quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

BIGELF - CHEAT THE GALLOWS (2008, CUSTARD RECORDS)


Se fossem jogadores de Ténis seriam considerados como o paladino sueco, Robin Soderling, um «late bloomer», ou seja, aparecidos tardios. Ou então condenados a eternos ilustres desconhecidos, há muitas bandas cujo espírito revivalista vem retomando o rock como um estilo nobre e, acima de tudo, bem elaborado.
Ainda em fase de promessa, mas com grandes cartadas jogadas, foram recrutadas por Portnoy, para a 1ª parte da Progressive Nation europeia dos Dream Theater e dos Opeth. Há quem os chame de Beatles do oculto, mas estes californianos são da melhor mistura entre os Garotos de Liverpool e o quarteto satânico de Birmingham - os Black Sabbath. Aos «Fab Four» trazem o eclétismo o psicadelismo e aos segundos as batidas e os célebres «devil chords» de Toni Iommi, influência mais que visível nos dedos de Ace Mark. Gravest Show on Earth parece a fusão entre o clássico Black Sabbath e o monumental Sgt Pepper's. Ao passo que «Blackball» é o tema mais progressivo, ou não captassem eles a tenção do líder dos Dream Theater, bem ao estilo de uns Led Zeppelin na sua melhor fase de carreira, com uma jam a permear toda a parafernália.
«Money, It's Pure Evil», é o clássico hippie, aqui num estilo muito Floydiano versão Lennon, numa versão bem pop, com uma mistura bem acentuada de distorção.
«Evils of Rock & roll» é puro Sabbath recuperado, com um toque de mestre nos teclados pelo líder Damon Fox. Mas não culmina aqui os seus dotes. De facto, é dos poucos vocalistas a sobressair-se hoje pela sua variedade vocal. Aqui com um estilo bem Deep Purple, com a aspirar aos melhores ensinamentos de Jon Lord.
Mas as portas do inferno abrem-se  em «No Parachute» em que as melhores baladas dos Beatles parecem ganhar vida no oculto bem ao estilo de If I Needed Someone, Hey Jude, Ballad of John an Yoko ou You Never Give Me Your Money. The Game é mais uma vinda directamente de Liverpool, um lado B negro de I Want You (She's so Heavy), como uma versão setentista da mesma.
Mas não seriam progressivos se faltasse o épico Countig Sheep, a música que seria escrita pelo Sabbath se houvesse teclados na banda e escrita em conjunto com a dupla Lennon/McCartney. Estes quatro americanos conseguiram juntar dois mundos opostos que até agora se achava impossível.


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