sábado, 18 de abril de 2009

CHE - 1ª PARTE O ARGENTINO DE STEVEN SODERBERGH (2008, INDEPENDENTE)

Ernesto Che Guevara é e será objecto de uma adoração quase mísitca. Certo é também, que muito provavelmente ele nunca quis ser o ícone em que se tornou, e manipulação que muitos têm lucrado com a sua imagem e da famosa fotografia de Alberto Korda. Semelhante reacção hipotética teve também John Adams, quando observou a magnamitude do quadro de John Trumbull.
Mas para fazer um filme sobre a vida dos mais nobres dos indivíduos, não há que pintar expectativas, mas surpreender os leigos com a humanidade e o carácter verdadeiro das pessoas. Costuma-se dizer «Atrás de mim virá, Quem de mim santo fará» e nesse sentido não é estranho que Fidel tenha dito que a História o absolvirá, e certamento, o fará. Para demonstrar-se como realmente era, Che deixou vários diários, das viagens e das empresas em que enveradava. Che viveu sempre a sua vida com princípios e determinação, ele regia-se por ideais que cumpria com rigidez, era devoto ao cumprimentos dos mesmos, e o das suas convicções.
O filme é baseado nos vários diários que Che foi relatando e o próprio estilo de realização de Soderbergh que se coaduna com a adaptação dos mesmos diários. A tradicional variação temporal na história acontece com frequência e mudança de cena são algumas das técnicas adaptadas e masterizadas por soderbergh. O facto de a preparação da Guerrilha e da Revolução dos Barbudos, ocorrer quase em simultâneo com o discurso de defesa de che em plena ONU, parece-nos estranho, senão bizarro. Mas Soderbergh consegu fazer com que essa variação ocorra com naturalidade, recorrendo às variações de câmara, de modo a que instintamente, o observador se situe sempre no espaço temporal.
Muitos diriam que parece um comentário, mas se está a fazer um relato fidedigno daquilo que che contou e nos deixou. O filme consegue ser cativante, se bem que o tema deve ser do interesse de quem o vai ver. Daí que o campo de acção do filme possa ser limitado, talvez de geração para geração, à medida que a cultura imperialista se tem impregnado cada vez mais nas mentes dos mais jovens. À parte de convicções políticas Che tem uma grande lição a conceder a todos os jovens de hoje: ele foi sempre partidário da verdade, em ser verdadeiro. O filme frisa bem essa aspecto da sua característica, como também já o tinha feito em os Diários de Motocicleta.

Soderbergh começa por relatar o início da Revolução no México, se bem que parece-nos estranho ver um Che tão alto, impersonado na pessoa de Del Toro. De qualquer maneira, o realismo é pautado em todos os momentos do filme, aliás essencial para um filme deste género. Facilmente se podera pelidar de faccioso qualquer orientação em contrário. Há-os casos que são chocantes, mas que o próprio che relatou nos seus diários e reafirmou perante as Nações Unidas. Porque todos os movimentos revolucionários, que apelam a ideais superiores, são interpoladas por atribulações, desvios e males, sucumbimentos. Mas um juíz é sempre colocado numa posição dificíl a justiça rigída e a candura e a misericórdia. Che era realista e acreditava na determinação do Homem e a sua aceitação a ideias superiores, como Marxista que era.
O Filme consegue, na minha óptica, entregar-nos os factos a nosso valor sem qualquer pré-juízo, se bem que a Revolução dos Barbudos, despoletou-se sem qualquer acepção política, em termos de adesão a blocos geo-estratégicos. Isto é o que Fidel e seus camaradas pretendiam era justiça social e o fim da corrupção, e da sujeição económcia e política aos Estados unidos, principalmente.
De resto o filme parece-me uma reconstituição histórica. Há bastante interesse no detalhe da táctica de Guerrilha que Che procurou desenvolver e explorar. A caminhada desde a saída da selva, até à caminhada até Havana. Pelo meio passa a exclusão social, a opressão, a educação, e a justificação dos meios para obter determinados fins.
Bem observado, é as lutas, os confrontos que Che teve de enfrentar por oposição ao soldado armado em plena guerra, e guerra da exploração e exposição das fraquezas atravez de perguntas hipócritas pelo jornalista. não admira que Che tenha afirmado, que prefira mil vezes a enfrentar um soldado, a enfrentar um jornalista. A verdade deve ser exposta....

1 comentário:

ricardo disse...

...ainda não vi... :s

obrigado pelas tuas palavras...talvez vá assistir...