quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

MY MORNING JACKET - EVIL URGES (2008, ATO RECORDS)

Foi escolhido como uma das melhores colheitas criativas do ano 2008. Depois de terem feito competentemente a primeira parte da digressão europeia dos Pearl Jam em 2006 para promover o seu álbum homónimo que fez encher a nossa maior sala de espectáculos, os My Morning Jacket, uns orgulhosos norte-americanos da América profunda de Louisville, Kentucky trazem-nos um álbum bastante indie, melodioso e inspirador. Revivalista de algum modo, dão um cunho experimentalista ao remisturarem sons quase disco, ou elementos pelo menos, com o rock.
Tocado pela voz bastante caracterísitca de Jim James, fazem dos My Morning Jacket um projecto singular e sólido do movimento alternativo, estranho muitas vezes às bandas norte-americanas, especialmente as do interior.
Num estilo urbano, fácilmente associamos os My Morning Jacket a uma banda sonora de uma noite cosmopolita e tranquila. Tirando algum glamour industrial em Highly Suspicious, e mais pesado, próprio quase para pistas de dança, os Jacket apostam forte nos efeitos a cargo dos teclados de Bo Koster. As guitarras numa disposição muito soul e introvertida, emitem sons paisagísitcos, contrastando com as distorções bem aproveitadas. Exemplo disso é o tema mais interessante do álbum, Touch Me I'm Going to Scream, que os Jacket fizeram questão e fraccionar, dando um traço mais coeso ao álbum.
As letras são tudo menos lineares e, quase sempre intropectivas. Nestas alutras Jim James pisca o olho ao movimento Grunge que foi força motora do seu desenvolvimento enquanto músico, e os impulsionaram. Mas apesar disso os My M;orning Jacket depsrenderam-se dessas correntes fácilmente, inserindo-se na corrente Indie, que é tudo menos um movimento caracterizável. Librarian é essa história complexa, de paixão e atracção sensual por uma bibliotecária intelectual, e a face doapaixonado em fazer jus a esse conhecimento para conquistar esse amor.
Temos também o passeio dos alegres em Alumnium Park o que dá uma certa ironia, senão um paradoxo, ao próprio título do álbum. Evil Urges devia ser o mote de uma experiência negra, carregada e pessimista. Talvez quando a necessidade aguça o engenho, também a felicidade se encontra nos momentos mais inesperados. A atitude mais electrizante e mais «virada-para-as-raízes» chega-nos em Remnants. Curiosamente, os restos de um anterior perfil dos Jacket. Com muito mérito das guitarras um riff bem construído e bem aproveitado pela Gibson LesPaul de Carl Broemel.
Um álbum bastante interessante, mas que se espera não ser apenas fruto desta geração e, que possa amadurecer, para mais tarde recordar.

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