terça-feira, 5 de janeiro de 2010

ÁLBUM DE RECORDAÇÕES#8: ERIC CLAPTON - BACKLESS (1978, POLYDOR RECORDS)


Recomendado por um solicito colega de trabalho, Backless é assim se se pode dizer um disco sinistro. Como é hábito vem trazendo muitas músicas que não são da sua exclusiva autoria, mas que o «toque divino» de Clapton dá um arranjo especial.
Até este momento, em plena década do decadentismo futurista, muitas peripécias já haviam passado pela vida de Clapton. Já tinha sido apelidado de Deus nas estações de metro de Londres, ainda com John Mayall Blues Breakers, reinventando e lançando as bases do rock moderno com os Yardbirds, inventou o blues rock, misturou-o com o psicadelismo no primeiro power trio, com os Cream e teve ainda faceta do homem dos mil projectos com os fabulosos discos Layla and other Assorted Songs dos Derek & Dominoes e o hmónimo dos Blind Faith com o seu velho companheiro de armas dos Cream, Ginger Baker.
Que faltava a Eric Clapton. Ele já entrara no Rock N' Roll Hall of Fame ainda antes das suas bandas, e já grangeara, vários anos consecutivos, o prémio de melhor guitarrista do mundo. Neste momento Clapton queria satisfazer o seu ego de tocar música.
Britânico, mas não orgulhosamente, Clapton foi sempre apaixonado pelos sons do outro lado do Atlântico. Walk out in the rain é a primeira contribuição do «deus» para renovar o legado do Sr. Dylan e da sua amada Helena Springs. A acompanhar esta faceta junta-se If I Don't be There By Morning. Como é habitual em Clapton, a intervenção social ou política é deixada de lado. Backless é isso mesmo, um disco para passar um bom serão, especialmente adequado para as noites de Natal, ou jantar com amigo em casa. Que o diga a cheia de soul «Roll it» de Clapton com Marcy Levy, a alegre Watch out for Lucy, ou a provocadora «I'll make love to you anytime» do seu amigo J.J.Cale.
Bakcless é um álbum de influências de reflexo de personalidade daí que os arranjos de temas tradicionais de blues como Early in the Morning ou o clássico «Promises» de Richard Feldman tem aqui presença. Destaque para o primeiro que tem uma harmónica magistral. Aquilo que seria um álbum de rotina, torna-se uma supresa reveladora na discografia de Clapton.


Sem comentários: