segunda-feira, 31 de agosto de 2009

ARTIC MONKEYS - HUMBUG (2009, WARNER RECORDS)



Que raio é humbug. No dicionário aparece como palavra calão para alguém que entretém, que apresenta, que dá espectáculo. Ao que parece, os Artic Monekys assumem-se como um banda pronta para esse tipo de devaneios. Uns rapazes que andam no negócio pelo interesse disso mesmo.
Pensávamos que o rapaz-maravilha Alex turner que gosta de caricaturar de tudo um pouco poderia deixar os seus velhos companheiros de Sheffield para trás. Mas não. Os Last Shadow Puppets foram apenas mais uma das suas vertentes criativas. E não são raras. Tanto talento se espera dele, e tantas promessas estão para cumprir que o guru do rock alternativo pesado, Sr. Josh Homme recusou-se determinantemente da produzir álbuns até a proposta dos macaquinhos surgir em cima da mesa. Foi aí que ele viu uma proposta a sério, bom para jogar uma cartada.
Homme chamou-os a todos para o seu retiro em pelno deserto californiano, onde sediou o seu Rancho de la Luna. Mas não foi apenas isolados que Turner e comapnheiros compuseram a sua música. A música foi fragmentada e produzida em entre Califórnia e Inglaterra, passando por Nova Iorque. Apesar de tudo, o som é estranhamente britânico, tanto quanto os the Who. E a maior mudança passa pelas vozes, e alguma elboração e detalhe na composição. O novo rock cru deixou, e vestiu carapaças, revestimentos. Mas a concisão, sem grandes espaços continua a ser a palavra de ordem. Tanto que é tudo rápido, tão rápido que o álbum se some em 39 minutos. Também não podemos dizer que muita coisa fique por dizer. Os temas e os assuntos profundos também não são da natureza dos símios (não quero usar isto como elemento de troça). O disco até supera pela positiva. Os coros vocais, e alguns riffs bem à natureza dos QOTSA estão bem presentes, não fizesse Homme parte da composição. E não é só isso, os elementos estranhos e sinistro de um esapaço pós-urbano aparece tão claro em Fire and The Tud ou Secret Door, como um filme de David Lynch num bar na Route 66 fora-de-horas. aquela guitarra, distorcida e característica é tudo menos casual.
Um bom álbum, mas passageiro.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

OPETH - THE ROUNDHOUSE LONDON (2008, PEACEVILLE)

Por esta altura já devereis ter reparado que esta é a minha fase Opeth. Todos os temos as nossas taras. E se fossemos todos perfeitamente equilibrados, poucos males viriam ao mundo. Também reparasteis que os Opeth são uma das bandas mais aclamadas do momento na cena de Death Metal progressivo, coisa que os lonfrinos foram dos primeiros, fora da Suécia a constatar. Não é por acaso que o impulso dos Opeth se deve ao sr. Steven Wilson, vocalista/guitarrista dos Porcupine Tree.
Quem olhar com algum detalhe para o próprio DVD pensará tratar-se de uma edição independente. Não é bem assim. Os Opeth abandonaram o contrato que tinham com a Sony e passaram a deambularum pouco por várias editoras até criarem raízes na Roadrunner. A Peaceville não perdeu tempo e lançou logo uma edição (quase) de luxo para proveitar os créditos. Na verdade fica aquém do famoso concerto no Shepherd's Bush Empire, o famoso Lamentations. com perto de 2 horas e meia de concerto, bate em larga medida esta edição. A favor, tem este, uma larga entrevista com a banda. Para além de um livro melhor e mais completo. Porque de resto é só capa bonita. Até o reportório de Lamentations é superior ao de Roundhouse.
O álbum Ghost Reveries tinha acabado de ser lançado e por isso o álbum foi frequentemente visitado. Ghost of Perdition foi lanaçado assim de rajada com ferocidade para o público que é aliás bem conhecedor. Mas foi Blackwater Park o álbum que revirou a carreira dos Opeth e por isso a canção homónima foi metida bem a meio do reportório. E mesmo grandes momentos de carreira para como Windowpane de Damnation foi revisitado. Até a uma viage pela história até Throught Pains to Heaven dos Nosferatu. Bom Para os fãs basicamente.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

STEVEN WILSON - INSURGENTES (2009, KSCOPE RECORDS)


Dificilmente poderíamos ver Stevenm Wilson como uma pessoa normal. Ele é sem sombra de dúvida, dentro do sectarismo musical, um indivíduo ímpar. O homem dos mil projectos, das mil colaborações, só equiparável em género e obra aos incomparáveis gurus do Rock Progressivo, Michael Oldfield e Jon Anderson. Tal como Oldfield, Wilson é um multi-instrumentista, apesar de o seu instrumento de elição ser a guitarra. Ao passo que Anderson é, muito provavelmente, o vocalista mais emblemático de toda a música progressiva, dado que Wilson aproveitou para as suas melhorias vocais.
De facto, um álbum a solo é estranho em Wilson. Os Porcupine Tree comçaram como uma banda de um homem só, e ainda se torna visíveç nas contribuições musicais que são maioritáriamente e exclusivamente de Wilson. Mas como ele próprio explica, Os Porcupine Tree são um fenómeno colectivo. Um diagrama com pontos extremos, onde a intersecção de todos eles é o grupo. Ele próprio escrevbe as músicas a pensar no que osoutros músicos podem desnevolver, e os arranjos jusicias são feitos por todos, muito embora a ideia base provenha de uma só mente. Muitas vezes, Gavin Harrison, ouve um riff de Wilson e adapta o seu próprio padrão de ritmo. Ôu o teclista Richard Barbieri +ropor um tom diferente, ou uma adaptação diferente dos teclados, e toda aquela dinâmica de grupo que acaba por haver. Daí que Wilson tenha frisado que o fenómeno individualista é totalmente diferente. Tudo o que sai via auriculares é uma ideia que le prévimente designou. Nada é deixado ao acaso, sem ter a ideia ou aprovação de wilson. No fundo, isso é o que é verdadeiramente um álbum a solo. Um trabalho por inteiro, pelo menos no que toca à escrita e aos arranjos, provêm de uma mente exclusiva, e wilson levou essa ideia muito a peito.
Tal maneira que não seja de estrnhar que as músicas sejam avassaladoramente semelhantes aos primeiros álbuns dos Tree. Muito melódicos, mas pos-progressivas, um psicadelismo electrónico assombra a música. Pode até ser uma epítome da música pós-progressiva ambientalista, Wilson concentra todas as influências que recebeu e deu-lhe sempre aquela marca de personalidade que o reflecte, anti-comercialismo. Não é de estranhar que I-pods partidos e esmagados surjam numa imagem interior do álbum. Já em Fear of Blank Planet dos Porcupine Tree tivémos esse vislumbre. além disso dá para ver porque Wilson é um dos homens m,aois requisitados neste segmento da música, pela sua extraordinária capacidade criativa e a marca singular que deixa em tudo o que fica.
Por outro lado vê-se um abandono dos riffs, que caracteriza muito mais os PTree, que já vinha desde do Voyage 34 e que se intensificou em In Absentia. Insurgentes não. Mais, Wilson suscitou a colaboração de Jortdan Rudess, o mago dos teclados dos Dream Theater, e pega na sua vertente mais criativa do que o exarcebadorismo técnico. Como é sabido, Rudess é o progressivista clássico dos DT.
Um exclente álbum, no entanto estranhamente familiar.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

MÃO MORTA AO VIVO EM CORROIOS 21.08.09
Festas de Corroios comemoram este ano 15 anos. Não há maiores Festas do que estas, dizem. Não sei, mas que têm um espaço para contar e para festejar. E com um espaço assim tem que vir alguém para o aproveitar. Coube essa função aos Mão Morta, de receberem os metaleiros e diga-se alguma chungaria da margem sul. Mas o que eu queria era ver os Bracarenses, cheios de poemas nietzchianos e pensamento decadente. O lado oculto dos Mão Morta aspirava por renascimento depois de um pequeno hiatus de O Maldoror. Até lá tivemos que esperar que actuassem uma das novidades trazidas a Corroios. Os outros MM, como acabou o vocalista por brincar no fim, mas os Money Makers nem se faziam passar por metade dos Mão Morta. Apedar da atitude um bocado ridícula, das indumentárias a condizer, os Money Makers, com a sua atitude dúbia perante o sucesso estrondoso tinham a vantagem de tocar um rock bem potento e bem estudado. A naturalidade com que tocavam os instrumentos indiciavam a prática, o estudo e a dedicação ao mesmo. Os gestos não casuais, mas metódicos e reflectidos. Surpreenderam bem por isso, mas as letras não eram nada do que se podia esperar. Mas valeu-se o carácter extrovertido do vocalista que soube animar o público pelo se humor à Raúl Solnado decrépito e fora de tempo.



Lá para bem depois das 11:00 da noite, eis que entra o sexteto. Não fizeram esperar muito, mas também já estava acompanhado da SBSR e do analgésico de fumo. Trazia a lição bem estudada de casa, e como habitual valem-se as sátiras ao aspecto dos membros do grupo. Adolfo, realça-se sempre, pela negativa. Mas é dessa massa que ele é feito, não???!! Como é que as músicas dele, muitas vezes carregadas nos podem fazer rir. Acaba por ser um misto de Nick Cave com Peter Gabriel com devaneios de lunático e, ainda por cima, na margem sul.Por cim sem cerimónias partiu-se logo de rajada para o som, Budapeste foi o mote de abertura, e logo agora que traiza a lição estudada, Muntantes x.21 era o capítulo que não tinha estudado. Mas deu para conhecer o trago do uísque velho com Amsterdão e Lisboa a soar a ardor de garganta. Mas os melhores haviam de ser visitados Há muito tempo que nesta latrina o ar se tornou irrespirável foi ecoizado pela Península de Setúbal com Vamos fugir e um tema que nem de propósito a propósito das eleiçãoes, as Tetas da Alienação. Que mais poderia faltar? Obviamente a Primavera de Destroços. Não foram poucas. Sendo o emblemático disco, Adolfo e amigo ofereceram-nos Tu Disseste, Arrastando o Seu cadáver, Penso que Penso (porque uma música psicótica vinha mesmo a calhar), Gin Tonic e Humano. Até perto culminar vir Cão da Morte, como não podia deixar de ser e culminando com Anarquista do Vale.
Só ficou uma pergunta, porque não o Maldoror e asua porcaria. Já agora acabavam com A Porcaria....

terça-feira, 18 de agosto de 2009

MASTODON - WORKHORSE CHORNICLES (2005, RELAPSE RECORDS)

Os Mastodon são, de repente, banda que corre na boca de meio mundo., Meio mundo daqueles que gostam de som pesado, carregado, agressivo, mas do bom. Depois de todas estas condicionantes não são tantos assim os que conhecem Mastodon. Basta ver peças salas que foram percorrendo, clubes nocturnos americanos e europeus, até começarem a preencher as tardes solarengas dos festivias de verão. digam o que disserem, os Mastodon são uma grande banda, em toda a sua extensão. Desde o virtuosismo técnico, até à exteriorização da imagem pelo artwork fantástico. Engraçado é que aquelas bandas menos conhecidas coneguem exceder quaisquer expectativas, mas expectativas objectivas, para que não estejamos tentados a dizer que por não conhecermos uma banda essas expectativas são sempre baixas. Nada disso.
Este DVD, o único que lançaram até agora, sem contar com as edições especiais dos álbun contêm extensas actuações ao vivo, onde apesar do amadorismo predominar, a qualidade de imagem e som não enveredam pelo mesmo caminho. Para além de que somos dados a conhecer, como é habitual já nos documkentários da banda vários detalhes das suas vidas pessoais, pelo que boa parte do filme é um relato meio cómico, estilo «humor sem guito», de como a banda nasceu e veio a ser o que é hoje. A história é engraçada, mas não ultrapassa a do viedo caseiro (home video) que outras já fizeram. Pasa por pielas e estardalhaço, e falar com sem-abrigo, entre pitras peripécias. Muito similar ao Vulgar Video dos Pantera.
Por outro lado tem um prato forte que é o de documentar ao vivo paraticamente todo material que banda tinha escrito até então. Os trabalhos são material já antigo da banda, e incide apenas e exclusivamente sobre o Leviathan e o Remission, discos que foram amplamente aplaudidos pelos críticos, que reviam nos Mastodon uma lufada de ar fresco no Metal. Pode-se assistir à destruição ao vivo em músicas como Crusher Destroyer, March of the Fire Ants, Ole Nessie, Crusher Destroyer, Elephant Man, Where Strides The Behemoth e do memorável Leviathan, Seabeast, Blood and Thunder e a potentissíma Hearts Alive. Tudo o que tinham feito puseram na memória do DVD, com bastante material incluindo vídeos, e muitos bónus. A extensão, e o facto de documentar todas as origens da banda faz deste uma boa compensação.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A DÚVIDA DE JOHN PATRICK SHANLEY (2009, DISTRIBUÍDO POR MIRAMAX FILMS)

Que dizer sobre este filme? A Dúvida é, sem sombra de dúvida, passo a expressão um filme que aconselho a todos. Um filme interiorizante, reflexivo, profundo, cativante e que mexe com as caracterísitcas mais porfundas do ser humano. quem o vê sabe que não é uma obra típica da 7a arte. Trata-se de uma «adpatação» de uma peça de teatro. Escrevo adaptação entre aspas porque é uma interpeetação autêntica, escrita e feita por quem a escreveu, ou seja, pelo seu autor original. Isso faz dela um relato mais natural, ou mais pessoal talvez, porque não foi tocado por mãos alheias. Sendo uma adaptação do teatro faz com que o foco nas personagens seja mais denso, e o trabalho dos actores bem mais importante. Devido, aos recursos técnicos que os artistas de cinema dispõe, a intensidade da dramatização tende a esbater-se um pouco.
O Padre Finnley começa a sua missa com um sermão cativante. Oxalá todas as missas a que tivesse assistido fossem assim. Com levantamento de questões. Obviamente, um discurso destes é pouco ortodoxo para a Igreja, que se recusa a ver o problema que subjaz a uma questão tão importante e tão pouco discutida como o da fé e o seu reverso, a dúvida.
Esse ortodoxismo, ou melhor, a falta dele, leva a que levante suspeitas no Colégio de são Nicolau, cuja reitora, a Irmã Aloysius, uma pessoa assaz austera e repressiva, e deva-se dizer deveras beata, daquelas que Eça de Queiroz detestava, envolveu-se numa cruzada para destronar a reputação e o bom nome do Padre Flynn onde o preconceito e a intuição feminina são as armas de arremesso para procurar uma certeza onde não ela não existe, nem onde possam existir factos que a possam suportar. A peça transporta para o cinema uma das características essenciais do teatro, o facto de levantar questões inquietantes, e neste caso bastantes dúvidas. Para mim o essencial do filme é até que ponto podemos julgar alguém sem termos elementos que o sustentem, que o suportem. Isto levou a que muito boa gente fosse queimada em autos de fé nos tempos da inquisição, que parece ser, para mim, o «rótulo» indicado a aplicar à Irmã Aloysius, que violou mandamentos essenciais para um Cristão para aplicar os desígnios do Senhor.
Todos sabemos onde todos este problema vai dar, aos Padres e às criancinhas, neste caso, meninos. O que é bonito, e essa é a beleza do Teatro, é que é preciso intuição, compreensão dos pequenos pormenores, a maneira como as lãmpadas se fundem, como a luz é usada para ilumniar dos personagens. Como as personagens se apropriam para uso imediato de objectos alheios como sentar-se na cadeira, abrir cacifos, as unhas por cortar. Todos esses por menores são essenciais para o desenrolar e o entendimento da história. Em cima de tudo estão as dúvidas, muitas suposições que não são comprovadas pela razão e que não conseguem ser sustentadas, como a questão da fé em si.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

TOMMY DE KEN RUSSEL (1975, INDEPENDENTE)

Tommy dos Who não foi apenas um grande feito musical. Foi também um precedente importante em termos musicais. A primeira e grande Opera Rock que viria a causar de imediato o fascínio e o mito nos fãs do rock, principalmente de rock progressivo. Descobriu-se que se poderia contar uma história através de um conjunto de músicas, dando-lhes um substrato e uma coerência base que os Beatles nos seus álbuns conceptuais nunca tinham deixado, com excepção, talvez, de Yellow Submarine.
Com muita surpresa, algums destas obras foram adaptadas ao cinema, sendo Tommy a pioneira. Só que com pouca surpresa, iria adaptar-se a um musical. De outra maneira também não poderia ser, uma vez que é o álbum, são as músicas que contam toda a história, que como vamos ver ajudam ainda mais a perceber os destinos do personagens. Quem conseguiu compreender The Wall na sua plenitude sem ter visto o filme.
Muitos futuros músicos oljariam para estes discos como obras soberbas, e deixariam a base, o «tapete» para posteriores obras.
Ken Russell era nesta altura um realizador experimentalista, como tantos que saiam dos mais recentes cursos das Escolas de Arte. a pensar sobre os filmes avassaladores e majestosos de Kubrick, como nas técnicas e nos recursos técncicos mais recentes.
Só que este filme tem um senão. Mais um engano premeditado. Quem conhece Tommy sabe que a história não se sucede depois da 2ª Grande Guerra, mas vários anos antes dela. De facto, sucede-se a seguir à 1ª Grande Guerra. Provavelmente terá sido propositado por parte de Townshend, que acaba por frisar um período bastante mais fulcral para a própria Grã-Bretanha, como também para as gerações de músicos (e não só) de Townshend. Desta feita, tommy é estranhamente similar a The Wall (ou o contrário) em, período e grande parte dos problemas da adolescência. Tal como Pink, tommy crescera sem pai que também era piloto da RAF. Tal como Pink, Tommy isola-se do mundo exterior, desligando os seus sentidos (ao passo que Pink cria um muro mental), só que com uma maldição lançada pela sua mãe e padrasto. Nesta última parte reside a diferença entre as duas obras.
Mãe de Tommy dá a luz a uma crinça orfã e tenta desesperadamente dar um pai a uma crinaça. Aqui vemos o drama social de toda a geração do pós-guerra, em que muitos não teriam uma figura masculina. Talvez essa liberdade doméstica desse azo a uma maior expressão liberal precoce nos jovens e ao surgimento da Geração Hippie.
O filme segue em larga medida a estrutura do álbum. Com os actores a cantar em pleno as músicas e melhor, com grandes músicos a participarem nelas e a adaptarem-na. TinaTurner é Acid Queen uma das tentativas para a cura dos males, que acaba por ser pior que o soneto. Elton John é o Pinball Wizard e Keith Moon, é de forma impressionante, Uncle Ernie. Destaca-se a participação de Eric Clapton em Eyesight to the Blind e de Jack Nicholson como médico de Tommy. Como seria de esperar cabe a Roger Daltrey o papel de Tommy. Aqui dá para ver o companheirismo dos Who. Ao contrário dos Floyd nunca houve querelas para quem queria assumir esse protagonismo, nm razões para ninguém se sentir atraiçoado. Muitas vezes nas bandas o dinheiro e os créditos levam a melhor.
Oliver Reed também se estreia aqui com um papel marcante. Sempre marcado como actor secundário em Hollywood, muitos de nós só o voltaríamos a ouvi em sonante no Gladiador de Ridley Scott como Proximo.
Townshend escreveria outra Opera Rock, só que desta feita seria adaptada a filme sem musical, com um guião para além das letras do álbum.

sábado, 8 de agosto de 2009

INIMIGOS PÚBLICOS DE MICAHEL MANN (2009, INDEPENDENTE)
Adoro os filmes de Micahel Mann. Simplesmente adoro. Ele é simplesmente daqueles realizadores como uma visão clara e concreta do que quer e pretende fazer. Com uma visão determinada e recta da sua arte. Acredito que ele será um dos realizadores que será objecto de culto daqui por uns anos, e fará jorrar algumas obras sobre as suas técnicas. Muitos traços dos seus filmes são tão marcantes, que muito possivelmente, dentro de algum tempo, breve espero eu, este terá o seu próprio prémio carreira enquanto realizador, o seu próprio óscar.
Até lá, consegue supreender, fazendo pouco mas bem.
O último trabalho foi Miami Vice. Muitos foram os incrédulos que pensaram tratar-se de uma adaptação ao grande ecrã de uma série dos anos 80, linear, básixa e hoje conseiderada vulgarmente de pirosa. Pois poucos foram os que não ficaram surpreendidos com esta longa metragem. Com uma excelente prestação de Colin Farrell e a já conhecida colaboração com Jamie Foxx, os policiais tornaram-se o género por excelência de Micahel Mann. Mas não se trata de um policial qualquer. Trata-se de policiais com densidade psicológica profunda. Com drama social e pessoal. Com uma estranha cadência Shakespeareana. Nãso é de estranhar que todos os filmes de Mann tenham o seu cunho pessoal no guião. Ele tenta abordar o lado mais humano dos personagens, e o casting não é feito por acaso. Parece que cada actor é adeuqado para aquele traço psicológico. Se estudarmos a vida de John Dillinger, vemos como o talento de Johnny Depp é perfeito para o encenar e devolver à vida uma lenda dos anos 30. Cada personagem não é deixada ao acaso, e Mann rompe facilmente com o preconceito tradicional americano de «good and bad guys», que é obviamente errado, e que parte de uma falsa interpretação de uma teoria conseuquencialista da moral, com misturas de deontologia kantiana. Do género, nós estamos do lado certo da lei, pelo tudo justifica a nossa posição.
O filme desenrola-se no mítico cenário temporal dos anos 30, que parece nunca cair em desuso. Os primeiros anos da década de 30 foram muito difíceis e árduos. Como em todos os períodos de precariedades económicas, o crime e a insegurança tendem a alastrar-se. É neste contexto que nasce o Federal Bureau of Investigation, uma agência federal de combate ao crime. Tratava-se de uma situação sem precedente, daí que J. Edgar Hoover tivesse que lutar nos seus congérneres meandos burocráticos para resolver a eterna questão política americana da soberania estadual vs. soberania federal. Porque as forças de segurança interna e política contra o crime fora sempre um domínio reservado dos Estados e das suas forças policiais. Até estes ser virem sem forças para lutar contra o crime organizado que atravessava as fronteiras dos Estados e se aproveitava das suas limitações de jurisdição. O filme capta liminarmente essa luta política em Washington e em Chicago para criar o contexto da cena Gangster, até porque, como sabemos, Dillinger é morto pelo FBI.
Por se tratar de um filme histórico, todos sabemos como culmina, e pode-se dizer que Mann fez um excelente trabalho. O detalhe histórico é impressionante, mesmo nas cenas de perseguição, no histórico das personagens. Poucos devem ser os pormenores que escaparam aos argumentistas. até porque o filme é baseado num livro não-ficcional.
Excelente é também a prestação dos restantes protagonistas. Eu não me arrisco a referir o antagonista - Melvin Pervus (Christian Bale) - porque para além de ele representar o lado feroz da lei, que tinha de combater com mão-de-ferro a criminalidade violenta organizada, como Hoover afirmou na célbre expressão italiana «tirar as luvas brancas», mas porque para combater os gangsters, foi preciso muita dureza. Marion Cotillard, estrela gaulesa que vestiu a Pele de Edith Piaf teve também uma soberba representação. Billie Frechette foi a eterna companheira de Dillinger que passou anos numa dura prisão do Illinois (nessa altura o sistema penal era mais suave para as mulheres, do que para os homens) por ter pactuado com os cirmes de Dillinger.
Escusado será dizer o nível de detalhe e aperfeiçoamento que tiveram os guarda-roupas, ao ponto de os célebres chapeús de feltro terem sido fabricados numa fábrica de S. João da Madeira. Os adereços, entre os quais os carros, as metralhadoras, os casacos, os óculos e os chapéus de palha, foram todos recuperados para recriar esta época mítica. Todos estes componentes e mais alguns fazem deste um grande filme. Com a marca de qualidade de Michael Mann.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Opeth - Porcelain Heart

E já que estamos numa de Opeth, aqui está o vídeo do último álbum - Watershed - que os há-de, felizmente, trazer cá. Aguardamos....

terça-feira, 4 de agosto de 2009

OPETH - LAMENTATIONS CD/DVD (2006, ROADRUNNER RECORDS)



Curiosidade haveria de ficar para História, aquela nação que traria ao mundo tão dispares talentos musicais. Os Opeth fazem parte daquele malogrado, mas interessante país que é capaz e produzir boa música pesada e calma, em simultâneo sim, e ao mesmo tempo a disco pop mais ranhosa. Sim tadinhos dos Abba.
Mas não ficariam de estar associados a esses ditongos. Os Opeth são uma banda com reconhecimento dentro das frnteiras dos país e do género, e para além deles. Merecem-no. Têm também aquele encanto crescente em cada audição, que faz aumenta cada vez mais a nossa afinidade para com a banda. Daqueles «primeiro estranha-se, depois entranha-se».
Lamentations é uma daquelas venues que se marca pelao seu nível de satisfação que é levado. Demonstra não só o lado mais negro do metal, como também a medalha da melodia e da melancolia. Mais, até são as músicas mais calmas e introspectivas que perduram no album, Percorrem bem mais de metade, ainda mais num dos picos mais altos da afamada colaboração Aekerfeldt/Lindgren com Deliverance e Damnation a dominarem , enquanto as pesadas e rápida demoniam por completo a 2ª parte do álbum por completo o reportório.
E começam bem. Com Windowpane a rasgar os sentimentalismos, e os metaleiros a deixarem os corninhos de lado. E o ambiente acúsitoc, que quase me fez lembrar Alice In Chains, mas mais progressivos deixam-se descontrair, à medida que paz vai reinando por toda a 1ª parte do set. Hope leaves, In my Time of Need, todas grandes baladas que vão enchendo a nobreza dos corações e o poderio da ambivalência de Mike Aekerfeldt que prova proque é um grande líder, e de como acaba por ser po Trent Reznor podr detrás dos Opeth.
Só se levantanm as expectativas já volvidos quase 70 minutos de concerto. Aekerfeldt ergue-se na sua PRS e exibe os famosos Devil Horns, os Cornos de Satã. É com isso que todo o inferno se despoleta e a voz gutural de Aekerfeldt se revive na trerpidação dos riffs evoluídos e nas entradas magistrais. Weakness e Master's Apprentices chegam, vêm e vencem. numa atitude quase cesariana e cheia de raiva, ficam os ecos de Drapery Falls e Deliverance. Shepherd's Bush Empire regozija-se e faz deste um excelente CD/DVD, capaz de satisfazer em pleno os fãs do movimento progressivo, seja em que circunstância for. Aekerfeldt sempre com uma atitude reservada, mas tolerante e comunicativa com o público demontra porque os Opeth continuam a ser cada vez mais reconhecidos e consolidam-se como uma boa banda de culto.
Mal posso esperar para os ver em Outubro e que toquem muito Deliverance e Damnation.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

GRAN TORINO DE CLINT EASTWOOD (2009, INDEPENDENTE)
Clint Eastwood é um artista especial. Especial de várias maneiras e por várias razões, e sem querer os seus filmes espalham a admiração por várias faizas etárias e grupo sociais, P0de-se dizer que é no mínimo supreendente a maneira como ele capta a diversidade etnica dos E.U.A e ao mesmo tempo o ódio racial atroz e renitente, comprimido para o subconsciente dos americanos que tentam evitar a troca de olhares, os bairros perigosos. O mesmo se vai passando em solos do velho continente.
Ao mesmo tempo, ele consegue apelar aos valores tradicionais americanos, tudo menos de uma forma leviana. Com respeito e seriedade, ele capta em fita as emoções diárias, as reacções típicas, os trejeitos e os preconceitos. Em suma, aquilo que um bom filme deve configurar ao estilo bem dramático shakespeareano.
Eastwood é também, sem sombra de dúvida, o americano mais Jeffersoniano, ou pelo menos consegue fazê-lo nos seus filmes. Num bom estilo anglo-amerciano ele consegue captar a essência de contradições de que tem vivido tanto o espírito americano. A tolerância racial é uma delas. Sabemos bem que os E.U.A. são um ou o país com mais diversidade racial do mundo. Mas também é dos países onde há menos tolerância, e onde se praticou mutio actos vis contra a igualdade étnica. Walt Kowalski é um polaco-americano que vive com isso nos seus fins-de-dia. Ele é isso mesmo, um americano de ascendência polaca. As suas ligações à Polónia só se reflectem no nome e nas básicas tradições europeias, como uma superioridade racial reprimida ao ponto e sepração para a coexistência pacífica do estilo «tolero a sua existência, esde que longe de mim».
Por isso e, aparentemente, Walter vai afastando toda a gente, também porque é resmungão, é um mebro da velha ordem e dos velhos costumes que aparentemente deixaram de existir. É tão retrógado que luta para preservar os elementos do seu tempo, até a sua casinha suburbana., onde tantas famílias americanas de ascendência europeia viviam felizes e prósperos.
Hoje é um bairro de habitações baratas. Todos se mudaram, e aqueles que emigram para os E.U.A. na esperança de viver o sonho americano começam a albergar-se nas típicas casas das zonas limitrofes.
É com desconfiança e dissabor que le vê estes novos inquilinos. um deles Thao, terá que ingressar no rito da inutilidade, à medida que as novas gerações de rapazes vão abandonando precipitadamente os princípios do cavalheirismo, que Eastwood satiriza tão singularmente. é nesta prepectiva que ele conhece Thao, um jovem vietnamita que não quer render-se ao destino padrão de um jovem do seu grupo étnico radicado na América.
Kowalski e Thao acabam por se conhecer da maniera mais caricata, através dos velhos costumes americanos: o uso da força das armas para salvaguardar um direito, neste caso a propriedade.
É lentamente que nos vamos apercebendo da personalidade de Walt, num estilo bem freudiano, à medida que e traça o perfil da personagem. Eastwood na caracterização mantém o seu estilo próprio, durão e sério, mas que nunca cansa, nunca passa de moda. A personalidade calma e silneciosa continua a reviver pela atirtude de Eastwood que continua a mostrar as fragilidades de uma América poderosa parao exterior, bela mesmo no seu fracasso. Escusado será dizer , que este filme é sobre tudo, menos um carro, mas fica também a beleza para escolha de títulos.