quinta-feira, 24 de maio de 2012

STORM CORROSION - STORM CORROSION (2012, ROADRUNNER)

A primeira vez que tive conhecimento deste projecto foi um anúncio recorrente  na site da Amazon (do qual às vezes sou um consumidor perdido), ao qual reagi com bastante estranheza. Pensava eu que se tratava de mais uma banda do progressivo underground, mais uns Kaipa ou Arena para encher a planilha das minhas preferências.
Mas como insistiam muito de que ia de encontro às minhas preferências, decidi investigar. Foi com imensa surpresa de que a maior colaboração de bastidores da acutalidade, com dois dos maiores génios cirativos do género, chegaram-se á frente, sairam das mesas de mistura, e do seio dos seus grupos principais (Opeth e Porcupine Tree), e decidiram dar um passo em frente na sua relação já profunda de respeito, amizade e admiração mútua.
Interpelado sobre o projecto, Aekerfeldt mencionou de que esta colaboração já fora passada e preparada desde alguns anos a esta parte. Inclusive, Mike Portnoy foi pensado como 3º membro, mas depois de sucessivos compromissos por parte de Portnoy (que nesta altura estava mais interessado nos wannbe's Avenged Sevenfold) e a complexa e íntima relação artísitca entre Aekerfeldt e Wilson, deixou de parte essa possibilidade e decidiram os dois investigar sozinhos.
Wilson quando perguntado sobre a natureza deste projecto, prontamente o descreveu como se tratando do culminar de uma trilogia entre Heritage dos Opeth e Grace for Drowning de Wilson.
E aqui é certo vemos uma melodia e uma paisagem constante, fiél á visão de ambos os artistas, que apesar de próximas são distintas e ao mesmo tempo simbióticas.
À medida que escutamos vemos os traços comuns e psicóticos tão característicos nos King Crimson e Pink Floyd, e os ambientes pastorais de uns Genesis, Jethro Tull. A atitude revivalista e o regresso experimentalismo vive na mente destas forças criativas, sobretudo num sinal de respeito, e de um tributo em forma original. Aliás Heritage desempenhou bem essa função, e foi bem recebido.
Recorrendo a muito pouca percussão, e ausência de sons muito graves, o som de Storm Corrosion leva-nos numa viagem ao desconhecido humano. Esta face oculta psiocológica tão vívida nos Porcupine Tree, e dramatizada nos Opeth é aqui revisitada.
Storm Corrosion é um álbum introspectivo, e desengane-se quem busca riffs de Fear of a Blank Planet ou Blackwater Park. Drag Ropes e Storm Corrosion «les morceaux qui font debut, transmitem uma paisagem estranha, e muitas vez visitam os mais recônditos cantos da nossa mente.
Recorrendo-se apenas aos teclados e ás guitarras, e à forte conjugação vocal, tão típica dos Yes ou Gentle Giant, este duo maravilha vai montando um cenário de meditação e tantas vezes inquietação interior que se faz sentir.
Apenas em Hag, faixa muito característica de Wilson que em muito relembra faixas do seu Grace for Drowning, deixa entrar uma bateria distante e surda, ainda que num contratempo interessante, e num caos ordenado, como tantas vez se faz parecer numa métrica desordenada da corrente progressiva.
Para os mais cuidados fãs do género (eu...) é mais uma pérola para acrescentar à sua colecção, de preferência indiciaria Aekerfeldt, para se ouvir em Vynil e com uma ervazinha de lado. Sobretudo, em momentos de maior felicidade, como em Happy.

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