografia dos escoceses, posso dizer que foi um dos melhores dos últimos tempos. No curto espaço de uma semana, claramente melhor.
Pena que, como seja já habitual, a organização não olhe muito para a velha classe trabalhadora que tem de madrugar no dia seguinte. Dependente de transportes, muitas vezes só podem optar por encurtar o tempo do espectáculo.
Mesmo assim, e já com algum estatuto, os Franz apresentam-se como uma banda simples, apenas ornamentadas do seu cunho pessoal, com a tradicional projecção dos amplificadores pessoais nas traseiras. Bateria humilde, mas potente, e sem presença de guitarras suplentes.
As primeiras partes tiveram a cargo de um projecto protuguês da vaga do new rock que assola aí. Muito estilo Artic Monkeys, os The Doups de Setubal mostravam-se num ar de britânicos sadinos, que pouco inovavam ou tinham para oferecer. Mas há-que apoiar as bandas em início de carreira, ou no mínimo mostrar-se solidário. E de seguida entraram os Allman Brothers Band / Lynyrd Skynyrd encontram Stevie Wonder, os Phenomenal Handclap Band. Pouca intereacção, mas muita música. Suficiente para preencher 2 horas de espectáculo. Hou ve espaço para alguns solos, estilo hippie das pistas de dança, e revivalismo dos anos 70, altura que deu para encher a magotes os bancos de inspiração dos Franz.
Tivémos que ainda esperar para que o uísque não começasse a fazer o seu efeito nos nossos anfitriões, e o espectáculo não ficasse arruinado. A contar os minutos e a começar a amaldiçoar o evento entram eles da melhor maneira. Tonight em força. E bastou apenas uma música para os touros se soltarem. «No You Girl You'll Never Know / No, No, You Girls Will Never Know». E o que bastava para agarrar em força a audiência foi ainda resgatado um dos primeiros êxitos dos Franz, a dança da decadência em «Dark of the Matinée». E tantos temas que eles têm, tão curtos, mas tão apelativos, dão para uma noite de Best Of. «Do You Want To» teve o mesmo impacto com as expectativas em alto. E a postura de Alex Kapranos não podia ser mais simbiótica com o público, que decididamente estava numa noite de «Take Me Out». Se é para a rambóia, é siga sem parar até ás verdadeiras rockeiras 40' ou This Fire, ou até o sinal trepidante de What She Came For. E por falar em final não podia acabar melhor com Safri Duo vira quarteto. Outsiders foi o rastilho, para a percussão repartida em quartos. Grande mérito para o baterista Paul Thomson e o baixista Bob Hardy.
Eis que chega o Encore. Kapranos demonstra porque também sabe dar cheirinho nas 6 cordas e faz um bom solo, em Walk Away e merece a sua Fender em Michael. O cover de LCD Soundsystem - All My Friends - demonstra a paixão dos escoceses pela electrónica, com os organitos nas traseiras que mandavam um som bastante piscadélico, que fez jus ao nome na longa de Tonight: Franz Ferdinand, Lucid Dreams, altura em que Karpanos e Ñick McCarthy saltaram para o VC3 e os Tape Effects. Com isto se depsediram, foi de duração curta, mas de gozo máximo.

Alinhamento

No You Girls
The Dark of the Matinée
Can't Stop Feeling
Do You Want To
Twilight Omens
This Fire
Live Alone
Tell Her Tonight
Take Me Out
Ulysses
40'
What She Came For
Outsiders

Encore:
Walk Away
Michael
All My Friends (LCD Soundsystem)
Lucid Dreams


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