segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

FRANZ FERDINAND - TONIGHT! (2009, DOMINO RECORDS)



Os Franz Ferdinand entram em 2009 com um ponto de exclamação e uma atitude velha renovada. Muito mais sintética, mas a mesma descontraída de sempre. A atitude boémia e epicurista, Tonight! não poderia ser mais propositado. Diria mesmo que surgiu uma nova atitude Ferdinandista, que se veio a comprovar neste álbum de quatro escoceses que revivalizaram o rock e, sobretudo deram-lhe algum carisma. Confesso que não sou grande, ou mesmo aprecicador de Franz Ferdinand, mas algum crédito tem de ser dado a este gajos. Eles tentam «mesmo» ser criativos, e manter-se fiéis às suas raízes. Esse é um grande dilema dos dias de hoje, renovar, refrescar o som, mas ao mesmo tempo não se tornar um vendido «comercialóide». Não sei dizer se isso acontece com os Franz Ferdinand porque isso sempre aconteceu, essa sempre foi a visão dos Ferdinand e o seu estilo próprio. Kapranos há uns anos atrás, a propósito do 2º álbum dos Ferdinand disse que estavam relutantes em lançar algo tão depressa, porque já tanta coisa tinha sido produzida desde os Beatles, que são a sua maior fonte de inspiração.
Tonight! é uma divagação noctívaga pels ruas cosmopolitas e suburbanos e os Ferdinand afirmam-se no plano que sempre se quiseram afirmar, em concertos alegres e discotecas, como parte da mitologia urbana. Por isso o gregório, a bebedeira, o consumo de pisoctrópicos, o frenesim eléctrico, misturado com electrónica cada vez mais constante que, curiosamente, é feito com instrumentos antiquados, o que lhes dá algum arcaísmo mítico, fazendo tudo isso com clássicos instrumentos de rock.
Lucid dreams bem que poderia ter sido uma reivenção alargada de Lucy in the Sky with Diamonds, cuja conotação não podia ser mais explicíta. Reverberar os músculos todos ao som daquela psicadélia, só mesmo com anfetaminas. Demais a mais essa acaba por ser a maior faixa do álbum. Tudo o resto são Beatles com sonoridade moderna, até mesmo a atitude se reflecte. Tonight! se bem que com alguma modéstia aspira a um Revolver ou Sgt. Peppers com momentos mais rápidos, como de letargia instantânea.
Ulysses é a corrida para a noite, a momentâneadade, a alegria contagiante, e o recurso à mitologia clássica que acontecia no rock clássico dos anos 60 só pode ser uma referência, assim como a pastoral Katherine Kiss Me, apropriada para um morno regfresso a casa. A construção do álbum quase que parece uma saída à noite, por um grupo de rapazes. No you girls só pode ser referência a essa atitude masculina e Send Him Away uma «tampa» indesejada. Bom para alegrar as discotecas de sons excessivamente electrónicos.

2 comentários:

Anónimo disse...

gosto muito de franz ferdinand, sendo o 1º album um dos mais míticos desta nova geração de músicos. mas este desiludiu-me um pouco. convenhamos que ainda não lhe dei devida atenção, mas não me cativou à primeira.

* ah , e é kapranos... :P *

Anónimo disse...

Gosto muito do álbum.