domingo, 10 de maio de 2009

CIRQUE DU SOLEIL - VAREKAI (2004)

Qualquer produção dos Cirque du Soleil não passa despercebido a quem quer que seja. Só que para um ser ignorante como eu foi quase preciso que as tendas se erguessem em pleno Parque Tejo para que eu pegasse no sucessor de Alegria e Quidam e precebesse que Varekai não é um produção recente.
O conceito é em si auto-biográfico, uma vez que em romeno significa movimento que acaba por ser um dos temas do álbum, só que na língua da pátria lusa. Mais uma vez esta organização fenomenal demonstra os valores que a fazem e a acompanham. Para além de rinventarem o conceito do circo, transformaram-no em peças de teatro, acrobático malabarista e contorcionista. Pode-se dizer até que os Cirque du Soleil introduziram o conceito de dramatização circense, ou pelo menos, abrangeram-no.
Um dos valores mais evidentes é a faceta multicultural. O Circo é composto por artistas talentosos de todo o mundo que fazem parte deste soberbo fenómeno mediático. Para além de uma banda de nove membros que compõe os temas e os toca ao vivo, durante a execução da peça. É desta parte que proponho falar.

O tem baseia-se na mitologia grega de Icarus, que tentou voar demasiado perto do céu, e viu as suas asas derretem caindo vasto mar. Só que em vez disso Icarus, na adpatação cai na floresta onde os animais o ajudam novamente a voar. Para contar esta estória fascinante os Cirque Du Soleil fazem grande uso da electrónica. De facto, parecem-se com os Enigma modernos, com batidas e samples cativantes, apoiados por fortes coros vocais.
Pergunto-me se alguns dos Beautiful World não se aliaram a este novo projecto. Ows tons marcante são evidentes, com um pequeno toque dos Massive Attack e uma breve referência aos Thievery Corporation. O dueto feminino e masculino é sublime. Aliás aí jaz a forte actividade das personagens, que se exprimem por sentimentos épicos. Toda a música é elaborada para pintaro quaddro e toda a dramatização, e não o contrário. Só que vê Cirque du Soleil percebe a frustração de alguns membros dos Genesis com a elaborada dramatização por parte de Peter Gabriel.
Mas nãpo é so nos componentes dramáticos que se revela a multiculturalidade dos Cirque du Soleil. A música reflecte essa tendência universalista. Gitans é o reflexo da música cigana balcânica com forte presença do acordeão. Já Kéro Hiréyo é uma expressão do tribalismo, com percussão bastante mais nitida.
Mas não sendo a música o prato forte, certamente pode tornar-se monótono e pouco surprendente esta empresa dos Crique du soleil. Toda a música serve para viver uma experiência vívida, onde os artistas, transformam a música em linguagem corporal, num ballet sublime e acrobático, e carregado de conceptualismo.
Espero poder vê-los em breve e a cores.....

1 comentário:

Anónimo disse...

realmente era fantástico irmos ver, mas duvido que ainda haja bilhetes, sobretudo para o fim de semana.