segunda-feira, 28 de maio de 2012

ROCK IN RIO LISBOA - PARQUE DA BELA VISTA (25.05.2012)

Começou mais uma época festivaleira 2012, desta vez com Europeu e Jogos Olímpicos à acompanhar. Ahhh era mesmo isto que precisávamos para levantar o espírito e a moral. Marchar para os concertos, apanhar grandes broas. Remédio santo para a crise.
Realmente, muitas cabeças pensantes não descuraram, com certeza, de que este é um bom negócio nos tempos que correm. Abstrai-nos do que realmente interessa, leva-nos para o que realmente gostamos (headbanging claro) e ainda traz guito (muitos turistas).
E tal como a nossa selecção que actue nos grandes campeonatos de dois em dois anos, também o Rock in Rio é um acontecimento bianual. Confesso que, desta vez, não estava muito convencido. Já tinha visto Metallica mais de cinco vezes nos últimos 6 anos, e estes tornaram-se, sem dúvida, uma banda de romaria. Em breve começaram a actuar na queima, ou nos Santos. Mastodon vi-os em nome próprio em Janeiro (um concerto inteiramente dedicado aos fãs). Em resumo, poucos argumentos havia que me levassem a ver o Rock in Rio deste ano. Bem, e foi mesmo a vaza/borla (uma espécie de argumento financeiro invertido) que me encetou o caminho directo para a Bela Vista.
quando chegámos, já não era cedo. O palco mudava, o sol punha-se para lá o palco sunset, e o pessoa aguardava esperançoso a próxima banda.
Por est altura via-se que muita gente nem sequer conhecia o próximo nome. Era mais o quem. E por outro lado, como o pessoal cedo se apercebeu no dia seguinte, a malta do pessado anda mesmo leve nas algibeiras, pois, infelizmente para nós, fomos ultrapassados pela legião dos «Lindos no Parque». Talvez os Metallica tenham esticado um bocadinho a corda por estas paragens. Mas, como se sabe, ninguém é tão grande quanto eles. A meu ver ganhava-se bem mais se houvesse uma repetição dos The Big 4 em Lisboa. Seria interessante. Como diria alguém «Roberta, pensa nisso!!!»
Bem, voltando ao que interessa. As primeiras filas por volta das 20:15 começavam a levantar os ânimos. Alguns olhares atóniots fixavam-se no palco mundo. Uns gajos altos, tatuados, parecendo-se com Vikings meio arties enchiam o palco. Black Sparrow abriu as hostes, e depois como é habitual nos Mastodon seguiram-se os temas todos de rajada, como se tratasse de uma carga de infantaria moderna. Sempre a despachar. E eu a pensar, isto é o melhor acto da noite. Mas para minha surpresa, os Mastodon estavam com o tempo contado, e a malta não estava lá para os ver. Isto é pesado e instrumental demais para a populaça. Isto é ROCK in Rio, mas um Rock mais para o pop. Portanto, tem de render. Por isso seguiu-se Dry Bone Valley (grande malha por sinal) e assim The Hunter continua a ser promovido. Curl of the Burl, Stargasm, Octopus Has No Friends, Spectrelight, All The Heavy Lifting e aquela que mais queríamos ouvir - The Creature Lives ficou de fora. Fora deste disco, só houve espaço para Crystall Skull e Blood and Thunder para fechar. Pensava comigo (Aliive 2009, isso é que foi....). No meio disto tudo, reparou-se que o Brent estava a fraquejar na voz. De estúdio para ao vivo ainda vai um bocadinho. Se calhar é melhor ficares pela voz de bagaço. E quem fala nisto, fala na permanente do Troy (qué isto, desde quando é que estes gajos são fashion).
Bem, e para quem gosta de Headbanging e nada de mariquices, chegou a hora de ir jantar. Ouvia-se uma voz ao fundo, enquanto se deambulava por este centro comercial ao ar livre. E se puxavam pela carteira. Lembro-me de ter comigo salsicha do minipreço, em pão do minipreço (já um pouco pó seco) e largar €3. E como ainda havia espaço no bucho, tive mesmo de ratar uma pizza. Entretanto, a voz que se ouvia fez-se sentir, apesar de não ter carinho espcial pelos Evanescénce (epá lê-se comme en français hã, ouais), tenho de dar os parabéns à vocalista que manteve os seus atributos vocais.
Bem e depois tivémos tempo de sobra para deambular pois os Metallica não gostam de vir cedo. Eles são os reis da noite. E para os puxar para o palco é preciso tempo. E muita gente aguardava «Rush to the Gold» the Ennio Morriconne e a cena épica do Bom, Mau e o Vilão.
Volvidas tantas vezes que nos visitaram, o propósito revisitar o Black Album. Black with Venom chamaram-lhe, à digressão claro. Com a vaga dos albuns emblemáticos e míticos, as bandas prestam tributo a si próprios tocando um album na sua integralidade. Para isso mais valia tocarem o Death Magnetic. Epá o Black Album é bom, é interessante, mas é um álbum de sucesso. É para a massa, para a xavalada. Mesmo assim, duvido que muitos o tenham ouvido de fio a pavio muitas vezes. Pelas melhores e piores razões.
Mas os Metallica não partiram de imediato para o prato principal. Deram tempo. começaram de imediato com uma música que tocou na minha cabeça - Hit the Lights. Lixo e pesado. Kill'em All avisava logo os incautos o pessoal que conhecia um bocado de Metallica. E depois o clássico de toda a gente - Master of Puppets. Pergunto-me quantas vezes terão tocado esta música na sua inteira carreira. E há já algum tempo que não tocam nada de novo, nem sequer fazem solos de improvisação. Seguiu-se Fuel, e não percebo a perseguição ao Load, porque apesar de tudo, até tem umas boas malhas. Ainda me lembro do King Nothing em 2004 e a curtir aquela malha do baixo bem sacada, e a malta que povoava a colina. Ahhh!!! que saudades!!!!
Ao fim de um tempo, chegou a altura do Black Album, e tinham de ter uma surpresa preparada para nós, sim porque entretanto muitas vozes já se tinham calado numa canção supresa do Beyond Magnetic EP que ninguém esperava, seu nome Hell and Back. O Black Album foi tocado ao contrário, mas a adesão das pessoas à música foi intensa e coerente. Nem o próprio James esperou um coro uníssono em My Friend of Misery (pessoalmente a faixa não me dizia nada). Apenas depois de «Of Wolf and Men», nem »God that Failed» fiaxa especial para Lars puxou por mim. Estava demasiado preso ao Ride The Lightning e ao Master of Puppets. Ainda ssim For Whom the Bell Tolls não me soou tão bem ao vivo. Talvez por falta da sonoridade do sino.
E como é claro veio Unforgiven, Holier Than Thou, a parte-pescoços Sad But True, Wherever I May Roam, e para fechar o clássico Enter Sandman, com o riff mais conhecido da história do metal.
Mas quem já anda nestas andanças, sabe que só há um final para um concerto de Metallica. Aprendi isso logo em 2004, e chama-se Seek and Destroy, acompanhadas da Fight Fire With Fire do grandioso Ride the Lightning e, claro, a balada poderosade One, já sem o seu emblemático vídeo, e com muitas luzes à mistura. Mais um para a contagem

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