THE OFFSPRING - DAYS GO BY (2012, COLUMBIA RECORDS)
Foi com uma surpresa renascida que vi os re-chamados deste ano para o 2º dia do Rock In Rio 2012 (repetindo quase a papel químico o alinhamento de 2010, exceptuando Muse).
Os Offspring são provavelmente das bandas que trago comigo de um passado mais distante. Desde os tempos em que o punk virou pop, e Americana alcançava os tops das tabelas.
De uma certa maneira, esta crítica em um sabor nostálgico, muito embora hoje signifiquem muito pouco.
Os Offspring são daquelas bandas que se recusam a desaparecer, mas cujo estatuto de dinossauros não se equipara aos colossos (Metallica, Pearl Jam entre outros). Isto leva-me a concluir que cada vez mais a música é para os músicos encarada como uma profissão e de facto assim. Estas pessoas fazem isto como ganha-pão. Mas o senão é que quando se prossegue uma carreira artística estritamente como obrigação, a inspiração e a criatividade surgem com menos frequência. E a pressão para lançar para alimentar máquina é constante.
Tal facto, explica a razão de o sucessor Rise and Fall, Rage and Grace ter demorado tanto tempo a surgir (a meu ver pelo menos). Tal hiato deu para várias digressões (no meio das quais Days Go By surgiu), e ainda para uma compilação de sucessos - Happy Hour!.
Days Go By tal como o próprio título sugere é uma especulação sobre o impacto da passagem do tempo, à qual os Offspring não são diferentes. E com a passagem do tempo vem a decadência. E para quem pode pensar que os Offspring tiveram um declínio, muito por culpa da atitude sell-out, especialmente a partir de Smash..... bem essa atitude virou imagem de marca.
Desconheço o material posterior a Americana, e sinceramente nem me interessa, porque para mim os Offspring pouca coisa tiveram a acrescentar desde então. Simplesmente são daquelas bandas que se mantém na estrada porque têm de o fazer. E carregar esse fardo torna-se mais fácil, a partir do momento que o fazemos com os colegas de liceu, que conhecemos há quase 30 anos, e que as coisas marcham bem entre nés.
Porém a criatividade (ou falta dela) pode afectar, e o facto de se revisitar o clássico Dirty Magic de Ignition revisitado (num álbum original que é algo que me causa muita estranheza, mas não são os únicos) prova isso mesmo. Os Offspring foram daqueles que, e se calhar muitos dirão que fazer êxitos comerciais são grandes feitos, pegaram no pós-punk rock (sobretudo o ligado ao movimento skateboarding), e deram-lhe uma dinâmica mais pop. Ao passo que outras bandas como Pennywise ou Dead Kennedys nunca deram grandes vazas nessa matéria.
E assim chegamos ao desenvolvimento de uma atitude, que vem desde os gloriosos dias de Smash, e resultou em malhas mesmo «lames» como OC Guns, que realmente não têm nada que ver com nada (a não ser referências aos gangs hispano-americanos). Vá lá, podemos dizer que, pelo menos, eles tentaram agarrar-se ao seu bqackground. Mas para além disso, pouco mais há a haver, ta como Days Go By nada mais é do, que uma tentativa copiosa do que o êxito Times Like These dos Foo Fighters.
Como não podia deixar de ser, há sempre aqueles temas da adolescência, que lembram NO FX, mas que a maturidade já não deixa apreciar, ou até mesmo a mais speedada, tipicamente punk, Dividing By Zero.
Quanto mim, sinto-me mais confortável em rever Dirty magic, que até me espicaçou para voltar a ouvir Ignition, mas tirando isso, Days Go By é exactamente isso, tão passageiro quanto os dias......
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