segunda-feira, 2 de julho de 2012

MANOWAR - LORD OF STEEL (2012, MAGIC CIRCLE MUSIC RECORDS)

Provavelmente de todas as bandas de metal que há, os Manowar são aqueles que tratam o legado deste com maior respeito, religiosamente mesmo. Muitos falam de que o heavy metal nunca tem tido o tratamento que merece, nem tão-pouco recebido o crédito que lhe é devido. E se há banda que eleva o metal a estatuto de legião, e simboliza mesmo a congregação da nação «metálica», quase como que um movimento proletário - Metaleiros de todo o mundo uni-vos.... (E Gringo volta a demonstrá-lo) Se há banda que se esforça por isso, são sem dúvida os Manowar. E já lá vão 30 anos de batalha, e honradamente aqueles que carregam o estandarte diante das legiões de metaleiros,  a banda que toca com os maior volume de decibéis no mundo (embora não tenha oficialmente ultrapassado os The Who) lança o seu 11º disco de carreira.
E no fundo, poucas são as bandas que mantêm o registo irredutível, de não ceder a compromissos, e que mantêm aquela indentidade inabalável, o célebre «uncompromise».
Para quem está de fora, parece 11 missas, mas de facto, os Manowar são uma religião, os sacerdotes que comandam hordas metaleiras para os campos de batalhados concertos. E esse apelo começa bem cedo com Manowarriors. E quem vira costas a esse juramento, enfrenta uma punição severa pelo «Lord of Steel».
Neste álbum os Manowar continuam o seu registo, com muito speed e power, e cruiosamente sempre distanciado da sonoridade mais característica do metal americano, com mais incidência no trash.
E não é para admirar, pois a afinidade  dos Manowar com as bandas do New Wave of British Heavy Metal sempre foi visível. E essa natureza ortodoxa do metal sempre foi uma marca da sua carreira.
Já lá vão mais de 30 anos que o baixista Joey DeMaio aprendeu com os mestres, nada mais, nada menos que os Black Sabbath, ainda na sua digressão de Heaven & Hell, como é que se elevava uma plateia ao delírio,
Lord of Steel é assim mais um registo de faixas prontinhas para serem lançados aos leões do coliseu sedentos de sangue. E nisso há que reconhecer a força destruidora dos Manowar, uma banda talhada para os movimentos ao vivo. Eles vivem para isso, para puxar o exército e levar para onde ele pertence - o descampado de batalha dos concertos. E há um certo número de faixas construídas justamente para esse efeito. Não há tempo para lamechices (com excepção de talvez de Righteous Glory) , só riffs puros e duros, de Expendable (com uma filosofia muito semelhante a Disposable Heroes), ou Black List (que faz um certo apelo ao Doom Metal).
Mas, como se costuma dizer não ponto sem nó, e talvez este fundamentalismo dos Manowar seja um dos pontos mais criticáveis do Metal, e o certo apelo à violência que muitas vezes está conotado com o Heavy Metal. Faceta que faz muitas vezes todo este culto seja olhado com suspeição.

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