segunda-feira, 30 de novembro de 2009

MUSE AO VIVO EM LISBOA, PAVILHÃO ATLÂNTICO, 29/11/09

Ontem haveira uma grande música dos Muse composta pela mente endrominada de cogumelos de Matthew Bellamy em 2001 (altura em que ainda prrenchiam as tardes dos festivais de verão) que se designava pelo nome de Megalomania. Ontem verficou-se, mais do que nunca, como essa música é autobiográfica do trio de Teginmouthh, só comparável às ambições dos Superestados de 1984, da futrologia de Orwell.
É certo que os Muse nasceram com uma identidade, mas será que ela se mantém ou foi-se diluindo nos perfis de outras bandas. Tal como o último álbum falhou em muitos aspectos, nuns Muse a tornarem-se naquilo que não são, o espectáculo reflectiu essa mesma naturez. Mas epá todos temos direito às nossas loucuras. Mais ambiciosos que uns U2, só que sendo obrigados a começar com uma banda ranhosa, sairam em plataformas por detrás de uma cena caótica. Desde logo falhou a habitual pontualidade britânica.
E os nossos «Spocks» da moda foram mesmo por partes, alternando entre o novo álbum e as faixas antigas, para alegrar um pouco as expectativas de todos. Pena que as melhores tivessem ficado de fora.
«Uprising», apelou de imediato a todos os ouvintes das rádios mais mainstream imagináveis. Não que isso fosse preciso. Basta ver que a maioria dos fãs de Muse conhece toda a sua discografia.Seguindo-se de imediato Resistance.
Um alívio da minha dor de cabeça vem com o regresso às origens, só que da simetria, com New Born. Nada como um clásscio para realmente provar o poder que os Muse representam. E comos estavamos na fase de álbuns predeccesores veio Black Holes & Revelations de uma assentada «Map of the Problematique» e o que é hoje um ds riffs de guitarra mais célebre da história «Super Massive Blackhole». Como Bellamy não é muito comunicativo, o John bonham do «rock era digital» falou com frequência, se bem que os coros não fazem parte das suas incumbências. Mas o melhor da banda estava na postura de Senhor e Christen Wolstenhome, um pujante baixista que demonstrou um poderoso duo de Drum N' Bass com o já reconhecido Dom Howard. este foi, sem dúvida, o momentos mais alto do concerto. Certamente as camadas mais novas não estavam a contar com uma epítome instrumental destas, mas para minha supresa adeirram bastante bem.

Bellamy sucede-se com uma boa apresentação da sua guitarra espacial, não muit técnica, mas bastane experimentalista. E tyambém nos pianos resolveu com Queen Século XXI. de Unityed States of Eurasia e já que descer e subir elevadores-ecrãs sia caro, toca-se mais uma no piano lá em cima, a lendária cover de Feeling Good. Tudo com a secção de luz e imagem ao detalhe. Hoje deve sair mais barato, para compensar tudo isto. E pensar que os Pink floyd estoiravam milhões nestas aventuras....
Quando pensávamos que era impossível vir o pirosismo para o palco, lá vai Bellamy buscar o teclado c/ braço de guitarra para tocar Timberlake versão trio «Undisclosed Desires» e Guiding Light. E na mesma onde Starlight.....
E como eles foram por partes, por partes partiram para o encore com os riffs que se queria ouvir, Plug in baby, Time is Runnig Out e a melhorzinha de The Resistance, Unnatural Selection.
O final podia ser salvador se Exogenesis, o verdadeiro lado progressivo dos Muse, se tivesse revelado em todo o seu esplendor, ficou-se pela abertura. Mas ajudou ficar-se com a esxcelente Stockholm Syndrome e a brutal (verdade seja dita) Knights of Cydonia. De rersto nem aquece, nem arrefece, e lá fora estava-se pior....


sexta-feira, 27 de novembro de 2009

DEAD COMBO - LIVE HOT CLUBE (2009 UNIVERSAL)


Tinha acabado de sair aquando do espectáculo não S. Luiz e estes portugueses taciturnos davam, assim, os seus primeiros passos no univeros «ao vivo». Focados na música ambiente, a Música dos Dead Combo não foi feita para grandes espaços ou Estádios. São antes uma banda de clube Nova Iorquino, adaptada à realidade lusa. O Hot Clube parecia ser um local apropriado para a realidade western-fado deste duo surreal.
Criaram a partir daqui uma simbiose com o baterista Alexandre Frazão, convidado, mas que parece começar a fazer parte do colectivo ao vivo. Jazz de formação, este não podia ser o local mais apropriado para se acabar uma conversa, a de Lusitânia Playboys. Curto, mas conciso, começa de rompante com Rak Song, muito fiél ao álbum, excepto no abuso de percussões, muito mais pujantes do que em estúdio e adaptados à guitarra tradicionalmente rítmica de Tó Trips, que nesta faixa ganha particular destaque. Mas é já a pensar no novo álbum que os Combo vão propondo novas músicas como a excepcional Nat. Mas nem só de novidades vive a música. Rodada foi o regresso aquele que continua a ser a sua experiência mais célebre - Vol. II Quando A Alma Não É Pequena. Aversatilidade dos Dead Combo não conhece limites, como um ecletismo erutdito, extende-se até ao rock, muito por culpa do contrabaixista Pedro Gonçalves que se devota a múltiplos instrumentos. Desert Diamonds/Enraptured With Lust é a música do crime, aqui com um violência brutal, que com a percussão e os soporos ganha outra dimensão. Old Rock n' Roll Radio volta ao primeros passos de Vol. I, com o qual se despedem para a próxima aventura ao vivo, esperemos São Luíz.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

FLIGHT OF THE CONCHORDS - I TOLD YOU I WAS FREAKY (2009, SUBPOP RECORDS)


Quem disse que a música não pode ser um grtande exercício de ironia, com uma ironia mordaz? Foram já várias as tentativas, e bem sucedidas, de usar a música como ironia e também sátira mordaz. O génio foi, sem dúvida, Frank Zappa, que para além de ter a faceta de «entretenidor», usava a música como uma feroz crítica social, sobretudo dos costumes e dos usos indiscretos, como exemplo «Moving to Montana Soon».
Depois veio o humor negro da música como crítica da própria música, mencione-se os Spinal Tap que nasceram de uma ficção e acabaram por se converter numa realidade do heavy metal a brincar, os os Rutles.
Quando os Flight of the Conchords, ou os Flute of the Commodors como acabaram por ser designados por um apresentador de clube ignorante, apareceram ninguém os levou a sério. No entanto, as músicas versáteis e carregadas de sarcasmo acabaram por abalar os gostos modernos indiferentes a qualquer substância musical, partindo do pressuposto que ela existe.
A 1ª série foi um trabalho muito bem feito por este duo neo-zelandês, não australiano como costumam ser apelidados. Caricaturando os mais variados estilos musicais desde o Folk, ao electrónico decadente dos anos 80 com os Pet Shop Boy em «Inner City Pressure» ou o rap ridículo em Rhymenocerous vs. HipHopapotemous. Posso dizer que eles no gozo conseguem ser melhores que os originais alvos da crítica.
Tal como na 1ª série, que tinha muitas dos originais dispersadas pelos 22 episódios, mais ou menos, o mesmo se sucede nesta 2ª aventura. Os temas que compuseram a série, servem agora de integração do álbum. Os padrões são os mesmo que no anterior, a começar pelos cancros da Música Moderna o hip Hop, Ragga que teimam em não cair no esquecimento. Hurt Feelings parece aquela contradição que nos dá imediato vontade de gargalhar, ahistória do rapper sensível em «Hurt Feelings», ou a completa falta de gosto dos Raggas em «Sugalumps», lado B de Boom Boom.
Mas não só estes pacóvios alvos das tomatadas mordazes destes neozelandeses deslocados. Os ovos podres vão directamente ao electrónico ranhoso que por ái prolifera como Ladys Gagas e (des)Cascada em Too Many Dicks (on the dance floor) ou Fashion is Danger. Até mesmo os falsos rastas vêm na Lista Negra com a badalhoquice despida em »You don't have to Be a Prostitute».
Até partem directo para o World Music, tal como «Foux Du Fafa» no disco anterior em Petrov, Yelyena and Me, que só podem gozar com filmes rafeiros com a mesma cadência de nome. Nem os Jason Mraz e outros que tais ficam de fora com a balada fácil Carol Brown que depicta até o habitual dueto com as gajas/pitas do momento.
«Friends» parece quase chegar ao ametricismo de Kymia Dawson (e com o falhanço de expectativas de Alphabutt), se bem que aqui numa postura amigável.
Até já pesnaram na música de Natal epiléctica com um Gospel histérico em «Angels». Um autêntica sátira às RFM's e sobretudo às músicas das massas indespertas.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

DEAD COMBO, AO VIVO NO TEATRO S. LUÍZ, LISBOA, 21.11.09

Os Dead Combo podem muito bem ser mais  uma daquelas bandas condenadas ao desconhecimento genérico que depois mais tarde, depois de acabarem, tornam-se uma referência, como os quadros e Matisse e Renoir que são hoje obras de arte amplamente reconhecidas. Talvez sejamos nós assima contemplarmos a nossa própria música. Tirando os Xutos claro. Tudo o que é estrangeiro enche salas de espectáculos infindáveis
Devo, contudo, realçar um pequeno «senão», o salão de Inverno do renovado Teatro S. Luiz em Lisboa estava lotado. Com a noite era pesecial, com câmaras prontas e palco arranjado, para uma noite de gravação de um novo álbum ao vivo. Nem de propósito surgiu esta venue, uma vez que os Dead Combo lançaram agora um álbum ao vivo, no Hot Clube de Lisboa.
Sem banda de abertura, surgidos do palco, vieram para tocar as primeiras músicas em dueto exclusivo. Tó Trips sinistro, agradece a vinda e com poucas palavras tocou algumas dfa músicas que já tinham surgido em neste formato na Homenagem a João Aguardela. Ainda estávamos na digressão de Lusitânia Playboys e foi por aí que se começou. Este álbum, um dos melhores lançados no ano passado, preencheu boa parte do espectáculo com o tema homónimo, Lusitânia Palayboys, Sopas de Cavalo Cansado e Rak Song. Ainda neste contexto visitaram Vol.II com A Menina Dança ou o Assobio.

Foi só passados meia hora de concerto que a dulpa Tó Trips / Pedro Gonçalves decidiram chamar ao palco um grupo de amigos e a grande revelação pessoal - para mim, pelo menos - do baterista Alexandre Frazão. Mais An Duarte nos pianos e um trompetista, outro saxofonista e mais um para a trompa. Tocou-se então aquilo que havia de ser um espectáculo imponente para aquilo que parecxe um pequeno duo contrabaixo/guitarra. Cuba de 1970 teve outra dimensão e menos se pode falar da oriental Like a Drug que tem o seu lado curioso na inspiração dos QOTSA que Pedro Gonçalves admira muito. Alexandre Frazão tebe oportunidade para demonstrar o potencial de um aluno de escola de Jazz. Canção do Trabalho teve uma cara nova, com as variações de percussões e ritmos completamente em contratempo, já para não falar da velhinha Eléctrica Cadente ou Diamond Song/Enraptured With Lust. Pelo Meio ainda tivémos privilégio de ouvir um pequeno recital de piano das músicas dos Dead Combo, com ainda um solo de Tó Trips, mas por volta da 1:00 era altura de ir para o bairro ou como diz o verdadeiro Pedro Gonçalves, «irmos todos para o Cais do Sodré» como o homem que atravessa Lisboa de bicicleta. Para mimfoi altura de descansar o ossos e aproveitar o extraordinário Vol. I que os nosso compatriotas conseguiram por lá vender.


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

PORCUPINE TREE, INCRÍVEL ALMADENSE, ALMADA - 20.11.09


Pelo que se pode ver Steven Wilson e camaradas gostaram mesmo do nosso país, e do lado sul do Tejo. Depois de pouco mais de um ano de nos terem visitado, voltaram com um novo álbum na manga. Mas não era apenas um novo álbum. Era uma música de 55 minutos, um The Wall em versão individual e intensamente psicológico. Como Steven Wilson não ambiciona a grande palcos, nem espaços amplos, contenta-se numa pequena casa de bairro de Almada, que se tornou e permanece uma sala de culto. Só que agora com todas as facilidades de acesso de comboio e metro que recentemente renovaram na geografia da margem sul.
A 1ª parte deveu-se a mais uma das iniciativas de outra dimensão de Tony Levin. Ele e os seu companheiros trouxeram-nos pela mão dos Stick Men, uma orquestra sinfónica e moderna. Parece que fazem parte daquela variante maluca da ciência, só que no plano musical. Stick Men porquê? Porque o baterista e percussionista electrónica usa «sticks» (baguetas) para tocar, concerteza, a bateria, mas porque os restantes membros se serviam de chapman sticks, um instrumento de corda constituído apenas por um braço e com cerda de 12 cordas, calcadas por ambas as mãos. Aliados a fortes pedaleiras, este trio desconhecido para muitos, mas não todos ousou-se a tocar a «Firebird suite» de Strazinsky, ou como disse o mestre Tony Levin, tentaram. Mesmo assim ainda introduziram um bom  humor em «Supercollydal», a propósito da «Musical Sopa».
Foi só depois de um súbita aspiração do palco, para que Steven Wilson não cortasse os seus habituais pés descalços, e um minimog em forma de secretária vitoriana, chegaram então ao palco com o habitual ecrã branca no fundo do palco. Occam's Razor foi o tema de abertura para aquilo que se esperava assim que começou logo de seguida, The Blind House. Steven wilson disse-o peremptoriamente «and no we're going to play the 55 minutes Incident, I that's ok with you? / So we're goint to play with the shortest interruption as possible». Foi assim que assistimos à peça quase teatral musical com Steven Wilson a alternar frequentemente as suas guitarras, e a recorrer muitas vezes à sua guitarra acústica. Foi bom deambular pela tragédia de fanatismo religioso de um seita que encarcerou dezenas de mulheres nos Estados Unidos. E  essa componente visual não foi, de modo nenhum deixado ao acaso. Os Tree recorreram a extensos filmes, muitos bem elaborados, para ajudar a toda a narrativa que se queria contar. O clímax da 1ª parte centrou-se, sem dúvida, no épico de The Incident - Time Flies - um tema extraordinariamente bem concebido, como uma «Dogs» moderna reinventado, com um acorde acústico vibrante e que funcionou muito bem ao vivo. Depois do instrumental pirómano Circle of Manias e a blada de despedida I Drive The Hearse, os nossos camaradas birtânicos retiraram-se para um pausa de 10 minutos.
Regressando com um retorno (passo o pleonasmo) a um dos seus melhores trabalhos In Absentia quer tanta presença teve no ano anterior. Colin Edwin começa com 3, que é só colmatado pela já grande reverência nas percussões do mundo progressivo - Colin Edwin. E porque nem só de guitarras vivem as bandas, o Rick Wright discreto Richard Barbieri, Dr. Richard Barbieri.
Foi altura de revisitar então Fear of Blank Planet, músicas quais que já tinham sido tocadas no ano passado, Way Out of Here e Anesthetize, desta vez mais curta para caber na 2ª parte do espectáculo, que não tardaria em terminar.
Relembrou-se com alguma placidez, Deadwing, álbum que tem sido esquecido algumas vezes pelos Tree, sobretudo, porque lhes deu alguma fama. Especialmente Shallow que nunca tocam ao vivo. Mesmo assim ficou So Called Friend e ainda uma versão esquecida que ficou de fora de Fear of A Blank Planet, então relegada para o EP, Nil Recurring. Depois do Adeus ficou a promessa de regresso. Parece que gostaram mesmo de nós.


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

PHADO POR MARCO MIRANDA aka M-PEX (2009, INDEPENDENTE)


A guitarra portuguesa tem sido um instrumento muito pouco explorado para além do tradicional segmento do Fado tradicional. Um aluno do técnico decidiu alargar os horizontes deste extraordinário instrumento. em conversa com o próprio Marco, descobri que este é um projecto todo ele estritamente individual, desde a concepção até à produção, não havendo
Por desconhecimento próprio, fui mais uns amigos ao ainda promissor DI BOX em Arruda dos Vinhos. Investimento isolado de uma família com «bagalhuça», que decidiu dar um presente a uma terra que tem desaproveitado. O espaço estava vazio, e algumas pessoas não estavam ainda preparadas para ouvir música instrumental.
No palco era apenas uma banco, e um computador portátil com saída de som. O conceito era aliar o som melancólico da guitarra de Fado ao ambientalismo da música electrónica. A fusão entre os dois é inesperada, mas francamente positiva. A guitarra de fado acaba por ser a voz ecoante por todas aquelas paisagens vindas da música de computador. Isto acaba por sobressair por que Marco é dotado de uma técnica bastante desenvolvida na guitarra de fado, quase que como um mstura de Carlos Paredes com Jose Satriani, desenvolvendo o culto da guitarra solista. O seu projecto individual aproxima-se bem do trabalho que tem  com o violinista dos Corvos, Tiago Flores e o Flautista Marco Ramos, também responsável pelos efeitos. Foi preciso por coincidência encontrar este projecto, que me demorou quase um ano a redescobrir, após o mini-concerto para o Portugal No Coração.

Phado, o disco de estreia, centra-se na reinvenção do Fado. Phado mehnor é um bom exemplo disso. Com um melodia que quase parece uma valsa semi-moderna, que deu lugar a uma entrada inesperada das odaniscas bizarras que por ali andavam.
Hydheia reflecte também essa intenção de refazer uma tradição, e de se buscar as tradições existentes, e a simbiose de dois estilos de música opostos a princípio, parece estranho de início, mas natural com o tempo, visto o som da guitarra portuguesa se manter natural, mas com uma maneira de tocar adaptada ao electrónico que serve de pano de fundo à sua extrapolação. Acho quer seria, no entanto, mais interessante ver mais instrumentos em palco. Em vez das batidas electrónicas, encontrar um baixo. Almathika foi o que conseguiu mudar o andamento, levando alguns cépitcos a crer que a música tinha de facto mudado. Com uma batida rápida e expressiva, e com uma guitarra melancólica, consegue de facto denotar o contraste em relação às anteriores.
A venue acabou com Phadistikal, um Fado quase Daft Punk. com forte enfâse nos electrónicos e uma guitarra portuguesa quase oriental.
Com o 2º disco quase a sair - Viver e Senitr Portugal -  Marco Miranda continua com a tarefa árdua de fazer música experimental, mais a mais em Portugal e com a tradição portuguesa.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

TRANSATLANTIC - THE WHIRLWIND (2009, INSIDEOUT)


Já lá vai o tempo em que os supergrupos eram apenas projectos paralelos promissores, que lançavam no máximo um disco ou dois e depois regressavam à sua actividade principal.
Os Transatlantic provaram agora do que são mais que apenas isso. São quatro bons amigos que fizeram um grupo a pensar nos épicos dos grandes grupos do passado, usando músicas como Shine on Your Crazy Diamond, Echoes, Gates of Delirium ou Supper's Ready dos génios progressvos do passado e trasnportá-lo para um presente muito mais virado para a música fácil e curta das rádios. Concerteza não se pode pensar nos Transatlantic como uma nbanda de massas, mas como são referências para os fãs sectaristas.
Se começaram em 2000, num interregno de Mike Portnoy dos Dream, desesperado por trabalhar com músicos diferentes dos seus camaradas da banda,  com SMTPe com um épico de 30 minutos. Brudge Across Forever tinha Duel With The Devil e Stranger In Your Soul (de acordo com Neal Morse o épico dos épics). Mais progressivo do que isto é dificíl. Mas conseguiu-se com Whirlwind, uma gigantesca faica de 77 minutos, superando os recordes dos anteriores. Aliás essa foi sempre a ideia de fundo destes 4 fantásticos.
Desta vez o conceito gira em torno de um apocalítpico desatre ambiental, ideia para a qual Neal Morse, e também o mago sueco Roine Stolt não são de todo alheios.
Com uma entrada instrumental, este épico colossal deadica toda a abertura a articulação entre a secção rítmica variada da bateria de portnoy - digno sucessor de Neal Peart - e o melódico do baixo dos Marillion, Pete Trewavas que tem sempre a marca de uma guitarra grave quase parecendo um violoncelo eléctrico.
A guitarra de Roine Stolt não é alheia também aos grandes artistas do passado, alheando os efeitos etéreos de um Steve Hackett surrealista, com uma articulação técnica de um Steve Howe a um sentido de oportunidade de David Gilmour. E mesmo Neal Morse dá grandes mostras da sua capacidade técnica, em Dancing With Eternal Glolry rivalizando com o seu amigo Jordan Rudess.
A variação de vozes sempre foi um dos legados que os Transatlantic foram buscar aos pais fundadores do progressivo. Tendo os Beatles e os Pink Floyd como referência repartem os atributos vocais por todos os elementos, esmerando-se para dar uma boa entoação de voz. E até memso os Yes têm aqui o seu dedo nos coros e nos enrolamentos vocais em Is it really Heppening?, ou o esplendor eterno da voz em catarse de Morse em The Wind Blew Them All Away ou Pieces of Heaven, ou Trewavas e Stolt em conjugação jazzísitca em Evermore ou Rose Colored Glasses. E Mike Portnoy soa muito a Phill Clolins na era pós-Pester Gabriel em Set Us Free.
Tal como os Dream Theater, sendo nerds da música, os Transatlantic não poderiam deixar de prestar atributo aos seus ídolos. Por isso temos uma versão actualizada The Return of The Giant Hogweed dos Genesis, ou um excelente U need You dos America e dos Beatles fundidas ao fim destes anos como irmãods de armas e um bom Soul Sacrifice. Mas de referência são as curtas que vêm no lado B deste dico, tal e qual o formato vinyl dos clássicos antigos Meddle, Atom heart Mother ou Foxtrot com um épico a preencher todo um lado, com depois as faixas mais curtas no restante. Já esperava e sentia falta dos sons a atravessar o Oceano, para quando a visita por cá. Mal posso esperar.....


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

THEM CROOKED VULTURES - THEM CROOKED VULTURES (2009, SONY/BMG)


Parece que quando o mundo da música estva no seu pico último de criatividade, eis que vem algo que a torna nova e mais recente que nunca. E muitas vezes das boas influências do passado. Não será a 1ª nem a última vez que os os velhotes chegam para nos salvar. Dois músicos, já quarentões e pais de família, com um extenso reportório e currículo, nascidos da geração ciradora do na altura designado «lixo musical» (hoje reconhecido como um período simbólico do rock - Dave Grohl, mítico baterista dos Nirvana, que já dava sinais promissores de regresso às influências com o seu projecto Probot e Josh Homme, que nos Kyuss parecia um guitarrista com futuro e hoje é um guru do stoner rock.
Para estabilizar e de facto ir buscar alguma força crítica, foram buscar o elemento mais despercebido nos Zeppelin, mas como se veio  saber era uma força mortiz no seio daquela banda. O lendário John Paul Jones, regressa ao activo, depois da isolada venue dos Zeppelin na O2 Arena, em Londres.
Them Crooked Vultures não são apenas maisum supergrupo, que muitas vezes tem resultados desastrosos como a equipa galáctica dos  sabujos madrilenso que não apredneram da 1ª vez. Não isto é puro stoner rock do bom. Parece-se muio à partida com o som dos QOTSA fase Rated R ou Songs For The Deaf, como Mind Eraser, No Chaser.
Nobody Loves Me and Neihter Do I é uma amostra de tudo o que segue no álbum, uma bateria agressiva e pujante, de uma força animal bruta, uma guitarra de outra dimensão, e um baixo sempre presente com um groove tremendo que dá estabilidade aquilo que às vezes parece cair numa poarafernália de jams e virtuosismo estilo hard rock.
A voz de Josh Homme continua sempre presente com os agudos e os falsetes que dão estranheza e faz mais uma vez parecer próximo dos seus projectos individuais
E se tudo até agora parecia uma moca descomunal, New Fang supera com a diveridade do stoner para funk, mais uma vez com Josh a trabalhar muito bem a guitarra e voz e Dave Grohl e John Paul Jones a fazertem uma excelente seccção rítmica. E se Grohl parecia estar desabituado às percussões, com a assumir a função de seis cordas rítmicas nos Foos, este álbum indica que nucna desaprendeu, e reforçou mais ianda o estilo agressivo da escola de John Bonham.
Dead End Friends é mais um exmplo de excelente articulação de duas gerações bem distanciadas no tempo, com ainda por cima a década de 80 a distanciá-los. A balada que nem parece soar a balada, porque aqui está tudo a um estilo rápido, conciso com grandes malhas e sem tempo para devaneios. Ou a Bowieana «Gunman», que parece um hmomicído de outra dimensão.
Elepahnt é a jam convertida em música muito bem sacada e com uma exclente malha introdutória que logo a seguir passa para um malha hard rock punk, a que Jones se faz acompanhar muito bem.
E não é só aqui que Jones surpreende, não abandonando o seu experimentalismo nos teclados dos Zeppelin em Spinning in Daffodils, que é o mote para o despoletar da anarquia. Um excelente álbum do princípio ao fim.


terça-feira, 10 de novembro de 2009

STING - IF ON A WINTER'S NIGHT (2009, DEUTSCHE GRAMMOPHONE)


O natal aproxima-se, e digo-vos já faz falta o inverno, a noites frias e um disco que faça lembrar este tempo nostálgico. Com o tempo todo trocado parece que o inverno está destinado a ser curto e rigoroso.
Não é toa que o velho Sting faz deste disco, um álbum natalício, bem mascarado, ou se calhar até não. Talvez um disco de natal eclético. Não é a primeira vez que me falam da qualidade de Sting a solo, que confirma-se em superioridade à sua eterna banda de rock new wave. Muito mais virado para o jazz e para os sons eruditos, com uma pedra de toque em músicas do mundo, If On A Winter's Night é a subtileza e o prazer de um passeio pela neve. Britânico como é, Sting vai buscar inspiração às profundas tradições celtas. Por isso torna-se um pouco um natal diferente, uma espécie de hibrídio cristiano-celta ou celto-cristão se se preferir.
Gabriel's Message ou Christmas Carol são um dos temas tradicionais que servem de ponto de partido para este passeio natalício, com Sting a puxar pelos cordões da voz, em cânticos profundos, bem diferente da voz que caracterizou como punk adaptado ao punk pop rock. Acompanhado por um coro Sting exorta aquele que é o anjo de maior contemplação e que anuncia o nascimento do Messias. As influências do Jazz não foram deixadas ao acaso, por isso os instrumentos de sopro não foram deixados ao acaso.
«Soul Cake», bem mais alegre, parece uma parada irlandesa para o natal, enquanto se prepara o festim de natal. There is No Rose of Such Virtue, por sua vez é uma viagem ao período medieval, com cânticos gregorianos, remisturados com batidas tribais e bandolins interessantes. Como não podia deixar de ser, os álbuns destas alturas não são inteiramente originais. Muitos dos seus temas são de inspiração tradicional, reaaranjados para satisfazer o ouvinte mediano, que quer preencher a sua banda sonora da consoada. E o álbum de Sting não se distingue desses, a não ser pelos arranjos interessantes e pela discrição que assume. E as influências são extensas e vão até à música clássica de Schubert com Hurdy-Gurdy Man ou J.S.Bach com You Only Crossed My Mind Winter. Mas Sting não se limita a fazer um mero cover, faz os arranjos e adapta as ideias a um conceito bem interessante.
A sua paixão pelos sons do globo reflectem-se em Christmas At Sea, inspirado num tema de Robert Louis Stevenson e a sua Ilha do Tesouro.
Bethlem down é a paragem dos Reis Magos, para um natal descansado e tradicional.


segunda-feira, 9 de novembro de 2009

BRENDAN BENSON - MY OLD FAMILIAR FRIEND (2009, ATO RECORDS)


Jack White, Brendan Benson e Cª gostam de se pensar como uma grande família de amigos fraternos que se reunem de quando em vez para fazer música. E como se costuma dizer «amigo não empata amigo». Por isso enquanto Jack White sonha com as metamorfoses colectivas e de uma jam perfeita, saltando de grupo para grupo, Brendan Benson voltou para o seu refúgio individual de canta-autor transatlântico.
Só quando o ouvimos, temos percepçao da importância que ele tem nos Raconteurs, e a força da sua visão artística na banda. Todo aquele lado mais lírico e um rock bem mais alternativo e melódico que víamos nos Raconteurs parte todo da concepção musical deste nosso amigo.
O estilo parece-se como um liricismo medieval reinventado, como tema de assunto principal as relações afectivas. A Whole Lot Better passa-se quase como banda sonora de filme adolescentes, no entanto, tudo com uma certa ironia, onde a contradição é a faceta essencial no muno do amor.
Com uma boa disposição quase imperceptível salta-se para Eyes on The Horizon, com uma atitude mais «surfísitca», passa-se para os males que acontecem quotidiano e para a maneira como les nos passam despercebidos. Isso é uma das facetas mais marcantes de Benson, falar das coisas quase como se não estivessem lá «What happened to the Boy next door/ The Sun is so blinding». Finalmente, talvez através da música os americanso se apercebam como são o reflexo do Admirável Mundo Novo, a alienação pelo entretenimento.
Garbage Day parece-se a muita Beattleana Elenor Rigby, mas com um toque de Carlos Paião. Tudo com uma nota muito agri-doce, e dos olhares indiscretos do dia-a-dia. Ao que parece Brendan foi despejar o lixo e paixonou-se pelo olhar.
Em Gonowhere é certamente um dos melhores temas aqui presentes. Com um excelente domínio dos teclados, muito mais interessantes do que por exemplo a guitarra, sempre na função de ritmo ambiente. Aqui vemos que todos os arranjos de teclados nos Raconteurs vinham deste nosso camarada. E como atalho de foice Lesson Learned fala justamente no que Gonowhere manda ser «Be criative/ You can roll de Dice or You Can Play It».
Feel Like Taking You Home é o tradicional tema de Halloween, aqui quase como uma estranheza típica do mestre Bowie, aqui com uma projecção singnificante do baixo. E logo a seguir parte para o neo-disco estilo Daft Punk alternativo, para banda sonora de uma Pull & Bear. Um disco pessoal, mas sem grandes surpresas.


quinta-feira, 5 de novembro de 2009

MEGAFONE 5, TRIBUTO A JOÃO AGUARDELA, CCB, LISBOA 5.11.09


De tudo o que João Aguardela simbolizava, um homem bastante criativo, a sua busca pela originalidade e criatividade enquanto explorava o universo musical português era uma das suas maiores virtudes. Tudo o que criou não foi nem pelo dinheiro, nem pelo sucesso, mas pela música enquanto arte em si.
Volvidos quase 11 meses sobre a sua morte, Sandra Baptista, sua companheira e amiga fiél e Luís Varatojo seu cúmplice musical de grandes projectos, decidiram que haveria de se fazer uma homenagem com uma festa da música. Como disse Carlos Guerreiro dos Gaiteiros de Lisboa, Aguardela não gostava de homenagens, por isso presta-se tributo e divulgação à obra que ela fazia e a que se dedicava.
Apesar de ser uma noite um pouco inconveniente, a meio da semana, e num sítio que para quem se move de transportes, compensou em todos os aspectos. Com uns arranjos um pouco bizarros, vários homens de branco, carregavam um coração de metal para o empoleirar nuns ganchos que pareciam certamente tombar.
Depois cada uma das entidades envolvidas queriam mostrar um pouco do seu trabalho em prol da imagem do João. Assim começou um vídeo electrónico sobre a realção do João com a música tradicional portuguesa da autoria dos Artelier. Entre as pausas dos concertos caia uma eternidade entre a caída e a subida do pano.
Foi por volta das 21:40 que entraram os Gaiteiros de Lisboa com a sua maneira descontraída e lenga-lengas de trovadores. De uma maneira arrepiante e com forte ênfase nas percussões ecoaram o seu som por toda a sala. Não se perdeu muito tempo em palavras bonitas, deixou-se a música falar por si. Pena foi só temos de assistir a tudo isto sentados, sem movimento.
Depois foi a vez do documentário sobre os Sitiados, que participaram no evento em formato audiovisual. Já que a banda não poderia ser reunida a intervir ao vivo. Foi por esta altura que João conheceu Sandra Baptista, e partir daí a acordeonista passou a ser a família que formava o núcleo dos Sitiados. De alguma maneira, a fama atormentava Aguardela. Ele não queria estar na m´sucia pelo dinheiro, e depois de A Vida de Marinheiro cair nas ruas, João dedicou-se a inúmeros projectos. Megafone foi o que adquiriu mais simbolismo, e várias formas sucessivas.
Na sua 5ª versão surge depois os Oquestrada, uma banda que reúne no seu conceito música e representaçaõ no mesmo palco. Com uma vocalista -Miranda - desinibida, que teve a virtude de dar uma boa disposição a uma congregação que poder-se-ia muito bem tornar numa oração fúnebre. Tasca Beat, o álbum de originais dava sentido àquilo que era o mote deste projecto, uma nova tradição para a música portuguesa. O lema dos Oquestrada, o humor. Killing me Song, Cariño e Fado dos Subúrbios com a participação especial de Tony Não sei Quantas, que levou que a representaçãod este nossos colegas roubasse tempo aos verdadeiros protagonistas da noite.
Dead Combo era um dos grandes nomes esperados naquela noite. O duo lisboeta, apesar de bem composto em estúdio, foi minimalista em palco. Começaram com a melopeia, After Peace Swim Twice, com uma guitarra estrondosa do Tó Trips, a Pessoana Quando A Alma não é Pequena e a Menina Dança. Uma das actuações mais interessantes da noita não durou mais do que 25 minutos (no máximo). Houve só mais tempo para a Canção do Trabalho, Rodada e Assobio. Dando espaço para aquele que na minha opinião foi o prjecto mais interessante de João Aguadela.

Com os minutos contados, eis que entra o dueto de Varatojo/Mitó em Perigo de Explosão. Para depois se seguir a entrada da secção rítmica. Estávamos um pouco ambiciosos para ver quem assumia o papel do baixo, o lugar eterno de João Aguardela, e foi quem ficou encarregue de o substituir foi a sua eterna companheira tocando o seu célebre Fender Jazz Bass preto e bordaux. Tocaram quase tudo o que eles tinham de melhor, quase que como uma colectânea de grandes álbuns, Meteorológica, Música, a assombrosa Fé e a linda Monotone. Já para o final, quase de lágrimas escorridas Mitó fez uma revelação ao público que desconhecia da autoria das letras de Aguardela no último álbum - Uma Inocente Inclinação Para o Mal - sobre o pseudónimo de Maria Teixeira, sua avó paterna. Foi sobre esta ideia que cantaram Filha de Duas Mães, um sentimento partilhado por Aguardela.
Houve tempo para uma homenagem final, onde Gabriela e José, pais de Aguadela subiram ao palco para serem reconhecidos pela memorável obra do filho.
Em pano de fundo as quatro cordas do baixo de João Aguardela ecoavam com uma voz saudosa do nosso triste fado. Serás sempre recordado João.


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

SLAYER - WORLD PAINTED BLOOD (2009, SONY MUSIC)


«Man himself has become God, and laughs at his own destruction»

Os Slayer são daquelas bandas incansáveis, que de algum modo querem ser os protectores de um dos ramos do metal mais prezados e segmentados. Percusores do trash, os slayer continuam por cá como quem tem de facto algo a dizer, mas pelo contrário epá não têm. Tudo o que dizem não é nada de novo.
Começando pelas letras. Nem a tomada de posse de Barack Obama os fez ter uma atitude mais positiva pelo mundo fora, nem de outro modo seria expectável, ou poderiam ser considerados maricas. Não estes metaleiros estão de acordo com a existência de Bin Ladens e Ahmadinejads, para os rednecks pegarem nas suas caçadeiras, M-16 e bazookas, montados em apaches para destruir esta merda toda. Violência, mas à bons da fita. E venha de lá mais umas quantas guerras para a indústria de armamento não falir. Cheg-ase mesmo a dizer, se bem que com algum satirismo e ironia «Murder is My Future / Killing is my future» em Snuff.
Instrumentalmente as músicas soam sempre ao bom puro Trash. Não é por acaso que falamos de uma das bandas mais dogmáticas, a Santa Sé do metal. Daquelas que nunca comprometeu o seu som e as suas raízes. Com uma dupla veterana e invejável de dois guitarristas/solistas Jeff Hanneman/Kerry King, os Slayer continuam naquilo que é um dos pontos mais fortes da sua música o dueto de 6 cordas. Mas no que a coesão é bom, torna a irredutibilidade mau. A falta de versatilidade a uma banda torna-a menios aprazível e a ideia de que estamos a ouvir a mesma música vezes sem conta. Não podemos dizer que World Painted Blood ou Beauty Through Order tenham alguma diferença estruturalmente relevante, nem mesmo os solos de guitarra. Ou a batida de bateria de Dave Lomabardo - o rei da pedaleira dupla - em Hate Worldwide, tudo se passa com o mesmo vagar. Ao que parece um pequeno álbum de 39 minutos sucede-se a uma vertiginosa trepidação de uma grande música. Nem mesmo a variação de autorias repartida pelo trio Araya/Hanneman/King indica alguma variação. Como se todas estas mentes pensassem em uníssono.
Os Slayer devem ser encarados com respeito, como uma banda de referência dentro de um estilo específico, mas com o passar dos anos eles já têm muito pouco a oferecer, a não ser motivo para muita porrada no meio do moche, com argumentos para se dizer que «epá estes gajos tocam muito».
Ao contrário dos Metallica que foram capazes de criar malhas célebres tinham uma cultura musical muito mais intressante, tendo recursos para se reinventarem. O único tema deste álbum que se aproveita é mesmo «Human Strain».



segunda-feira, 2 de novembro de 2009

ÁLBUNS CONCEPTUAIS#3: OPETH - GHOST REVERIES (2005, ROADRUNNER RECORDS)


Para os vrais connaisseurs, este não é um verdeiro álbum conceptual. Isto porque à última da hora Mikael Aekerfeldt decidiu inserir uma balada, sucinta para a média de duração das músicas dos Opeth - Isolation Years. Mas quem olha pelo exterior, acaba por se poder fazer uma intepretação conforme, e integrar a música no resto do álbum.
Ghost Reveries é um regresso ao verdadeiro som que os caracteriza. Basta ver a agressividade com que começa Ghost of Perdition, para entrarmos na turbulência do personagem principal, atormentado por ter morto a própria mãe.
Esta converte-se num fantasma que apesar de querer perdoar, e motivar o filho para uma nova vida, este está profundamente marcado pelo acto hediondo, que o leva a uma expiação profunda dos seus pecados daí a excelente balada Atonement.
Ghost Reveries foi assinalado como um dos melhores álbuns de Guitarra, orgulhosamente colocado no lugar 54 pela Guitar Wold e como um dos melhores álbuns de Metal Progressivo, na posição marcante de 17º.
O álbum não é muito diferente daquilo que poderíamos esperar de uma banda critaiva e com o seu estilo próprio como os Opeth. A diferença essencial marca-se pela a entrada do teclista Per Wirberg, que já vinha acompanhando a banda nas digressões de Deliverance e Damnation. E apesar de Opeth ser uma banda fortemente suportada pelas guitarras e voz, os teclados conseguem adaptar-se ao som negro e profundo, muitas vezes de uma maneira jazzística e inesperada. Mas do pontoi de vista instrumental, é a guitarra que manda e dita as regras. Com variações muito bem sacadas, e acordes pesados e harmónicos Ghost of Perdition ascende para os 10 minutos, com muitos solos intermeados, com alternância entre a famosa dupla já extinta Aekerfeldt/Lindgren, que carregaram os Opeth desde quase a sua fundação.
De uma maneira imperceptível somos transportados para Baying of The Hounds num cenário soturno e obscuro, o nosso personagem vê-se confrontado com a persguição pelo seu crime hediondo. Ao contrário do que se possa pensar, a variação do tom de voz de Aekerfeldt é importante para a narração da história que se quer contar. A ambivalência de tons vocais alterna entre a voz do espectro da mãe, já defunta, e o filho desesperado em sofrimento por a ter morto. É também nesta faiz que encontramos uma grande relevância da parte instrumental de toda a banda e mais uma vez das guitarras. Não se passa 2 minutos de música sem termos um solo de um dos guitarristas, ou em dupla, ou uns acordes muito bem sacados. Os telcados servem apenas para criar um ambiente onde o resto dos instrumentos se vai desenvolver, com excepção da abertura da compassada Beneath The Mire, onde os arranjos de órgão de Igreja parecem assumir alguma relevância.
Ghost Reveries foi também o último álbum a ter a dupla de secção rítmica sueco-argentina dos Martins Lopez e Mendez.  A partir desta altura, Martin Lopez foi recrutado para a selecção sueca, que já está farta das falta de eficácia de Ibrahimovic e decidiu aproveitar a nova vaga de sul-americanos no futebol. Obviamente, nunca se percebe porque os músicos abandonam as bandas em épocas tão promissoras.
Ghost Reveries é um álbum profundo, obscuro e longo, que requer dedicação e compreensão. Destaca-se ainda a transição para o isolamento em  Reverie/Harlequin Forrest, que num estilo muito Sabbathiano , tem Reverie como uma pequena faixa introdutória. Uma grande homenagem à Deusa do Rocke do Metal, a Guitarra Eléctrica.