domingo, 30 de novembro de 2008

DEAD COMBO - LUSITÂNIA PLAYBOYS (2008, UNIVERSAL PORTUGAL)


Durante décadas as massas cosmopolitas portuguesas, e as do interior com um ligiero atraso, contemplaram as influências estrangeiras, sobretudo anglo-saxónicas que atolavam o mercado discográfico. Este fascínio pelo estrangeiro cedo se revelou uma forte influência, nascendo projectos que adaptavam as músicas de fora a um contexto nacional.
Felizmente, a portugalidade hoje, é mais um motivo de fascínio e de interesse pelos ouvintes nacionais, e o experimentalismo está à vista. Não é à toa que Dead Combo foi designado como o melhor álbum do ano e, à primeira vista, muito merecidamente. A comparação indiscreta, não é um figura de estilo sem nexo. Os Dead Combo parecem conseguir aquilo que à partida parecia ser impossível: harmonizar dois estilos completamente distintos. Alguém brilhantemente os descreveu como: «a súbita entrada de Clint Eastwood numa guitarra de Fados», ou melhor, «numa República de Estudantes». Sim, em curtas palavras é mesmo isso de que se trata.
O facto de serm essencialmente instrumentais, também não é casual. Saídos de um tributo a Carlos Paredes, a nossa c adência reflecte-se no eterno espírito da guitarra portuguesa. assim como o velho oeste do saloon, quase que antecipando uma cena mortal de duelo de «seis-tiros» prestes a explodir. Só mesmo um duo com tanto bnrilhantismo e talento poderia fazer música que inspirasse as melhores produções cinematográficas internacionais. Desconfio que se alentejo Sem Lei fosse filmado hoje, ou re-produzido, das duas uma: ou não teria o mesmo destino, ou a banda sonora não seria caso para fracasso. «Fuga em correria menor» é o melho exemplo de uma perseguição de cavalos, no vale do Mondego, com um clímax digno de um romance de Camilo Castelo Branco, para além de um excelente participação da secção rítmica. E o regresso ao futuro é visível no forte baixo de Carlos Gonçalves em Old Rock N' Roll Radio. também o seu companheiro Tó trips demonstra a fibra de que são feitos os virtuosos portugueses em Cuba 1970, não só a demonstrar influências lusas, como latinas. Este ecletismo mostra como os Dead Combo dificílmente desiludem e elevam a música portuguesa a níveis nunca antes experiênciados. Carlos Paredes está-lhes no sangue e Lisboa/berlin Flight é caso disso, que aliás conseguem incoporar tanto no classicismo, como na electrónica do futuro. Parabéns a Tó Trips e Carlos Gonçalves.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

OASIS - DIG OUT YOUR SOUL (2008, WARNER BROTHER RECORDS)

Sendo 2008 um ano de regressos também os irmãos mais controversos do pop rock britânico ansiavam um regresso. Armados em Beatles da nova geração, as guitarras e os fortes vocais e ainda uma queda para o cenário psicadélico fazem dos Oasis uma banda a evitar no meio do deserto. Mas não se pode ignorar o facto de que existem e de que eles próprios defendem a sua importância. Tal como a banda, este álbum é pegar ou largar. com certeza as miúdas, entretanto muits delas agoras mães de putos rebeldes, continuam a achar interesse naqueles bêbados de Manchester que são conhecidos por estarem bêbados grande parte do tempo e dizerem «fuck» e «mate» parte maior do tempo ainda. Don't believe the truth foi mau decepcionante demais para ser verdade, e Dig Out Your Soul era agauardado com alguma expectativa.
Sinceramente, acho que tem boas canções, e que seria mais apropriado como lançamento de verão, do que propriamente para preencher a época do frio. Grande parte das músicas é desprovida de significado e, sobretudo, muito impessoais. Safa-se algum talento instrumental, mas vêm a atalho de foice das novas gerações do rock britânico que carregaram no cru da distorção das guitarras. Facilmente identificável com um álbum novo dos Artic Monkeys.
Basta cpomeçar pelo título: o que será que quer dizer «Dig Out Your Soul», esgravata a tua alma??!?!?!
Bag it Up é o tema de abertura, e Liam Gallagher carrega na sua voz de bagaço. Sabe-se lá quantas vezes é que aqueles dois já anarama à tareia. Provavelmente ainda devem repercutir nas letras quem estragou o brinquedo de quem. E para mais são os únicos sobreviventes da formação original, havendo poucos que queiram resistir às birrinhas dos irmãos Gallagher. Neste momento aidna devem estar a discutir quem tem projecção em palco, quem deve estar ao centro, quem vai ter os coros principais. e outras pintelhices. De certeza que Gem Archer e Andy bell estºão lá penas para sacar o deles.
As guitarras são simples, com uma distorção simples e crua, e uma aposta crescente nos teclados a que Jay Darlington fica responsável nas digressões.
Schock of Lightning é outra sem nexo. Parece aquele tema que passa para dar pica aqundo de uma saída nocturna. «Love is drum machine....» o que será que esta merda quer dize. Nem de propósito metem um solo de bateria no meio da faixa, nem de perto nem de longe de um solo de tachos e panelas que Zak Starkey teve de materializar. Aliás do actual alinhamento, os Oasis não têm nenhum baterista, tendo destroçado quaisqer résteas dos perídos aureos, se é que houve algum, da banda.
A balada melosa pronta para verter lágrimas de crocodilos vem em I'm Outta Time, mais uma vez a pedir aquela atenção egocentrista e mimada. Causa-lhes tanta emoção como ver o Leeds United ganhar.... Ainda por cima acham-se uns George Harrison como While My Guitar Gently Weeps. E (Get Off Your) High Horse Lady soa-me estranhamente a uma balda pastoral dos Beatles que não são poucas.
Para mim os Oasis não trazem nada de novo. E se calhar nunca o fizeram. Têm o mérito de compor algumas boas músicas, mas que são tudo, menos originais. talvez venham aí denovo para serem escorraçados, e depois se enfrascarem no pub, escreverem músicas de menininhos coitado e incompreendidos, enquanto vêm o jogo do «menino de ouro».
Particularidades de te álbum destaca-se o facto de ter um bom tema em Falling Down, que tem uma boa participação vocal de Noel e dos teclados, e of acto de ter sido escrito e gravado em Abbey Road.
Os Oasis querem mesmo viver às somrbas do passado do rock britânico e carregar o seu legado, mas parece-me ser areia demais para o carochazinho deles.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

COLDPLAY - PROSPEKT'S MARCH (2008, PARLOPHONE RECORDS)



Depois de entrarem brilhantemente em 2008, aquando do lançamento do revolucionário Viva La Vida, o mito iluminista e libertário prossegue em Prospekt's March, um EP que é um complemento do LP, logo a começar pela capa, inspirada noutro quadro de Eugéne Delacroix, desta vez La Bataille de Poitiers.
Estão tão ligados que uma edição especial dos 2 foi lançada para os vossos ouvidos apenas. Ficou claro que havia algum material que durante a gravação de Viva La Vida os Coldplay não queriam desaproveitar, por isso vemos um tema de rompante como Life in Technicolor II, que no álbum principal era uma abertura instrumental tem agora os seus próprios vocais. Mas as divergências não se ficam por aqui. O Ep contém ainda as inéditas Glass of Water e Rainy Day que foram claramente escritas dentro do espírito do álbum. A voz de Chris AMartin entoa na mesma dimensão e as guitarras de Johnny Buckland continuam numa afinação e efeito etéreo, e a presença dos violinos continua a ser imperativa, se bem que Rainy Day serve-se com frequência de sons electrónicos recentes. Algum pessimismo melancólico não foi introduzido neste álbum, retomando algum optimismo caracterísitico dos Coldplay, logo na nova versão de Lost+ que conta com a colaboração de Jay-Z que assisitiu à apresentação do álbum no átrio do edifício da BBC em Londres, que fez um enorme esforço por estragar a música, a que os coldplay permitiram. Poderiam no máximo ter deixado particpar a sua esposa (de Jay-Z) cujos dotes, não apenas vocais, são bem mais simpáticos. Poucos notarão a diferença do timbre ou a densidade dos instrumentos, tal como as diferenças em Lover's in Japan se distrinçam de Lovers in Japan/Reign of Love, excepto revisitar músicas que ficaram muito bem para a história do pop rock britânico. É intererssante verificar como Lovers in Japan nos deixa uma certa nostalgia urbana. Keep on soldier on....

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Zé Carlos - Muita Lôco


Lembram-se?!??!! Encontrem-me um bom fundamento para se terem esquecido. Esqueci-me porque narara....

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

TWIN PEAKS: FIRE WALK WITH ME (1992, NEW LINE CINEMA)
Depois de falar da série de culto mais importante na história da televisão, muitos ouviram durante episódios a fio aquilo que se tornou a personagem ausente de um enredo mais célebre das artes dramáticas - Larua Palmer. Muitos perguntavam-se como seria Laura Palmer, pois para além do que outras personagens falavam dela, especialmente a sua amiga intíma e próxima, donna Hayward e a sua prima Maddie Ferguson e os poucos «recuos temporais», ninguém sabe ao certo quem era Laura Palmer.
David Lynch decidiu resolver a curiosidade dos fãs da série de uma maneira brutal e arrebatadora, criando uma prequela chocante que apenas deve ser vista depois de estarem ameio ou no fim da 2ª temporada da série. O começo é familiar com a música de Angelo Badalamenti a acompanhar o regress de Laura a casa. Depressa descobrimos que Laura é uma peronagem numa encruzilhda naluta pela própria alma, perdida no dilema entre o bem e o mal. É claro que se virmos Twin Peaks: Fire Walk With Me, depressa saberam quem é o assassino de Laura e quem determinou o seu destino funesto. O que eventualmente destruirá o gozo com que verão a série, por isso quem estiver interessado aconselho a acompanharem primeiro o desenrolar da série.
Ao abordar o quotidiano de Laura, David Lynch não se preocupou com qualquer censura. Ele quis mesmo demonstrar uma Laura corrompida e atribulada, embora acho que algumas cenas estão melhor eespelhadas, e mais assustadoras até, na série. O essencial de Fire Walk With Me é Laura, e o que é importante é mostrar que importância tem ela na sua família, principalmente seu pai, nos seus amigos e na sua, aparente, pacata cidade. E muita importância tem de facto. Tanto foi o impacto da série e da personagem que o filme foi imediatamente filmado à série e sheryl Lee, muito embora uma actirz muito pouco promissora, era um talismã para Lynch que el se esforçara por inserir na série, para além do papel remoto de Laura, caso da sua prima Maddie.
O Agente do FBI Dale Cooper, protagonista indiscutível da série, teve um papel diminuto no filme, mas ainda assim preponderante para precludir aquilo que culmina na série. O seu mordaz colega forense Albert também está lá, e o chefe Gordon, representado pelo próprio David Lynch também se encontra presente. o carácter bizarro e estranho das personagens está lá e é inseparável da técnica de Lynch, mas é assutadoramente humano tudo o que ele filma. Se anaçlisarmos, Lynch representa-nos o nosso lado mais oculto de uma maneira inesperada, e Laura é o paradigma de uma alma que luta contra os seus demónios.
O filme conta ainda com alguns inéditos como uma estreia de Kiefer Sutherland aka Jack Bauer, como especialista forense co-adjuvante do experiente agente representado pelo cata-autor Chris Isaak.
Lynch esforçou-se por conseguir integrar todas os autores que participaram na série para integrarem o filme, mas o Sheriff Turman, representado por Michael Ontkean, Audrey Horne representada por Sherilyn Fenn, e Donna Hayward por Lara Flynn Boyle não compareceram sendo a última substituída por Moira Kelly.
Muita importância assume o actor Frank Silva, que representa Bob, espírito que habita a «outra dimensão».
Indispensável para quem quiser conhecer o universo de Twin Peaks.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Ted Nugent on 2nd Amendment

Toda a gente sabe quem ele é, o grande guitarrista de Stranglehold, ex-Amboy dukes e Damn Yankees. O sulista mais conservador do rock, Mas será que conseguem continuar a ouvir a música dele, detestando os seus ideais?

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

ERIC JOHNSON - BLOOM (2005, FAVORED NATIONS RECORDS)


Dentro do virtuosismo musical podemos encontrar grandes Srs. que perduraram no rock instrumental e continuam a carregar e evoluir o ícone venerado da guitarra eléctrica deixado por Jimi Hendrix. Entre eles destaca-se, obviamente, o mestre Joe Satriani. Quem ouve falar neste erudito musical formulará um juízo imediato ao Deus da guitarra Eric Clapton que recriou o rock com os Cream, ou então aquela sociedade «joint-venture» que o Mestre Satriani desenvolveu em o G3 para elevar os seus comparsas, em especial o seu amigo e ex-aprendiz, Steve Vai. Para além desses rótulos, Eric Johnson é um dos (poucos) emblemas da Fender Stratocaster que saiu do Texas. Poucos conhecem, mas no Texas construíram-se alguns dos músicos mais talentosos vindo das terras do Tio Sam, onde o rock sulista se remisturou no Jazz e no Blues, influências que desabrocham de Eric Clapton em Bloom.

Parte da ignorância do grande público face à carreira de Johnson deve-se, em parte, por ele produzir muito pouca música. Bloom é o seu 6º álbum de originais a solo, numa carreira que conta com mais de 30 anos. E a carreira nos Alien Love Child não se estendeu muito. A outra parte deve-se ao estranho facto de não fazer músicas sonantes, que entrem imediatamente nos ouvidos. Aliás Bloom é uma banda sonora de uma «noite de verão especial» desde que se sai do trabalho cheio de pressa («Bloom» e «Summer Jam»), passando pela loja para comprar um presente («From My Heart), acompanhando o jantar à luz das velas em («Your sweet Eyes« e«Hesitant») até ao auge da noite em Sunnaround You e Magnetized. Acabando em Sonho de Um Noite Verão com Ciel. Por isso quem quiser planear algo do género já sabe que instrumentos carregar.

Durante esta viagem, Eric Johnson demonstra uma abertura vasta aos diferentes estilos musicias e aos quais a guitarra representa um papel preponderante. Ouça-se em Cruising the Nile, que mais transmite um romantismo mediterrânico que nos transporta para um cruzeiro. Ou então aquela guitarra tipicamente citadina em Hesitant, onde Johnson espelha o seu já tradiconal estilo da clássica Manhattan. Mas nem só às cordas se resume este «copinho de leite» do rock. Os seus atributos musicais ultrapassam largamente, os de alguns dos seus congéneres. Quando ouvimos Satriani a cantar imploramos para que fique afónico, mas a voz tímida de Johnson encaixa perfeitamente no ambiente que quer preencher. Sad Legacy é um desses melhores exemplos, de alguém que se habituou a lançar um álbum por década.

sábado, 15 de novembro de 2008

KORN - UNTITLED (2007, VIRGIN RECORDS)



Os KoRn chegam aos seus 15 anos de carreira com muita pouca criatividade, mas muit a vontade de fazer. São uma banda de renegados, depravados e ainda por cima querem permenecer no estrelato, quando todo o seu conjunto está prestes a desmoronar-se. mas Jonathan Davis e Cª não querem esmorecer, e estão determinados a continuar sem Brian «Head» Welsh que, de repente, viu a luz e decidiu tornar-se uma fnático religioso, e David Silveria que deixou de acreditar nos KoRn. Contudo, não deixei de ficar supreendido com alguns eruditos musicias a encontrarem gosto na música destes velhos «putos».
A banda que tinha um fétiche pelo subconsciente negro, da inocência precocemente corrompida, e uma obsessão pelo abuso sexual de menores, leva estes conceitos para o universo distorcido. See you on the othe Side queria demonstrar o lado negro, e surrealista que já tinha sido enveredado pelo Take a Look in The Mirror. Para além disso e de queerer demonstrar a dor que vagueia pela alma de Jonathan Davis, cujas tendências homossexuais ainda não são evidentes, alia-se ao humilde estilo de James «Munky» Shaffer, cuja criatividade é ultrapassada, de longe, pela habilidade de Head, que entretanto abandonara a banda. Reginald «Fieldy» Arvizu e a sua pose de ex-rufia das ruas, com camisa dos Lakers já não dá o aspecto «porreiro» que banda cria implementar no auge do nu-metal. De facto, o nu-metal é um estilo falhado e decrépito, que felizmente, poucos são os que revêm nele, apesar de ter constituído uma verdadeira paranóia dos meus anos de adolescência.
hoje os Korn parecem dispostos a renovar o nu-metal e acrescentar-lhe um cariz electrónico, e incomodamente pop, aos riffs brejeiros carregados de distorção que vinham do nu-metal. Apesar de tudo, todo este movimento centrava-se na aparência, e no estilo irreverente e agora que olho para trás, estúpido. Nada disto estava para durar, e os KoRn querem sobreviver, mas não fazem por isso. Continuam com a atitude machista de alguém que só podia sobreviver com um nome artístico. Bitch We Got A Problem e Innocent Bystander reflecte a falta de maturidade não só lírica, mas técnica. Apenas demonstra uns cotas que se renderam a uma indústria que conseguiram dominar, pelo menos na gestão da própria carreira, mas que seguem os mesmos princípios e, que não conseguem fazer mais nada. Killing é daquelas canções que ouvem nos primeiros segundos, e é de uma simplicidade azeiteira. Esta é sem dúvida a melhor palvra para definir os KoRn, azeiteiros, que ainda não tiveram discernimento de descobrir o seu próprio espaço na música decadente e decrépita.
Estava na altura de se olharem e reverem o seu próprio espaço na música. Crescer um pouco, como toda a gente. Especialmente a bicha do Jonathan Davis.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

The Simpsons/Futurama - Future - Drama

Completamenter vidrado nos desenhos de Matt Groening. Matt és o maior. Ahh!!! apesar de o Homer ser brutal e o Bart também, a melhor personagem alguma vez desenhada pelo Matt Groening é, sem dúvida, o Bender.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A NAIFA - TRÊS MINUTOS ANTES DA MARÉ ENCHER (2006, ZONA MÚSICA)


Sob o mundo de betão que cobre a nosso quotidiano, a guitarra portuguesa, que já não é o que era, assombra o nosso subconsciente da 1 da Noite às 8 da Manhã. E em cada verbo, cada tom vocal de Maria Antónia Mendes (mais acarinhada por Mitó) está um lado oculto de ser português, uma melancolia e um saudosismo que nos é natural e que se revela descaradamente em cada movimento do dia-a-dia.
Mas não é de poesia e desalento que versam os A Naifa. Eles são para mim a par dos Dazkarieh, a banda mais criativa da nossa cultura, que influenciou certamente grupos que vão geminando e surgindo aos poucos por aí, caso dos Deolinda. A maior surpresa é o fenomenal trabalho que Luís Varatojo conseguiu retirar da guitarra portuguesa. Caso não crêm nestas palavras profanas podem escutar monotone. É tão boa como a música que já não passa na rádio. O trabalho dos A Naifa chega a ser mesmo mordaz, em Fé, com um cunho anti-clerical feroz e o apego à terra que é tão nosso em Antena. Provavelmente nenhum tema dos Diapasão e outros tantos do emanuel chegram à nobreza de um tema que toque tanto aos emigrantes como antena. e os traços vocais de Mitó são incomparáveis, a sua voz a par da guitarra portuguesa de Luís Varatojo são as peças centrais neste quadro de ser protuguês.
As iniciativas de grupos assim são de divulgar e adorar, mais até do que as influências estrangeiras, de conseguir conjugar e reinventar aquilo que nos é auctótone, com o eléctrico, numa tentativa que os Madredeus já tinham ensaida em eléctrico, e também com o electrónico pelos trbalhos de Rodrigo Leão dentro da célebre banda. Apesar de calmo e pesaroso a secção rítmica dos A Naifa com João Aguardela no Baixo e Vasco Vaz na Bateria é tão notório e melancólico como o dueto voz-guitarra em Quando os Nossos Corpos se Separam.
As letras são pintadas de tristeza, mas isso apenas acontece porque o Fado remonta ao século XIX do Romantismo e, por isso, o fatalismo que nos é inerente. Influências românticas que José Luís Peixoto fez questão de transmitir em Todo O Amor do Mundo não foi suficiente, que os A Naifa encarnam de uma maneira soberba «O amor nãoserve de nada». Continuem a exultar e a elevar o espírito português.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Jack White feat. Alicia Keys - Another Way to Die (James Bond Theme)

Mais um James Bond, mais um tema. Para mim este não soou nada de extraordinário, só pela polémica de se saber quem é que havia de o interpretar: Amy Winehouse, Leona Lewis, não foi mesmo Jack White e Alicia Keys, para ficar tudo preto no branco.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Justiça, qual justiça?!?!!!


A nível gera este é das (muitas) coisas que me faz sentir desdenhoso em ser português. Não se deve fazer julgamentos em Praça Pública, mas com matéria de facto tão solidamente provada, além de fuga injustificada à Justiça. Somos mesmo um país de tristes...... Justiça qual justiça?!!! É absolvição atrás de absolvição. A pobre coitada, que é desconhecida de todos é que vai levar com 23 anos de cadeia. É verdade que os merecia, mas o Estado só pune alguns. é juízo popular, mas acho que não se encontra muito longe da verdade

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

JOSÉ CID - 10000 ANOS DEPOIS ENTRE VÉNUS E MARTE (1977, PRODUÇÕES ORFEU)

A nível musical, este é dos (poucos) trabalhos que me dá orgulho e me faz sentir bem em ser português. Será mesmo das poucas coisas nas muitas porcarias que fizémos, em que soubémos receber influências estrangeiras, trabalhá-las e, neste caso, superar algumas delas. Para quem é leigo 10000 depois entre Vénus e Marte é um marco e considerado um dos melhores álbuns de rock progressivo de sempre e quem o ouvir, perceberá isso de imediato. Não admria que alguns admiradores japoneses estejam dispostos a vender uma raridade destas em vynil por mais de €300, o que já é considerável.
Depois deste trabalho nem se compreende como é que José Cid descambou para a músia popular, ainda que seja de boa qualidade, não chega, nem de perto nem de longe, ao ícone que este álbum representa na sua carreira. 10000 anos depois entre Vénus e Marte é a par de Mistérios e Maravilhas dos Tantra, o legado do melhor rock progressivo português. Isso é indiscutível.
O álbum tem um cariz conceptual, se bem que à partida não seja nítido, mas versa sobre um cenário apocalíptico em que os seres humanos se vêm forçados a abandonar o planeta Terra. Assim parte à Aventura espcail, bem na onda dos Pink Floyd e dos Yes, que usando a obra-prima de ficção científica de Stanley Kubrick 2001: Odisseia do Espaço, fazem ecoar os seus instrumentos pelo infinito da nossa imaginação. Talvez nestes factos se insira o carácter mísitco do rock progressivo, o de fazer apelar à nossa imaginação.
A Odisseia eclética do campesino da Chamusca perdura no agressivo Caos, com José Cid a demonstrar não epans excelentes dotes nos teclados, em especial, no domínio do Mellotron, cujo fascínio o fez inserir uma música no presente álbum, mas também nas guitarras. Para isso Cid teve a ajuda do experiente guitarrista que já tinha colaborado com ele nos Quarteto 1111, Mike Segeant. Sendo originário da nação fundadora do rock progressivo Sergeant sabia perfeitamente contextualizar o riff áspero e os acordes lírico de que O Caos precisava. Para além disso Cid demonstra a sua brilhante capacidade como liricista, e descreve a angústia de uma humanidade a enfrentar o Apocalypse « A tua cidade é uma vala comum / Todos os caminhos dão a lugar nenhum / Se tiveres que fugir FOGE / Se Tiveres que morrer MORRE, SÓ»
Mas nem só de artistas estrangeiros viveram as colaborações com Cid, se bem que Portugal estva num patamar evolutivo bem atrasado aos demais congéneres europeus. A contribuição de Zé Nabo na reprodução da Guitarra Baixo, e das guitarras nas restantes músicas. conta ainda com espanhol ramon Gallardo que demonstra bastante experiência no domínio da bateria e percussões.
A viagem da humanidade culmina em Mellotron, o Planeta Fantástico com um segmento de Baixo extraordinário e onde José Cid demonstra a sua mestria para os teclados, como um brilhante introdução instrumental.
Algumas edições contêm ainda um inédito Vida (Sons do Quotidiano), o habitual épico em todos os álbuns de rock progressivo em que se destaca uma humanidade que sobrevive ao dia do julgamento e encontra a paz no spaço exteiror.
Um legado português para a posteridade e uma marca das poucas, do nosso virtuosimo musical, depois de o escutarem dirão, com certeza, ainda bem que sou português.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

MARILLION - THE HAPPINESS IS THE ROAD (2008, INTACT RECORDS)

Os Marillion chegam a 2008 com uma inspiração ciradora, inédita em bandas com um largo período de existência. Relembra-se que ainda em Abril de 2007 e, após uma digressão confortável, os Marillion lançavam Somewhere Else, álbum bastante tímido e diria neutro para a longa carreira dos Marillion. Talvez por ser um número simbólico, e porque já planeavam este lançamento com alguma antecedência, Happiness is the road é um projecto ambicioso e até bsatnte arrojado para uma banda como os Marillion. Não porque eles sejam uma banda com uma larga experiência musical, mas porque têm um longo historial e uma carreira demarcada em 2, quase tão forte como a dos Genesis com a saída de Fish, que delineou um era, e separou em grupos milhares de admiradores. Hoje, os Marillion são uma banda de culto e, felizmente, uma banda fiél ao seu som e às suas caracterísitcas. A aproximação à indústria discográfica é semlhante à doutrina «Radiohead» com este álbum a sair apenas em formato digital, por enquanto, até haver dinheiro suficiente para poder publicá-lo em disco. E não é de estranhar, o próprio Hogarth revelou que os Radiohead eram uma das bandas actuais que mais lhe eram apreciadas.
A música, contudo, continua marcadamente própria e bem ao estilo da fase Hogarth. A sua voz limpa, nítidfa e bastante mleancólica, pinta quadros etéreos e paisagens envolventes. Diria mesmo que os Marillion hoje, aproximam-se de um post-rock ambientalista e soberbo, inspirado nos Sigur Rós e nos Pink Floyd de Division Bell (principalmente nos teclados de Wright).
O título sugere isso mesmo espaço e reflexão. E o fortes teclados de Mark Kelly frisam essa ideia, sobrepondo-se lentamente à guitarra lírica de Steve Rothery, o ancião do grupo. O pendor artísitco e erudito musical reflecte-se logo no tema de abertura, com o tom angélico de Hogarth e o piano angélico de Kelly.
Os temas evoluem em volta de um tema central e a banda fez por tornar o conmceito em volta de uma viagem ao centro do eu, do próprio ser humano. Por isso fazem-se ao caminho, num tema introspectivo, mas bem compassado em This Train is my Life, e assim por diante os temas vão oscilando pelos carris, com um equilíbrio notável, mas num compasso pouco versátil. O baixo de Trewavas continua a ser importante, pois a sua atitude melódica encaixa-se perfeitamente no conjunto e oferece um óptimo suporte, para os devaneios supremos da guoitarra de Rothery que continua a ter como ídolo, sem qualuqer dúvida, os blues progressivos de David Gilmour. Happiness is on the Road é o tema central, o épico que se destca em todas os álbuns do movimento progressivo e, por isso, o álbum homónimo tinha de ter o mesmo nome. Destca desde logo o ponto que é fulcral em todo o álbum, a voz de Hogarth, que por ser também ele teclista, demontra a influência na paisagem etérea que transpira em todo o álbum. Só mas tarde no andamento se segue a guitarra, como uma sereia encantadora, dá mote para a secção rítmica entrar.
Frequentemente a falar na primeira pessoa, Hogarth supera a fraqueza que outros voalistas costumam afectar na sua idade, e melhora de álbum para álbum. As letras, de uma franqueza e inspiração inspiradoras, mas ao memso tempo comum cunho amargo, relectem uma esperança que se encontra em todos nós para lutarmos para encontrar a nossa própria felicidade. É só fazermo-nos à estrada.....

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

UM SUSTO DE FILME 2, DE KEENEN IVORY WAYANS, DIMENSION FILMS


Ontem tive a (in)feliz experiência de ligar o televisor para uma cadeia de canais que já mudou 50 vezes de nome, o TVCine 1. Numa paródia ao dia das bruxas, os amigos da lusomundo decidiram passar de rajada, os três primeiros filmes da tetrologia Um susto de Filme (Scary Movie). Como se pode perceber, Scary Movie é um projecto de família, visto que Wayans pulvilha quase todos os espaços dos créditos finais.
Deixie o pre-fixo in entre parênteses porque és um daqueles filmes que deve haver um ritual de preparação para o ver, nomeadamente, com pequenas plantinhas que fazem muito fumo, de se tratar de uma paródia tão estupida, o que a sobrevaloriza em hilariante. E não apenas isso, temos de assistir a todos os «êxitos de bilheteira» de terror dos anos anteriores à produção do mesmo para nos grizarmos até à nossa sepultura.
Obviamente o humor é tudo menos inteligente. Mas lá por não ser inteligente, não deixa de ser humor, com o seu cómico de situação parvo, não diria mesmo estúpido que proporciona um bom serão, especialmente numa sauna de fumo.
Até o próprio sub-título é uma paródia à pre-quela. Isto proque Um Susto de Filme 1 dizia «No Mercy.- No shame. No sequel», um que por si só já é um gozo, quando numa cena cortada, todos os personagens no filme original morreram. O dia das bruxas passou e por isso quis-se tirar bom partido disso. Um susto de Filme 2 gira em volta da paródia do filme a Mansão com Liam Neeson, Catherina Zeta-Jones e o malfadado Owen Wilson. O filme contém numeroras referências cinematográficas a outros filmes, pois é nisso que o filme se baseia. Aproveitando para cair também na porcalhice, quando Cindy se vê obrigada a «aquecer» o companheiro. Para além de cenas sobre Anjos de Charlie, existe cómico de situação sobre Hannibal, ou mesmo Matrix Reloaded.
Nunca um filme rendeu tanto a plagiar descaradamente, ams o intuito em si é, deveras, original. Aliás, acabou por cirar quase que um género novo, e para o fazer foi preciso ter alguns conhecimentos cinematográficos e uma boa dose de pedrada. Ou mnão fosse escrito pelos irmãos Wayans, e a fraca produção vê-se nos pouco conhecidos autores, a alguns «músicos» que fazem um pézinho no cinema. é um projecto de família e isso entende-se. De facto, a Dimension filmes limitou-se a servir como distribuidora, pelo que o fraco nível de produção, além de ser um facto, é bastante bem aproiveitado como elemento de paródia, e serve para a gargalhada geral. Ideal, para quem não tem mais nada que fazer. De resto, foi um dos filmes relativamente mais lucrativos.