segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

JOHN ADAMS, PRODUZIDO POR TOM HANKS (2008, HBO/PLAYTONE)

«Yesterday, the greatest question was decided qhich was ever debated in America, and a greater perhaps never was nor will be decided among men. A resolution was passed [...] that these United States colonies are, and of right ought to be, free and independent states.» John Adams

A democracia americana é um exemplo de organização política da era moderna. Os ideias fundadores fizeram ruptura com aqueles do velho continente e inspiraram-no para a recriação de novas formas de governo. Hoje, muitos norte-americanos e não só, apelam para esses ideiais dos pais fundadores que continuam surpreendentemente a rejuvenescer a forma como os cidadãos lidam com as instituições e formas de governo.Talvez conheçamos alguns deles. Mas para nós, habitantes do velho continente, nenhum soará tão desconhecido como o advogado de Boston, Massachusetts - John Adams. A ideia de mais uma mini-série produzida pelo icónico Tom Hanks não é deixado ao caso assim que financia uma reconstrução histórica precisa e fidedigna de um tempo quase idílico e que se perpetualizou e continua a inspirar milhões de pessoas.
Talvez o período revolucionário se mantenha ainda conturbado. Pelo que terá levado ao certo treze colónias a rebeliar-se contra sua majestade George III. John Adams é apanhado desprevenido quando num regresso de viagem, aceita a defesa de oito soldados britânicos, os casacas-vermelhas - no chamado daí em diante, o Massacre de Boston, onde três civis morreram por disparos sobre o motim que entretanto se tinha formado. O caso foi decidido no tribunal de Boston, onde o brilhantismo de Adams no estudo das leis acabou por triunfar.
John Adams é fruto de uma adaptação de um estudo minucioso e cativante pelo reconhecido David McCullough que se debruçou, particularmente, sobre o estudo da revolução americana. Interessante como o estudo da vida de um só homem acompanha quase todo o período revolucionário e coincide com a história da própria revolução americana, que ao contrário de outras numerosas revoluções foi caracterizada pela prudência e, sobretudo pela aceitação colectiva dos valores iluministas políticos, sociais e civis que acabaram por se reflectir na brilhante declaração de independência, redigida pelo mais tarde presidente Thomas Jefferson.
Curiosamente esta espectacular mini-série está repartida em sete partes, tantas quantos os artigos da Constituição da União.
Para além de uma importante reconstituição histórica, com um excelente detalhe argumentísitico, a elaboração técnica é estrondosa. A fotografia parece enaltecer a um estato quase divinal dos Pais Fundadores que, suportados por um elenco de actores brilhantes enaltece ainda mais o estatuto da obra. Paul Giamatti foi encarregue de personalizar John Adams. Talvez ninguém conseguiria dar-lhe um aspecto mais humano e próprio. Provavelmente nem o próprio representar-se-ia melhor.
A família americana tem um significado muito marcante na história política americana. Por isso se dá tanto relevo ao papel da sua mulher, Abigail Adams, que Laura Linney transpôs para actualidade a candura, a prudência e o bom senso extraordinário que lhe valeu a admiração de muitos homens e a consolidação do seu marido que via nela um apoio seguro para a tomada de decisões difíceis.
Por outro lado, a vida de Adams concilia, como já disse, com a história americana. Daí que o filme não se torna excessivamente biográfico. Podemos ver, assim, a marca de outros pais fundadores que construíram o país e deixaram o seu carácter humano marcado num grande país, cujo legado ultrapassa fronteiras......

1 comentário:

Anónimo disse...

fantástica série, pelo menos por enquanto.

mais uma para colecção :)