terça-feira, 2 de dezembro de 2008

ÁLBUNS CONCEPTUAIS#2: PORCUPINE TREE - VOYAGE 34 (2000/2004, DELIRIUM RECORDS)

Grande parte das bandas de rock/metal progressivo tem o seu porta-estandarte de ecletismo e auge de criaçõa dos seus álbuns no conceptualismo. Os Porcupine Tree não são diferentes. durabnte muito tempo afastado da cena metal, da qual Steven Wilson era, aliás, um grande fã. O rock viajante dos anos 70 tornou-se o seu paradigma durante muito tempo. Voyage 34 é uma dessas marcas que Wilson tranpôs para os Tree sempre com o psicadelismo e a alienação em mente. E o conceito não poderia ser mais explorador e atordoante. Voyage 34 marca um viagem, neste caso um viagem que correu mal, ou seja, uma «bad trip», que Brian sofreu ao decidir tomar vários comprimidos de LSD com os amigos. Voyage 34 tem sido um marco na carreira dos Porcupine Tree desde a sua existência precoce. Deve ter sido um trabalho um pouco dúbio, pois Wilson reflecte tanto o fascínio, como o repúdio pessoal por este tipo de drgoas alucinogénicas, cujas cicatrizes nas músicas são visíveis através dos tempos. Sem elas a m´suica, especialmente o rock progressivo, seria infinitamente mais pobre.
Dividida em quatro capítulos, Voyage 34 é um paranóia, e um voo imaginário, onde o instrumental é palavra de ordem. Para criar e emprestar o ambiente perdido e confuso, de quase permanente pesadelo, Richard Barbieri mostra o lado electrónico dos Tree, que por esta altura é nítidamente demarcado. Estamos na fase pré-absentia, e por isso. Wilson carrega ainda pouco nos pedais da distorção.
Phase I deparamo-nos com um narrador científico, um autêntico psiquiatra que relata a experiência de Brian. Com um riff suave tipicamente gilmouriano, a que Wilson vai buscar com frequência no seu estilo marca o compasso da viagem ao amâgo do ser. A guitarra preenche a importância de toda a 1ª fase e transporta para o vácuo - a Phase II - com nítida ligação. Brian perde-se por completo em Phase I e wilson empresta um dos seus melhores solos a este projecto, já bem lá para o meio da música. Colin Edwin, um baixista competente e respeitado, tem um ritmo constante e preenche o pano de fundo que deixa wilson brilhar.
A loucura vem já bem mais para o fim, onde o céu é o limite. Na Phase II, é Richard Barbieri quem comanda a viagem de Brian até ao infinito de si prórpio, pela alienação completa. Aqui vê-se uma tentativa experimental de explorar os campos electrónicos, tal como os Pink Floyd o fizeram em Dark Side of The Moon com On The Run. O progresso técnico é visível, mas ideia é a mesma, e não admira que os Porcupine Tree sejam apelidadados como directos descendentes dos Floyd, pois em Voyage 34 essa influência é clara e transparente. Mais até do que em outros álbuns. Com frequência vão ouvir sons e secções musicais no mesmo tom que outras secções de outras músicas, mas isso é natural porque o álbum é em si um conceito e uma história única, um conceito singular que culmina no desespero e no medo de Phase IV. o clímax é a perda da noção da realidade e a dificuldade em ganhar a consicência.
Wilson fez deste álbum um autêntico cavalo de batalha, que ocupou grande parte da carreira dos Tree, que viria a ter o seu lançamento e reedição definitiva em 2004. Um excelente álbum conceptual que merece a atenão até dos mais suspeitos, muito embora a primeira audição seja complicada.

1 comentário:

Devoto de murphy disse...

Muito bom esse review cara, valew